domingo, 10 de junho de 2018

Mas é ÓBVIO que brasileiros gostam de Copa - apesar de tudo

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      Não dá para aguentar mais o clichê de "país do futebol". Mas, sim, somos um povo que gosta de futebol em sua ampla maioria, onde muitos amam o esporte, torcem por times, compram partidas ou campeonatos em pay-per-view. Praticamos futebol - seja no gramado, na grama sintética ou na quadra - pelo menos uma vez na vida. 
      O que não dá para querer é ficar paralisado por causa de Copa do Mundo. Embora alguns fiquem, são a minoria. Pessoal, vamos parar com esse discurso simplório e até idiota que se criou nos últimos tempos. Gostamos, sim, de assistir a Copa. E existem razões culturais e sociais para isso.
      A paixão do brasileiro pelo esporte bretão foi tema de obras escritas por Eduardo Galeano, Jô Soares e Ronaldo Helal. Nenhum deles é um imbecilóide. E se eles têm conteúdo a expor em pérolas literárias, cá para nós: que conhecimento de vida com abrangência intelectual ilimitada temos qualquer um de nós para questionar a importância do período da Copa para a população? 
      "Ah, mas tu esqueces das mazelas sociais e econômicas, do aproveitamento político, do festival de obras prometidas e não concluídas para a Copa do Brasil". Não esqueci não. Apenas me considerado com tutano o suficiente para entender que quando entra no campo a seara política a coisa muda muito de figura. Os políticos conseguem trazer a Copa para o país e aproveitam isso para iludir o povo de que o país vai crescer economicamente. Uma manada segue o discurso e a mentira se prolifera. Não interessa se a criatura (ou o governo) é de esquerda, de direita ou de centro: o estelionato eleitoral é o mesmo e vai seguir assim. A diferença está na proliferação de interesses.
      Respeito quem não goste de futebol, quem não gosta de assistir a Seleção Brasileira (ou qualquer outra). Só não aceito dizerem que o futebol mascara as coisas. Mascara para quem é idiota, otário, conta na caixa craniana com um caroço de pitanga impregnado com massa asfáltica. Muita gente pesquisa, lê, debate o assunto. E tem muito mais pesquisadores e historiadores apaixonados por futebol do que pensa nossa vã filosofia. O resultado é um festival de imbecilidades e baboseiras. 
      Apresento argumentos:
      Muita gente aproveita o período de Copa para se lembrar que é brasileiro. E isso é bom, sim. Deveria servir como catalisador para acompanharmos mais os trabalhos das câmaras (federais ou municipais) e das assembleias legislativas. Dos portais de transparência dos executivos (União, estados e municípios). As crianças gostam de fazer trabalhos escolares sobre Copa. Gostam de vestir verde e amarelo e ficam na frente da TV para torcer. Mas quem é que tem o direito de cortar os naipes do sonho de uma criança? E tem um festival de bobalhões que se consideram donos da verdade e querem discutir sociologia política com crianças!!! Daí não há como ser feliz neste pobre país (até rimou). 
      Um grande número de pessoas aproveita os jogos de Copa para fazer uma reunião em família. E isso não é legal? Transformar a sala em um reduto futebolístico, conversar, juntar uma galera que traz comes e bebes para confraternizar, não traz bem estar? Ou uma sensação de felicidade? No âmbito cultural, há o fator da auto-confiança coletiva. O brasileiro tem aquela síndrome de derrotado impregnada pelo discurso da classe política - embora muita gente seja vencedora na vida. O futebol traz isso de bom: somos bons naquilo que fazemos. Ganhar ou perder é do jogo, mas estamos lá, representados.
      Querendo ou não, gostando ou não, admitindo ou não, os jogadores são uma parte de nós dentro de campo. Gente que busca o sucesso, que tem tesão para ganhar, que quer algo a mais na vida, que deseja a evolução profissional, que quer ganhar mais. E não somos capazes de enxergar isso? Cegueira proposital é assinar um atestado de burrice em público.
      Portanto, vai a dica: se alguém que você conhece quer curtir a Copa, não encha o saco. Gente feliz não enche o saco dos outros. Se você não quer saber de Copa, entretanto, exija também que o respeitem. O que mais existe atualmente são opções - tem Netflix, Spotfy, Facebook, caminhada, corrida, academia, livros.
     Só, por favor, não queira "fazer a cabeça" do brasileiro. A maioria, embora não admita, vai, sim, assistir a Copa. 
      E muitos vão torcer!

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