sábado, 30 de junho de 2018

Dois jogaços, 10 gols, dois craques, duas decepções

Franceses celebram o quarto gol, marcado por Mbappé, diante dos torcedores argentinos (Divulgação FIFA)
      A pausa de um dia fez bem para a Copa. Como se fossem infectados por um vírus catalisador de energias, franceses, argentinos, portugueses e uruguaios brindaram os torcedores de todo o planeta com o dia mais eletrizante do mundial da Rússia. Não foram apenas duas partidas excelentes, longe disso. Foram demonstrações de habilidade, técnica, energia, adrenalina, raça, vontade, tesão. disciplina, tática. Uma aula de futebol. Um dia de aula de futebol. 
      Iniciamos por França e Argentina. Antes do jogo havia análises pessimistas, de que era possível pintar uma prorrogação ou até mesmo disputa de pênaltis. Isso porque a França tinha solidez defensiva. E a Argentina era um amontoado de (bons) jogadores que não conseguia atacar e defender com eficiência e poderia, por isso, fechar o meio-campo e ficar se defendendo. Ledo engano. As duas seleções fizeram um jogo onde justificaram estar na Copa do Mundo - a busca de uma taça onde covardes não tem vez. Vamos dividir as coisas para facilitar ao leitor.
O ímpeto
      A França começou melhor, agredindo, atacando em bloco. Mbappé mostrou que esse seria o dia dele. Logo no início, após uma arrancada, foi derrubado na entrada da área e Griezmann acertou o travessão. Pouco tempo depois, o mesmo Mbappé arrancou do próprio campo de defesa, como se fosse uma corporação de Napoleão Bonaparte. Passou por três argentinos e ia parar dentro do gol se Rojo não o derrubasse, já dentro da área. Pênalti batido e convertido por Griezmann.
A virada
     Com Messi totalmente apático, a Argentina encheu-se de brios. Se o craque não atuava bem, os demais resolveram ir para campo e tentaram, muito mais na vontade e na raça do que na técnica. Mesmo assim, a habilidade de Di Maria apareceu. O meia atacante do Paris Saint Germain recebeu bola sem marcação na entrada da área francesa e disparou um torpedo no ângulo de Lloris. Golaço.  
      No início do segundo tempo, a Argentina pressionou. Di Maria fez grande jogada e sofreu falta. Após a cobrança e rebote francês, a bola sobrou para Messi, que driblou Umtiti e arriscou. A bola desviou em Mercado (em posição legal) e entrou, enganando Lloris. Era a virada portenha.
O fator de desequilíbrio; Mbappé
      Se o gol francês acordou os argentinos, a virada reacendeu a chama da vontade para os franceses. Sem entrar em desespero, os comandados de Didier Deschamps passaram a tomar conta do meio campo e investir. Numa dessas jogadas, Hernandez cruzou forte. A bola sobrou para Pavard, que acertou um chute na veia, de fora da área, no ângulo de Armani. Tudo igual.
      A França não desanimou. Com a estrela de Mbappé em alta, o jovem craque do Paris Saint-Germain desequilibrou. Após boa trama francesa de ataque e de um bate e rebate, a bola sobrou para Mbappé, que cortou Fazio e bateu cruzado para virar o marcador. 
      Pouco tempo depois, contra-ataque francês. Kanté (outro de atuação sensacional) lançou Giroud. O centroavante viu o ingresso de Mbappé pela esquerda e o atacante bateu de primeira, fora do alcance de Armani. 4x2.
A garra portenha
      Totalmente desorganizada, mas com ímpeto e valentia, os argentinos não se entregaram. Embora chutassem pouco a gol, empurraram os franceses para o campo de defesa, mas o gol não saía. O jogo se aproximava do fim quando Messi cruzou com perfeição para a pequena área. E Agüero cabeceou certeiro para marcar o terceiro gol.
      A partir daí, faltando dois minutos para o fim do tempo extra concedido pela arbitragem, virou drama. Os franceses não conseguiam prender a bola, mas os argentinos também não conseguiam chutar. E já não dava tempo para nada. O 4x3 marcou um senhor jogo de futebol, com a classificação francesa (vai enfrentar o Uruguai na sexta-feira, dia 6, 11h pelo horário de Brasília).
      Após a partida, o zagueiro e volante Mascherano anunciou que não vai mais vestir a camiseta da seleção argentina. 
A decepção: Messi
      Copas do Mundo não foram feitas para Messi.  É o quarto mundial do craque. Se em 2014 a Argentina ainda chegou à final contra a Alemanha (com um time muito bem montado por Alejandro Sabella), desta vez não houve jeito. A imagem do camisa 10 argentino quando a França empatava em 2x2, cabisbaixo, caminhando pelo campo enquanto os demais jogadores pareciam touros enfurecidos atrás da bola, diz muito. Messi foi decepcionante. Dele se esperava muito, mas dele não se extraiu quase nada. Deixa a Copa com um gol marcado, um pênalti perdido, atuações pífias e uma sensação de que a camisa que já foi de Diego Maradona pesa 30 toneladas sob seus ombros. 

Arbitro: Alireza Faghani, tendo como assistentes: Reza Sokhandan e Mohammed Mansouri (todos do Irã).

Gols: França: Griezmann, de pênalti, aos 12 minutos do primeiro tempo. Pavard aos 11 minutos e Mbappé aos 18 e 22 do segundo tempo; Argentina: Dí Maria, aos 40 minutos do primeiro tempo, Mercado e Agüero aos 2 e aos 47 do segundo tempo

FRANÇA: Hugo Lloris, Benjamin Pavard, Raphaël Varane, Samuel Umtiti e Lucas Hernández; N'Golo Kanté, Blaise Matuidi (Tolisso) e Paul Pogba; Kylian Mbappé (Thauvin), Antoine Griezmann e Olivier Giroud. Técnico: Didier Deschamps


ARGENTINA: Franco Armani, Gabriel Mercado, Nicolás Otamendi, Marcus Rojo (Fazio) e Nicolás Tagliafico; Javier Mascherano, Enzo Pérez (Agüero), Éver Banega, Lionel Messi e Ángel Di Maria; Cristian Pavón (Meza). Técnico: Jorge Sampaoli.

Quem foi ver CR7 viu o renascimento de Cavani
Uruguaios celebram classificação (Divulgação FIFA)
      Até agora Édinson Cavani era uma figura apagada na seleção uruguaia. Autor de um dos gols na vitória contra a Rússia, que valeu a primeira colocação no Grupo A, Cavani estava devendo. Note: os verbos estão no passado. Porque o presente do atacante do Paris Saint-Germain foi brilhante. Ele comandou a celeste na vitória sensacional sobre Portugal, que habilitou os charruas para as quartas-de-final, onde pegam a França na próxima sexta-feira. 
      Diga-se de passagem: pelo volume de jogo e pelas tentativas, Portugal jogou bem. Seria mentira dizer que o Uruguai jogou mal. A proposta tática de Oscar Tabarez condicionou o jogo ao meio-campo uruguaio. Com alterações na equipe, o Uruguai foi efetivo. Se é verdade que Portugal criou e desperdiçou algumas chances, também é verdade que nenhuma delas foi construída por Cristiano Ronaldo. O CR7 bateu duas faltas - uma de um jeito pior que a outra. O atacante do Real Madrid tentou, mas estava sempre com dois ou três uruguaios em cima - um deles, Godín, de atuação exemplar, não perdeu um duelo contra CR7.
      No começo da partida, Portugal entrou disposto a decidir logo a partida. Só que em uma troca de lançamento entre Cavani e Suárez, aos 10 minutos, os uruguaios mostraram que não estavam ali à toa. Cavani lançou, Suárez avançou e cruzou para Cavani marcar o primeiro gol de boca do mundial. Isso mesmo. O centroavante tentou cabecear, mas perdeu o tempo de bola e a redonda explodiu no seu rosto. Apesar do barulho (o som ambiente captou o impacto), foi o suficiente para deslocar Rui Patrício e abrir o placar.
      Portugal tocava muito a bola, tentava cruzamentos para a área, mas Gimenez e Godín mandavam para fora da área e, muitas vezes, ainda saiam tocando com extrema habilidade e frieza. 
     No segundo tempo, Portugal voltou mais incisivo. Logo no início, após cruzamento para área, Muslera saiu todo atrapalhado e a bola sobrou para Bernardo Silva, sem goleiro, chutar por cima. Pouco tempo depois, após cobrança de escanteio, Pepe subiu sozinho no meio da área e cabeceou sem chances para Muslera. Era o empate português e o primeiro gol sofrido pelos celestes na Copa.
      Os portugueses seguiram pressionando. Mas o Uruguai tinha Cavani. Em um contra-ataque rápido, ele recebeu a bola de Nandez e acertou um chute de pé direito, chapado, no canto de Rui Patrício. Golaço. Pouco tempo depois, o centroavante sentiu uma lesão na panturrilha e deixou o jogo. O curioso é que ele não conseguia caminhar e quem se ofereceu para ajudá-lo a sair foi nada mais nada menos que Cristiano Ronaldo. O gesto mereceu aplausos de todo o estádio - até porque CR7 não apressou o passo ao notar que a lesão não era simulação. 
      Daí por diante foi só pressão portuguesa. No desespero, os lusitanos erguiam bolas para a área e consagravam Godín e companhia. Em cobrança de falta da intermediária, já nos acréscimos, Rui Patrício foi para a área. E dividiu uma bola com Cristian Rodriguéz que bateu na mão do meia uruguaio. Os portugueses enlouqueceram. Pouco tempo depois, Quaresma tentou cavar uma falta na entrada da área e o árbitro mandou seguir. CR7 ficou furioso e levou cartão amarelo - ou seja: se Portugal conseguisse a classificação, o craque ficaria fora. 
      Mas CR7 não precisa se preocupar. Porque a vaga é celeste. 

Árbitro: César Ramos, auxiliado por Marvin Torrentera e Miguel Hernández (todos do México)

Gols: Cavani, aos 6 minutos do primeiro tempo e aos 16 minutos do segundo tempo para o Uruguai, enquanto Pepe, aos 9 minutos do segundo tempo, marcou para Portugal.

URUGUAI: Muslera; Cáceres, Giménez, Godín e Laxalt; Torreira, Vecino, Nández (Carlos Sánchez) e Bentancur (Cristian Rodríguez); Suárez e Cavani (Stuani). Técnico: Óscar Tabárez. 

PORTUGAL: Rui Patrício; Ricardo Pereira, Pepe, José Fonte e Raphael Guerreiro; William Carvalho, Adrien Silva (Quaresma), Bernardo Silva e João Mário (Manuel Fernandes); Cristiano Ronaldo e Gonçalo Guedes (André Silva). Técnico: Fernando Santos.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Belgas 100% e tunisianos quebram tabu na definição do grupo H

Belgas celebram gol de Januzaj, que garantiu primeiro lugar no grupo (Divulgação FIFA)

      A definição do grupo H, a última  da fase de grupos na Copa, acabou surpreendendo. Se no primeiro tempo até surgiram vaias dos torcedores, temendo que houvesse um jogo de compadres entre ingleses e belgas, é verdade que houve disposição das duas partes. E a Bélgica foi mais eficiente e apresentando um tesão maior, venceu a partida e conquistou o primeiro lugar na chave. Agora, enfrenta o Japão no próximo dia 2. E marcou apenas a segunda vitória dos belgas, na história, contra os ingleses - quebrando um tabu de 82 anos, já que desde 1936 quando fez 3x0 em Bruxelas, a Bélgica não venciam o English Team.
      Mesmo que as duas seleções fossem formadas por reservas para poupar titulares de eventuais lesões e suspensões, o jogo começou movimentado. Tielemans quase marcou aos cinco minutos, mas Pickford rebateu. Quatro minutos depois, em confusão na área, Batshuayi quase fez, mas Cahill salvou quase em cima da linha. Fellaini também perdeu boa oportunidade após sobra de escanteio. A melhor chance da Inglaterra foi uma cabeceada de Loftus-Cheek aos 33, passando muito perto do gol belga. No final do primeiro tempo, o único grande problema. As duas equipes começaram a tocar demais a bola no meio-campo - enquanto a outra não pressionava. Os torcedores não perdoaram e a vaia ecoou no estádio. 
      No segundo tempo a Inglaterra voltou mais disposta e perdeu gol por Rashford logo no início. Mas aos sete minutos a Bélgica definiria o jogo. Januzaj recebeu pela direita, dentro da área, balançou para cima de Rose e mandou no ângulo, sem chance para Pickford.
      A Inglaterra teve apenas uma grande chance de empatar. Rashford recebeu de Vardy e chutou na saída de Courtois, mas o goleiro belga, de grande envergadura, mandou para escanteio.  Aos 37, após rebote de escantio, Welbeck chutou no canto, mas Fellaini desviou. Nos contra-ataques a Bélgica ainda levou algum perigo, como em chute de Mertens, aos 42, onde Pickford defendeu com dificuldade. No fim, resultado justo pela maior disposição belga. 

INGLATERRA: Pickford; Jones, Stones (Maguire) e Cahill; Alexander-Arnold (Welbeck), Loftus-Cheek, Dier, Delph e Rose; Rashford e Vardy. Técnico: Gareth Southgate

BÉLGICA: Courtois; Dendoncker, Boyata e Vermaelen (Kompany); Chadli, Fellaini, Dembele e Thorgan Hazard; Januzaj (Mertens), Batshuayi e Tielemans. Técnico: Roberto Martínez

Árbitro: Damir Skomina (Eslovênia), auxiliado por Jure Praprotnik (Eslovênia) e Mohammed Abdulla Mohammed (Emirados Árabes Unidos).


Tunísia quebra tabu de 40 anos e marca gol 2.500 das copas
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Tunisianos celebram vitória contra o Panamá (Divulgação FIFA)
      Panamá e Tunísia fizeram um jogo movimentado e disputado. De virada, os tunisianos venceram por 2x1. A partida teve dois registros históricos: foi apenas a segunda vitória da Tunísia em copas - sendo que a primeira ocorreu em 1978, quando fez 3x1 no México. A partida também marcou o gol de número 2.500 dos mundiais de futebol. As duas equipes já estavam eliminadas.
       Mesmo com muitos reservas (para que grande parte dos grupos pudesse dar aos jogadores a experiência de jogar uma partida na Copa), a Tunísia levou mais perigo ao gol panamenho ao longo da partida. O goleiro panamenho Penedo foi um dos destaques do confronto. 
      O Panamá abriu o placar aos 32 minutos do primeiro tempo. Em boa jogada do ataque, a bola acabou batendo em Meriah e tirou a possibilidade de defesa de Mathlouthi. Jogando melhor, os tunisianos voltaram para a segunda etapa pressionando. E aos cinco minutos, após cruzamento de Khazri, e cruzou para Ben Youssef empurrar para o gol e empatar o jogo.
      A Tunísia seguiu melhor. Até que aos 20 minutos, Khazri recebeu passe de Haddadi dentro da pequena área e marcou.

PANAMÁ - Jaime Penedo; Adolfo, Román Torres (Tejada), Fidel Escobar e Ovalle; Gabriel Gómez, Anibal Godoy, Ricardo Ávila (Arroyo), Edgar Bárcenas e José Rodríguez; Gabriel Torres (Cummings). Técnico: Hernán Darío Gómez.

TUNÍSIA - Aymen Mathlouthi; Hamdi Nagguez, Bedoui, Meriah e Haddadi; Chaaleli, Ellyres Skhiri, Sassi (Badri) e Sliti (Khalil); Ben Youssef e Wahbi Khazri (Srarfi). Técnico: Nabil Maaloul.

ÁRBITRO - Nawaf Shukralla (Fifa/Bahrein).

Grupo H é definido com eliminação histórica, definição por cartões amarelos e muita vaia

Festa colombiana com gol de Mina (Divulgação FIFA)

      A rodada decisiva da fase de grupos da Copa do Mundo 2018 teve hoje ingredientes especiais. A Colômbia bateu o Senegal por 1x0 e conquistou a liderança da chave. No outro jogo a Polônia desencantou, trazendo um pouco de emoção à decisão dos classificados. Mas o que ficou, mesmo, foi a sonora vaia dos torcedores poloneses e japoneses aos últimos minutos de partida, que só tiveram toque de bola para cima e para baixo dos nipônicos. A desclassificação do Senegal marcou história. É a primeira vez desde 1986 que o continente africano estará sem um representante na fase de oitavas-de-final de um mundial. 
      Vamos à parte boa: Senegal e Colômbia fizeram um jogo muito bom até cerca de 15 minutos do segundo tempo. Com o domínio senegalês no primeiro tempo e precisando do resultado para não depender de uma vitória polonesa (o que acabou ocorrendo), os colombianos tiveram brios. Primeiro porque aos 30 minutos do primeiro tempo perderam o craque do time. James Rodriguez saiu lesionado - e visivelmente decepcionado - com a contusão que o tirou de campo. Em um segundo tempo primoroso de Quintero e com Mina dominando a defesa, os colombianos se acertavam.
      Até que aos 15 minutos do segundo tempo, sabendo que a Polônia fizera 1x0 no Japão, os senegaleses começaram a tocar a bola para o lado, a catimbar. O técnico Alou Cissé aparecia pedindo calma à beira do gramado. Só esqueceram de avisar aos colombianos. Aos 30 minutos, Cuadrado bateu escanteio. Mina, na entrada da pequena área, deu um cabeceio forte para o chão, vencendo N'Dyaie. Era o gol da classificação colombiana, para desespero dos senegaleses, que pressionaram bastante no final do jogo, mas sem conseguir um lance que merecesse destaque. 
      Senegal e Japão ficaram com quatro pontos, mas os asiáticos levaram dois cartões amarelos a menos - 6 a 4 - e ficaram com a vaga graças ao critério disciplinar.

Senegal: Khadim N'Diaye; Gassama, Sané, Koulibaly e Sabaly (Wagué); Sarr, Kouyaté, Gueye e Keita Baldé (Konaté); Mané e Niang (Sakho). Técnico: Aliou Cissé.

Colômbia: Ospina; Arias, Mina, Davinson Sánchez e Mojica; Carlos Sánchez e Uribe (Lerma); Cuadrado, Quintero e James Rodríguez (Muriel); Falcao (Borja). Técnico: José Pekerman.

Japoneses comemoram discretamente a classificação, mesmo com derrota (Divulgação FIFA)
      No outro jogo, Japão e Polônia não fizeram um jogo tão animado assim. Os japoneses até tentaram no primeiro tempo, mas sem muito brilho ou interesse. Tanto que astros como Honda, Inui e Kagawa sequer foram escalados desde o início - a situação japonesa era mais cômoda do que Senegal e Colômbia (bastava que houvesse vencedor e que os nipônicos não perdessem por dois gols de diferença que estavam garantidos).
      Os poloneses estavam dispostos a esquecer a má campanha até então - eram os únicos cabeça-de-chave eliminados antes da terceira rodada (a Alemanha se juntaria aos polacos depois). E conseguiram isso com um gol de Bednarek, aos 14 minutos do segundo tempo. O gol acordou os japoneses, que passaram a pressionar e até criaram algumas chances. Mas quando souberam do gol colombiano sobre Senegal, começou o anti-jogo. Os japoneses prendiam a bola e, como admitiu o técnico Akira Nishino na entrevista coletiva após o jogo, preferiam esperar o resultado de Colômbia x Senegal do que correr risco. Nos últimos minutos, os torcedores de ambas as seleções não se contiveram: e mandaram uma vaia ensurdecedora, que impediu comemorações japonesas (as vaias prosseguiram até a saída das equipes de campo). 

JAPÃO: Kawashima; H. Sakai, Yoshida, Makino e Nagatomo; Yamaguchi e Shibasaki; G. Sakai, Okazaki (Osako, aos 2'/2ºT) e Usami (Inui, aos 20'/2ºT); Muto (Hasebe, aos 36'/2ºT). Técnico: Akira Nishino.


POLÔNIA: Fabianski; Bereszynski, Glik e Bednarek; Kurzawa (Peszko, aos 33'/2ºT), Krychowiak, Goralski e Jedrzejczyk; Zielinski (Teodorczyk, aos 34'/2ºT), Grosicki e Lewandowski. Técnico: Adam Nawalka.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Deu pro gasto e estamos nas oitavas

Paulinho marcou primeiro gol brasileiro e foi escolhido o melhor da partida (Divulgação FIFA)
  

    Tá certo que não foi um jogo excelente. Por momento o Brasil parecia um cachorro desdentado protegendo uma casa: estava ali, todo mundo via que estava ali, mas na hora que você precisasse não iria adiantar nada. Mesmo com toda a modorra possível e imaginável, a Seleção conseguiu o principal objetivo: bateu a Sérvia por 2x0 e conquistou o primeiro lugar no Grupo E da Copa.
      O Brasil começou interessado. Gabriel Jesus era um dos mais participativos ao lado de Philippe Coutinho (mais uma vez de boa atuação). O camisa 9 brasileiro perdeu duas boas chances no primeiro tempo, mas depois sumiu. Cada vez mais os torcedores têm saudades de Ronaldo Gorducho, Romário e Careca - ainda mais numa Copa onde os centroavantes de carteirinha são destaque.
      Se no jogo contra a Costa Rica foi Coutinho quem entrou de centroavante na pequena área para marcar o primeiro gol, desta vez o meia do Barcelona virou um meia autêntico. Aos 35 minutos do primeiro tempo fez um lançamento milimétrico para Paulinho. Este sim, penetrando como um autêntico camisa 9, dominou a bola, olhou para ver a posição do goleiro Stojkovic e colocou por cobertura, fazendo um belo gol e abrindo o placar.
      Mesmo assim, Paulinho não jogava bem. William, embora esforçado, era outro que destoava. O Brasil teve um desfalque logo no início da partida. O lateral-esquerdo Marcelo sentiu um problema nas costas e deixou o campo logo aos 9 minutos. Em seu lugar entrou Filipe Luís, que jogou bem e deve ser mantido na próxima partida, contra o México. Os médicos vão avaliar as condições de Marcelo para saber se ele ainda poderá atuar na Copa.
      Curioso foi o segundo tempo. A Sérvia, como era de se esperar, pressionou mais. Chegou a ter uma boa chance quando, em cruzamento de Kovacic, Alisson espalmou, a bola bateu em Mitrovic e em Tiago Silva, voltando para o goleiro. Depois, aos 18, uma cabeça de Mitrovic a gol foi a única chance sérvia.
      O Brasil, embora num ritmo devagar, quase parando, seguiu melhor. Tocou bem a bola e embora sofresse pressão sérvia, bloqueava bem as jogadas tanto com Filipe Luís quanto com Fágner (que também jogou bem). Neymar prendia a bola em demasia e tentava a jogada individual. Até teve duas boas chances, mas Stojkovic salvou.
      O segundo gol brasileiro foi simples: cobrança de escanteio por Neymar aos 23 minutos na primeira trave e Tiago Silva subiu mais alto para definir o placar. Detalhe: o defensor do Paris Saint-Germain torna-se o primeiro zagueiro brasileiro a marcar em duas copas - já havia marcado em 2014.
     Agora o Brasil enfrenta o México na segunda-feira, dia 2, às 11h, pelas oitavas-de-final.

BRASIL: Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo (Filipe Luís 9'/1ºT); Casemiro; Willian, Paulinho (Fernandinho 20'/2ºT), Philippe Coutinho (Renato Augusto 34'/2ºT) e Neymar; Gabriel Jesus. Técnico: Tite.


SÉRVIA: Stojkovic; Rukavina, Milenkovic, Veljkovic, Kolarov; Matic, Sergej; Tadic, Ljajic (Zivkovic 29'/2ºT), Kostic (Radonjic 36'/2ºT); Mitrovic (Jovic 44'/2ºT). Técnico: Mladen Krstajić.

Árbitro: Alireza Faghani, auxiliado por Reza Sokhandan e Mohammadreza Mansouri (todos do Irã).


Costa Rica marca e todas as seleções fazem gols na Copa
Waston (19) marcou o primeiro gol costarriquenho (Divulgação FIFA)
      No outro jogo do grupo E, Suíça e Costa Rica fizeram um bom jogo e empataram em 2x2. Os suíços largaram na frente com Dzemaili, aos 31 minutos do primeiro tempo. Em jogada na área, a bola sobrou para o atacante, que encheu o pé, sem chance para Navas.       O técnico Oscar Ramírez havia prometido que a Costa Rica, mesmo eliminada, teria brios. E cumpriu a promessa. A seleção foi para cima, criou boas jogadas e perdeu boas chances no primeiro tempo. Mas logo no início da segunda etapa conseguiu o empate. Brian Ruiz cobrou escanteio e Waston cabeceou forte, longe do alcance de Sommer para fazer 1x1. Com o gol da Costa Rica, todas as 32 seleções presentes na Copa da Rússia marcaram ao menos um gol. 
      O jogo ficou equilibrado. Os suíços apertaram um pouco e organizaram o meio-campo para tentar definir o jogo nos contra-ataques, já que os costarriquenhos não diminuíram o ímpeto. A estratégia deu resultado quase no final de jogo. Em uma saída de bola errada da Costa Rica, aos 42 minutos, Drmic recebeu cruzamento da direita e chutou de primeira, no contrapé de Navas, marcando 2x1. 
      Só que a garra costarriquenha prevaleceu em busca do empate. E o fim de jogo acabou bem confuso, com participação decisiva do árbitro de vídeo. O árbitro francês Clement Turpan marcou pênalti em falta na área sobre Bryan Ruiz aos 45. Alertado pelo VAR, árbitro reviu o lance e voltou atrás. Aos 47, entretanto, Campbell dividiu com a zaga suíça e Turpan marcou pênalti - sem voltar atrás. Bryan Ruiz acertou o travessão, mas o bom goleiro Sommer deu azar: a bola bateu em suas costas e foi direto para o gol. Na súmula, inclusive, foi marcado gol contra do goleiro suíço. 
      Os suíços enfrentam os suecos na terça-feira, dia 3, às 15h.

SUÍÇA - Sommer; Lichtsteiner, Schar, Akanji e Ricardo Rodriguez; Behrami (Zakaria), Xhaka, Shaqiri (Lang), Dzemaili e Embolo; Gavranovic (Drmic). Técnico: Vladimir Petkovic.

COSTA RICA - Navas; Gamboa (Smith), Gonzalez, Acosta, Waston e Oviedo; Borges, Guzmán,(Azofeifa), Colindres (Rodney Wallace) e Bryan Ruiz; Campbell. Técnico: Óscar Ramírez.


ÁRBITRO - Clement Turpin (Fifa/França).

Suécia acorda, goleia México e se classifica com méritos

Suecos surpreenderam com jogo eficiente e conquistaram primeiro lugar no grupo (Divulgação FIFA)

      A apatia e a covardia apresentadas diante da Alemanha ficaram para trás. Em uma grande atuação coletiva, a Suécia fez a sua parte: venceu o México, conseguiu boa diferença de gols e, para coroar a boa atuação, acabou em primeiro no Grupo F, deixando para trás os mexicanos e os alemães - responsáveis pelo grande fiasco da Copa até agora. 
      Precisando de um bom resultado para evitar a eliminação, a Suécia partiu para cima do México. Logo a 1 minuto o capitão Granqvist acabou furando, dentro da pequena área, perdendo a primeira chance de gol. Aos 5 minutos foi a vez de Forsberg chutar, para grande defesa de Ochoa. A partir daí os mexicanos começaram a jogar e perderam boa chance com Vela, aos 16. Na seqüência, Forsberg perdeu mais uma chance para os suecos, que atuavam bem melhor. 
       A partida continuou da mesma forma até o intervalo. Mas no segundo tempo, a mudança ocorreu cedo. Logo aos 4 minutos, após receber bola de Claesson, Augustinsson recebeu na esquerda e mandou uma bomba diante de Ochoa para abrir o marcador. 
       Ao contrário do que ocorreu contra a Alemanha, quando fizeram o gol e recuaram, os suecos aproveitaram o momento de bobeira dos mexicanos e seguiram em cima. Aos 14 minutos, Berg foi derrubado por Moreno na área. O árbitro marcou pênalti, batido e convertido por Granqvist. Os mexicanos pareciam surpresos com a disposição sueca. tanto que Álvarez, aos 28 minutos, acabou mandando para o próprio gol, fazendo o terceiro da Suécia. 
      A apreensão tomou conta dos mexicanos, que buscavam um gol porque sabiam de que se a Alemanha fizesse contra a Coréia do Sul estariam fora da Copa. Contando com a sorte e com uma torcida após o fim da partida (que terminou antes de Alemanha x Coréia do Sul), os mexicanos respiraram aliviados com a classificação em segundo lugar. 


MÉXICO: Ochoa; Alvarez, Moreno, Herrera e Salcedo; Guardado (Jesus Corona), Gallardo (Fabián) Layún (Peralta)e Carlos Vela; Lozano e Chicharito Hernández. Técnico: Juan Carlos Osorio.

SUÉCIA: Olsen; Lustig, Lindelöf, Granqvist e Augustinsson; Claesson, Larsson (Svensson,  Ekdal (Hiljemark) e Forsberg; Berg (Thelin) e Toivonen. Técnico: Jan Olof Andersson.

Árbitro: Nestor Pitana, com Hernan Maidana e Juan Pablo Belatti (todos argentinos) como assistentes. 

FIASCO - Alemanha é humilhada pela Coréia do Sul e depois de 80 anos é eliminada numa fase de grupos da Copa

A tristeza de Reus contrastando com a festa sul-coreana (Divulgação FIFA)

      O choro de Thomas Müller ao fim da partida e a perplexidade do goleiro Manuel Neuer dão conta de um dos maiores fiascos da história do futebol alemão. Ostentando o título de campeã mundial e seleção com mais finais na história, os alemães sucumbiram diante da Coreia do Sul no início da tarde desta quarta-feira. A derrota por 2x0 não só elimina a Alemanha, que demonstrou uma apatia típica de quem fora picado pela mosca do sono e derruba a soberba e a empáfia de um time que está, sim, em decadência. 
      No início, o jogo parecia para a Alemanha. Com mais mudanças no time, Joachim Löw escalou os germânicos com mais velocidade no meio-campo e ataque. Com uma exceção; Özil. O meia do Arsenal parecia deitado eternamente em berço esplêndido ao longo da partida. Não foi substituído e, para piorar, errava passes de três metros. 
      Mas voltemos ao jogo. A Alemanha tocava bem a bola, encontrava espaços, mas não concluía. A Coréia do Sul, como franco-atiradora, atacava de vez em quando. Entretanto, chegava com mais perigo. Aos 18, em cobrança de falta de Jung, Neuer soltou, mas conseguiu se recuperar a tempo de evitar a chegada de Son. Aos 24, nova chance sul-coreana. Desta vez, em bate e rebate na área alemã, Son pegou o rebote e emendou de primeira. A bola passou perto do gol. Aos 38, após cobrança de escanteio, Werner ajeitou para Hummels, mas a zaga coreana chegou junto e a bola sobrou para Jo. 
      No segundo tempo, os sul-coreanos não abriram mão de uma virtude tipicamente oriental: a paciência. Tocando a bola e aguardando os alemães - que, nesse momento, já sabiam da vitória parcial da Suécia diante do México - os sul-coreanos até chegavam com perigo, mas as conclusões lembravam jogo de várzea em Malawi. Os alemães tentaram aos 2 minutos (com Goretzka, em cabeceio para um milagre de Jo), aos 6 minutos (com Werner) e aos 16, com Kroos. Com a informação de que a Suécia fizera 2x0 contra o México, bastava à Alemanha vencer a partida. E isso não dava sinais de acontecer.
      A melhor chance aconteceu aos 23 minutos, quando Mário Gomez subiu sozinho na área e cabeceou para defesa firme de Jo. A partir daí os sul-coreanos começaram a encontrar mais espaços no contra-ataque. Aos 26, Moon se atrapalhou todo dentro da área e perdeu a bola ao tentar um drible em Süre. Seis minutos mais tarde, Son avançou e chutou à direita de Neuer.
      O tempo foi passando e a Alemanha não criava, era lenta e, para completar, errava passes. Aos 37 Müller cabeceou torto após bom cruzamento de Kimmich. Aos 42, a melhor chance. Özil cruzou da direita e encontrou Hummels sozinho, quase na pequena área. O zagueiro, entretanto, furou a cabeceada e acertou a bola de ombro, toda desviada. 
      Até que aos 46 minutos, veio o castigo. Após rebote em escanteio, a bola bateu em Müller e sobrou para Kim Young-Gwon, na pequena área. Ele deslocou Neuer e marcou. O bandeirinha marcou impedimento, mas o árbitro Mark Geiger foi alertado pelo VAR que a bola recebida por Kim desviara nitidamente na zaga alemã, o que tiraria o impedimento. Geiger conferiu a imagem e confirmou o gol. 
      A Alemanha tentou o sufoco. Neuer virou atacante - e isso custou caro. Aos 50, o goleiro alemão perdeu a bola no campo de ataque para Ju Se-Jong. O sul-coreano fez um lançamento para Son, que partiu do próprio campo, avançou e, sem goleiro, tocou para o gol vazio, sepultando os alemães.
      A Alemanha termina como lanterna do grupo F. E volta para casa com a pior colocação na história das copas já garantida. 

COREIA DO SUL - Jo Hyeon-Woo; Lee Yong, Yun Young-Sun, Kim Young-Gwon e Hong Chul; Jang Hyun-Soo, Jung Woo-Young, Moon Seon-Min (Ju Se-Jong) e Lee Jae-Sung; Koo Ja-Cheol (Hwang Hee-Chan) (Go Yo-Han) e Son Heung-Min. Técnico: Shin Tae-Yong.

ALEMANHA - Neuer; Kimmich, Hummels, Süle e Hector (Brandt); Khedira (Mario Gómez), Toni Kroos, Goretzka (Thomas Müller), Marco Reus e Özil; Timo Werner. Técnico: Joachim Löw.

ÁRBITRO - Mark Geiger (Estados Unidos), auxiliado por .Joe Fletcher (Canadá) e Frank Anderson (EUA).

terça-feira, 26 de junho de 2018

Eficiência croata derrete Islândia e sensação da Copa é eliminada

Bravura islandesa não foi suficiente para derrotar time misto croata (Divulgação FIFA)

      Uma das sensações da Euro 2016 na França, quando chegou às quartas-de-final da competição, a Islândia encerrou a participação na primeira Copa do Mundo que disputa deixando uma sensação de que poderia ter ido um pouco mais longe. Mesmo jogando bem boa parte da partida, acabou derrotada pela Croácia por 2x1 e agora volta para casa. Os croatas, mesmo atuando com muitos reservas, mantiveram os 100% de aproveitamento e confirmaram a liderança do Grupo D.
Agora encaram a Dinamarca no domingo, enquanto os argentinos medem forças com a França, logo no primeiro jogo das oitavas-de-final, no sábado. 
      O primeiro problema dos islandeses foi o festival de gols perdidos. A falta de qualidade na conclusão impediu o sonho dos jogadores de conseguir a inédita (e que seria incrível) classificação. Mas a Islândia só aumentou o ímpeto quando chegava de São Petesburgo a informação de que Messi abrira o placar para a Argentina contra a Nigéria. Os islandeses passaram a criar chances. Aos 25 minutos e aos 29 minutos ocorreram duas boas chances, que pararam em Kalinic. Aos 39, Finnbogason tabelou com Sigurdsson e bateu colocado, com o goleiro croata já vencido, mas a bola foi para fora. Aos 46 Halldorsson arriscou um chute da entrada da área que tinha endereço certo, mas Kalinic fez grande defesa.
      No segundo tempo os croatas acordaram. Aos seis minutos, Badelj acertou o travessão. Um minuto depois, em boa jogada de Pivaric pela direita, o mesmo Badejl aproveitou sobra para fazer 1x0. 
      A Islândia foi para cima. Aos nove minutos, Ingasson, de cabeça, quase marcou. Um minuto depois, o mesmo jogador testou firme, no travessão, após escanteio. A pressão islandesa deu resultado Aos 29 minutos, Sigurdsson cruzou e a bola pegou no braço de Lovren. O árbitro marcou pênalti, que o mesmo Sigurdsson bateu para empatar. Com substituições mais ousadas (chegou a trocar um zagueiro por um centroavante) o técnico Heimir Hallgrimsson colocou o time mais para frente ainda. Mas aos 44 veio o castigo. Perisic invadiu a área e bateu cruzado para a rede, definindo o jogo. 

ISLÂNDIA - Halldorsson; Saevarsson, Ingasson, Ragnar Sigurdsson (Sigurdarson) e Magnusson; Gunnarsson, Hallfredsson, Gudmundsson, Gylfi Sigurdsson e Bjarnasson (Traustason); Finnbogason (Gudmundsson). Técnico: Heimir Hallgrimsson.

CROÁCIA - Kalinic; Jedvaj, Corluka, Caleta-Car e Pivaric; Badelj, Kovacic (Rakitic), Pjaca (Lovren), Modric (Bradaric) e Perisic; Kramaric. Técnico: Zlatko Dalic.

Árbitro: Cuneyt Çakor, tendo como assistentes B. Duran e T Ongun (todos da Turquia).

Tango sem tragédia

Argentinos tiveram raça e superaram nigerianos no final da partida (Divulgação FIFA)


     Qualquer fã de futebol precisa, deve, tem obrigação de admitir: até o momento o jogo da Argentina contra a Nigéria foi um dos melhores da Copa. Pela carga de dramaticidade, pela emoção, por ser um bom jogo, por ser nosso maior rival futebolístico, por ter Messi. A razão não interessa, mas a classificação dos hermanos na bacia das almas valeu a pena para quem gosta do esporte.
      A Argentina começou melhor, criando oportunidades. Com uma escalação diferente - e até ousada - os comandados de Jorge Sampaoli buscaram o gol. E ele saiu cedo. Aos 14 minutos, lançamento primoroso de Banega para Messi. O craque dominou na coxa como se fosse uma peteca de penas. alisou a pelota como um sabonete a escorregar pelas canelas e na saída do goleiro nigeriano concluiu de perna direita (que não é a boa) para fazer 1x0.
      A Nigéria parecia meio atordoada. Tentou conter o meio-campo argentino colocando dois homens em cima de Messi, mas como Banega era o destaque, havia um buraco que nem a equipe do DNIT conseguia resolver. 
       No segundo tempo o jogo pegou fogo. Aos cinco minutos, confusão na área argentina e o árbitro pediu auxílio ao árbitro de vídeo para analisar se Balogun foi atingido por Mascherano. O VAR confirma e Mascherano ainda leva amarelo. Moses cobra com categoria e empata: 1x1.
      A Argentina foi para o tudo ou nada. Mas a grande oportunidade foi da Nigéria. Ighalo aos 30 concluiu para fora, dentro da área. O lance gerou reclamação de pênalti pelos nigerianos, já que a bola bateu na mão de Rojo. Após revisar o lance no VAR, o árbitro deu continuidade ao jogo, alegando que, primeiro, a bola batera na cabeça do zagueiro argentino - o que, segundo orientação da Comissão de Arbitragem da FIFA, deve ser levado em conta para marcar ou não pênaltis. E o jogo prosseguiu.
    O técnico argentino Jorge Sampaoli arriscou. Tirou Tagliafico e colocou Aguero. Aos 35, Higuain recebeu cruzamento de Messi, mas chutou por cima. A Argentina fazia blitz no campo de ataque e os nigerianos não conseguiam puxar o contra-ataque. Aos 43, Pavón cruzou da direita e Rojo, mesmo sendo zagueiro, foi o melhor centroavante que a Argentina teve na Copa. De perna direita (vale destacar que o jogador é canhoto) mandou de primeira, um petardo, vencendo o goleiro Uzoho. Era o tango com final feliz. A partir daí até Messi deu carrinho e catimbou, marcou e foi um dos que mais vibrou ao final da partida. 

NIGÉRIA: Uzoho, Balogun, Ekong e Omeruo (Iwobi - 44'/2ºT); Moses, Etebo, Mikel, Ndidi e Idowu; Iheanacho (Ighalo - Intervalo) e Musa (Simy - 46'/2ºT). Técnico: Gernot Rohr.

ARGENTINA: Armani, Mercado, Otamendi, Rojo e Tagliafico (Aguero - 34'/2ºT); Mascherano, Enzo Pérez (Pavón - 15'2ºT), Banega e Messi; Di María (Meza - 26'/2ºT) e Higuaín. Técnico: Jorge Sampaoli.

Árbitro: Cuneyt Cakir, tendo como auxiliares Bahattin Duran e Tarik Ongun (todos da Turquia).


Peru endurece e quebra tabu histórico

Guerrero marcou o segundo gol peruano diante da Austrália (Divulgação FIFA)

      Era a Austrália quem podia se classificar. Mas a disposição e a raça peruana foram a tona da partida entre as seleções no final da manhã desta terça-feira. Com gols de Paolo Guerrero e Carrillo, o Peru bateu os australianos por 2x0. Foi o primeiro gol marcado na Copa por um jogador que atua no Brasil (ainda, caso de Guerrero). O resultado também quebrou um tabu, já que há 36 anos (desde 1982), o Peru não marcava gols em uma Copa. E desde 1978, quando bateu o Irã por 4x1, não venciam. 
      Os australianos iniciaram melhor a partida, mas apenas com o controle das ações porque, conclusões mesmo, não havia. Até que o Peru decidiu atacar. E foi certeiro. Guerrero foi lançado aos 18 minutos e acionou Carrillo. O atacante bateu de primeira e marcou um belo gol, inaugurando o placar. 
      O time treinado pelo holandês Bert van Marwijk voltou a mostrar o mesmo problema das duas partidas anteriores. Os australianos ficavam com a bola, criavam espaços, mas na hora de chutar em gol eram piores que os times da Segunda Divisão pernambucana. Gallese, o goleiro peruano, praticamente só cobrou tiros de meta durante a partida.
      Mesmo com marcação no campo adversário no segundo tempo, os australianos sofreram novo revés cedo. Aos cinco minutos, Trauco tabelou com Cueva, e passou a Guerrero, que mandou para as redes. 
      Para não dizer que a Austrália não se destacou, fica a participação do atacante Tim Cahill. Aos 38 anos, ele participou da partida e marcou sua quarta participação em mundiais, um recorde para um jogador australiano. 

AUSTRÁLIA: Ryan; Risdon, Sainsbury, Milligan, Behich; Jedinak, Mooy; Leckie, Rogic (Irvine), Kruse (Arzani); Juric (Cahill). Técnico: Bert van Marwijk.

PERU: Gallese; Advíncula, Ramos, Santamaría, Trauco; Tapia (Hurtado), Yotún (Aquino); Carrillo (Cartagena), Flores, Cueva; Guerrero. Técnico: Ricardo Gareca.

Árbitro: Sergei Karasev, auxiliado por Anton Averianov e Tikhon Kalugin (todos da Rússia).

França e Dinamarca fazem fiasco, empatam em 0x0 e tomam vaia sonora no final

Partida foi ruim, mas serviu para as duas seleções se classificarem às oitavas (Divulgação FIFA)

      Em uma partida que definiu a liderança do grupo C, França e Dinamarca fizeram o favor de promover o primeiro 0x0 do mundial de 2018. Destaque, mesmo, para a arbitragem do brasileiro Sandro Meira Ricci - foi a segunda participação dele no comando nesta Copa. 
      Aos 14 minutos, uma tabela entre Hernandez e Giroud, com a conclusão do centroavante e boa defesa de Schmeichel. Aos 29, a resposta dinamarquesa. Em contra-ataque rápido, Cornellius cruza da esquerda e Ericksen chuta, mas Mandada sai e abafa, impedindo o gol. Aos 32 minutos, mais uma vez a França tenta, desta vez com Dembele, mas a bola passa à direita do gol dinamarquês.
      Aos 39 foi a vez de Griezmann arriscar de fora da área, mas Schmeichel pegou tranquilo. A curiosidade apareceu aos 47 minutos. Ricci deu cartão amarelo a Jorgensen por falta em Griezmann. O problema é que na hora de os franceses cobrarem a infração, o árbitro encerrou o primeiro tempo. E aí toda a torcida francesa no estádio (e na França também) não pouparam o brasileiro de uma sonora vaia. 
      O que se tornaria o "Jogo das Vaias" no mundial ganharia corpo a partir dos 35 minutos do segundo tempo. Embora a partida tivesse chance para ambas as seleções, casos de Ericksen para a Dinamarca (aos 9 e aos 14 minutos) e Fekir (com um belo chute de fora da área aos 37, obrigando Schmeichel a fazer boa defesa), o jogo foi se tornando sonolento, modorrento. A partir dos 30 minutos do segundo tempo, a Dinamarca começou a tocar a bola na defesa e a se livrar dela quando atacada, provocando o início das vaias pela torcida francesa. A entrada de Mbappé deu uma agitada no jogo, porque ele buscou a partida e até tentou o que os demais não queriam: o gol. Entretanto, com a partida entrando nos acréscimos, as duas seleções arrefeceram o ritmo. E aí a vaia, que era francesa, se tornou universal. O apito final de Sandro Meira Ricci resultou no espetáculo mais inglório da Copa até agora. Uma vaia trepidante. 


DINAMARCA: Schmeichel; Larsen, Kjaer, Christensen, Dalsgaard; Delaney (Lerager 46'/2ºT), M. Jørgensen; Braithwaite, Eriksen, Sisto (Fischer 14'/2ºT); Cornelius (Dolber 29'/2ºT). Técnico: Age Hareide.


FRANÇA: Mandada; Sidibé, Varane, Kimpembe e Lucas Hernández (Mendy 4'/2ºT); Kanté, N'Zonzi, Dembélé (Mbappé 32'/2ºT), Griezmann (Fekir 23'/2ºT) e Lemar; Giroud. Técnico: Didier Deschamps.

Árbitro: Sandro Meira Ricci, auxiliado por Marcelo Van Gasse e Emerson Carvalho (todos brasileiros)

segunda-feira, 25 de junho de 2018

VAR evita fiasco da Espanha diante do Marrocos

Aspas entrou no segundo tempo e marcou no fim (Divulgação FIFA)

      Dizer que Espanha x Marrocos foi um jogo ruim seria mentir. Da mesma forma seria dizer que a "Fúria" não merecia ganhar. Mas o resultado final em 2x2 valeu pela valentia marroquina e disposição em enfrentar a campeã mundial de 2010 de igual para igual dentro de suas limitações. E para a Espanha é uma oportunidade de aprender que, se não houver concentração, a volta para casa é logo ali. Aliás, o árbitro de vídeo foi fundamental para o ponto espanhol que garantiu a liderança do grupo B da Copa.
      Os marroquinos fizeram um bom primeiro tempo, com marcação nos principais jogadores hispânicos e chegando à frente. Aos 14 minutos, Boutalib aproveitou uma falha incrível de Sérgio Ramos, avançou e tocou na saída de De Gea para abrir o marcador. A alegria não demorou muito. Os espanhóis empataram com Isco aos 19, após boa trama que contou com participação de Iniesta e Diego Costa. 
      No segundo tempo, os espanhóis pareciam picados pela mosca do sono. A indolência custou caro. Aos 36 minutos, Youssef En-Nesyri  cabeceou forte, após cruzamento de Fajr depois da batida de escanteio.  
      Aspas foi decisivo para o empate. O meia aproveitou cruzamento de Carvajal aos 46 minutos e desviou na saída do goleiro marroquino. Entretanto, o árbitro uzbeque Ravshan Irmatov  consultou o VAR. Embora o lance fosse difícil, talvez o de maior dificuldade até agora no Mundial, o árbitro confirmou o gol e decretou o resultado final em 2x2.
      Com o resultado, a Fúria terminou em primeiro e pega a Rússia no dia 1º de julho, enquanto Portugal vai enfrentar o Uruguai, campeão do grupo A. 

ESPANHA: De Gea, Dani Carvajal, Gerard Piqué, Sergio Ramos, Jordi Alba; Sergio Busquets, Thiago Alcântara (Asensio), David Silva, Andrés Iniesta, Isco; Diego Costa (Iago Aspas).Técnico: Fernando Hierro.

MARROCOS: El Kajoui, Dirar, Da Costa, Hakimi; El Ahmadi, Boussoufa, Amrabat, Belhanda (Fajr), Ziyach; Boutaib (En-Nesyri). Técnico: Renard Herve.

Árbitro: Ravshan Irmatov, auxiliado por Abduxam Rasulov e Jakhongir Saidov (todos do Uzbequistão).

A classificação é portuguesa, mas o brio é iraniano

Imagem de torcedor iraniano com "lágrima verde" já é uma das mais vistas no mundo (Divulgação FIFA)

   Portugal e Irã fizeram um jogo histórico para definir o grupo B da Copa. Se Portugal teve praticamente 70% de posse de bola, um gol e um pênalti a favor, não criou praticamente mais nada ao longo da partida. E ainda teve sorte de Enrique Cáceres ser abatido pelo gene da covardia por não ter coragem de expulsar o craque lusitano após acertar um soco em zagueiro iraniano. Com o 1x1 os portugueses se classificaram. O desespero dos iranianos, inconformados com a desclassificação, no entanto, foi o que mais chamou atenção. 
      Logo aos dois minutos, a primeira chance portuguesa. Cristiano Ronaldo avançou pela esquerda e bateu forte, para defesa de Beiranvand. O arqueiro iraniano, entretanto, protagonizou três lances bizarros em sequência. Primeiro, furou em bola em dois cruzamentos portugueses. Depois cobrou forte o zagueiro Housseini, que saiu junto com ele em uma bola. Não satisfeito, deu um safanão no companheiro de equipe. Outros jogadores afastaram o goleiro.
      Embora Portugal criasse boas jogadas, não concluía a gol. A melhor chance da partida havia sido do Irâ. Em cobrança de falta aos 44 minutos, Ezatolahi cabeceou livre, mas a bola saiu fraca e Rui Patrício pegou. Um minuto depois, o castigo. Quaresma recebeu de Adrien Silva  e de três dedos, na entrada da área, acertou um chute no ângulo, abrindo o marcador. 
      O segundo tempo começou com Portugal disposto a matar o jogo. Aos 4 minutos, polêmica: Cristiano Ronaldo foi derrubado por Ezatohali dentro da área, mas o árbitro mandou seguir. Alertado pelo VAR, Enrique Cáceres revisou o lance e marcou o pênalti. Os iranianos "buzinavam" no ouvido do artilheiro luso impropérios antes da cobrança. E parece ter dado resultado: CR7 bateu forte no canto direito, mas Beiranvand  voou para pegar. 
      Com o passar do tempo, os portugueses optaram por tocar mais a bola e acabaram atraindo os iranianos, que passaram a pressionar. Até que com a proximidade do fim do jogo (que passou a ter muitas faltas) aconteceu o imprevisível: Cristiano Ronaldo acertou Pouraliganji com um soco. O atacante foi parar no VAR. E após revisar o lance, Enrique Cáceres deu apenas o amarelo - mas foi o suficiente para fazer CR7 sumir do jogo. 
      Aos 43 minutos, o lance emblemático: em disputa de bola na área, Cedric, com os braços estendidos, impede a passagem da bola. O árbitro não marcou nada, mas quando a bola parou os iranianos reclamaram muito e o VAR alertou para revisão do lance. Cáceres marcou o pênalti. Ansarifard bateu e empatou.
       E aos 49 minutos ocorreu o lance que desesperou os iranianos. A bola foi alçada para a área portuguesa e sobrou para Taremi. Sozinho, o atacante chutou para fora, com Rui Patrício já batido. 
      Ainda sobrou tempo para reclamações iranianas. Isso porque o árbitro deu seis minutos de acréscimo, mas a partida ficou paralisada por quatro minutos no pênalti iraniano para a conferência via VAR. O problema é que o árbitro paraguaio não compensou o tempo - e quando o relógio chegou aos 51 minutos, trilou o apito.
      As cenas que vieram a seguir foram dramáticas. Torcedores iranianos nas arquibancadas em prantos - homens, mulheres e crianças. Dentro de campos, os jogadores não conseguiam deixar o campo. Estavam em choro convulsivo. Sabiam que a oportunidade ficara diante deles e haviam desperdiçado. 
      Nessas horas fica a lembrança do escritor uruguaio Eduardo Galeano, autor da obra "Futebol ao Sol e à Sombra": o futebol é o esporte mais justo entre os injustos e injusto dentre os justos, pois permite ao inferior sonhar e ao pior ganhar. 

IRÃ: Beiranvand; Ramin, Hosseini, Pouraliganji e Haji Safi (Mohammadi); Ezatolahi (Ansarifard), Jahanbakhsh (Ghoddos), Mehdi Taremi, Omid e Amiri; Sardar. Técnico: Carlos Queiroz

PORTUGAL: Rui Patrício; Cédric, Pepe, Fonte e Raphael Guerreiro; William, Adrien, Quaresma (Bernardo Silva) e João Mário; Cristiano Ronaldo e André Silva (João Moutinho). Técnico: Fernando Santos.

Árbitro: Enrique Cáceres, tendo como assistentes: Eduardo Cardozo e Juan Zorrilla (todos do Paraguai).


Jogo histórico, emocionante e com muito trabalho para o VAR

El-Hadary pegou pênalti, quebrou recorde, mas saiu derrotado (Divulgação FIFA)
Sauditas celebram vitória no final da partida (Divulgação FIFA)
      Se havia uma partida para apostar em um placar 0x0 essa era Arábia Saudita x Egito. Afinal, as duas seleções já estavam eliminadas e praticamente sem ambições na Copa. Ledo engano. Embora a partida fosse marcada por inúmeros passes errados e bolas que não conectavam o nada ao lugar nenhum, a partida foi emocionante e histórica. 
      No apito de Wilmar Roldán, o jogo já entrou para a história. O goleiro egípcio Essam El-Hadary tornou-se o atleta mais velho a participar de uma Copa do Mundo, aos 45 anos. E o destino quis que ele trabalhasse ao longo da partida.
      Entretanto, foi o Egito quem abriu o marcador. E sempre por ele, Mohamed Salah. Aos 21 minutos, o atacante do Liverpool recebeu lançamento de Abdalla e tocou por cobertura, fazendo um belo gol. Pouco tempo depois, o "Faraó" perderia um gol que custaria caro, ao ser lançado, ficar frente a frente com o goleiro saudita e chutar para fora.
      A partir daí os árabes se encheram de brios e partiram para cima dos egípcios. E o sistema de árbitro de vídeo teve papel decisivo. Aos 37 minutos, Al-Shahrani cruzou para a área egípcia e a bola desvia na mãeo de Fath. Os árabes reclamam e o árbitro pede apoio do VAR, que confirma o pênalti. Mas Al-Muwallad bate e El-Hadary espalma, fazendo história mais uma vez. 
      A alegria durou pouco. Aos 46, Al-Dawsari caiu dentro da área após choque com Ali Gabr. Na hora, Roldan apontou a cal, mas recorreu novamente ao VAR, que confirmou o pênalti após quase quatro minutos de dúvida. Al-Faraj deslocou o goleiro e empatou.
      No segundo tempo a Arábia Saudita foi melhor. O Egito apostava nos contra-ataques. Após algumas chances de lado a lado, a partida se encaminhava para o fim. Até que aos 48 minutos. Após uma bola alçada para área e um bate e rebate, Em-Dawsari chutou cruzado de primeira e marcou o gol da vitória saudita. Os árabes não venciam uma partida em Copa do Mundo desde 1994. 

ARÁBIA SAUDITA: Yasser Almosailem; Al-Burayk, Osama Howsawi, Motaz Hawsawi e Yasser Al-Shahrani; Abdullah Otayf, Salman Alfaraj, Hussain Almoqahwi; Hatan Bahbri (Muhannad Asiri), Salem Aldawsari e Fahad Almuwallad (Al-Shehri). Técnico: Juan Antonio Pizzi

EGITO: Essam El-Hadary; Ahmed Fathi, Ali Gabr, Ahmed Hegazi e Mohamed AbdelShafy; Tarek Hamed, Mohamed Elneny; Mahmoud Trezeguet (Kahraba), Abdallah Said (Amr Warda) e Mohamed Salah, Marwan Mohsen (Ramadan Sobhy). Técnico: Héctor Cúper.

Árbitro: Wilmar Roldan, auxiliado por Alexander Guzman  e Cristian de la Cruz (todos da Colômbia)

Celeste detona Rússia com mão do treinador adversário

Suárez marcou segundo gol na Copa, o primeiro da vitória contra a Rússia (Divulgação FIFA)

      O Uruguai não tomou conhecimento dos donos da casa. Na garra, no destemor e na impetuosidade, a Celeste bateu a Rússia por 3x0 e conquistou o primeiro lugar do grupo A da Copa. Agora, aguarda o adversário para enfrentar no sábado pelas oitavas-de-final do mundial - pode ser Portugal, Irã ou Espanha.
      O jogo já começou mal para a Rússia. O técnico Stanislav Cherchesov quis poupar alguns jogadores - entre eles Golovin e Mário Fernandes. O resultado foi uma Rússia atabalhoada e desentrosada, que até começou pressionando, com Cheryshev chutando para ótima defesa de Muslera. O Uruguai, no entanto, era perigoso nos contra-ataques. E num deles, aos nove minutos, abriu o placar. Cavani sofreu falta na entrada da área. Suárez mandou uma pancada de pé direito no canto de Akinfeev e fez 1x0.
      Quando os russos buscavam se recuperar do direto no queixo, veio um cruzado na boca do estômago. Aos 22, Laxaut, de grande atuação, arriscou de fora da área. A bola bateu em Cheryshev e foi no canto, assinalando o segundo gol da Celeste. Para piorar, um dos reservas russos colocados em campo por Cherchesov, Smolnikov, foi expulso por falta em Cavani aos 28 minutos.
    No segundo tempo, aos 9 minutos, um fato curioso: o jogador uruguaio Nandez, em uma dividida com Smolov, cabeceou no chão, como se estivesse driblando. E ainda empinou a bola com o nariz, como se fosse uma foca, completando com mais uma "cabeçada rasteira". Para completar, o uruguaio ainda reclamou ao árbitro uma falta no lance.
      A Rússia ainda tentou pressionar. Muitas bolas foram erguidas para Dzyuba - e ele ganhou as disputas de cabeça com Godin na maioria das vezes. Mas não havia chegada à frente dos russos e as jogadas se perdiam. A melhor chance ocorreu aos 28 minutos, quando Dzyuba, após Muslera sair jogando errado, recebeu a bola, cortou Coates e concluiu na arquibancada. Não era mesmo o dia dos russos, que ainda viram o adversário dar trabalho para Akinfeev nos últimos minutos. Cebola Rodríguez quase marcou aos 43, com grande defesa do arqueiro russo. Na cobrança de escanteio, Akinfeev fez milagre ao defender a queima-roupa um cabeceio de Godín, mas a bola sobrou para Cavani - que desencantou e marcou seu primeiro tento na Copa, definindo o placar. 

URUGUAI - Muslera; Cáceres, Coates, Godín e Laxalt; Vecino, Bentancur (Bentancur), Torreira e Nández (Cristian Rodríguez); Luis Suárez e Cavani (Maxi Gómez). Técnico: Óscar Tabárez.

RÚSSIA - Akinfeev; Smolnikov, Kutepov, Ignashevich e Kudriashov; Zobnin, Gazinskii (Kuzyaev), Samedov, Miranchuk (Smolov) e Cheryshev (Mário Fernandes); Dzyuba. Técnico: Stanislav Cherchesov.

Árbitro: Malang Diedhiou, tendo como assistentes: Djbril Camara e El Hadji Samba (todos do Senegal).

domingo, 24 de junho de 2018

Do tombo de Tite à media de gols: os destaques da segunda rodada da Copa

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Reprodução

      Encerrada a segunda rodada da fase de grupos da Copa, os números e curiosidades começam a aparecer de forma mais intensa. Interessante é salientar que a média de gols (foram 47 em 16 jogos) é muito boa (2,93). A grande novidade da Copa até o momento é a ausência do 0x0. Nenhum foi registrado até agora. A chance, diga-se de passagem, aumenta a partir de agora pela questão de os empates classificarem equipes que podem não querer se abrir nas partidas decisivas. 
      A segunda rodada apresentou a maior goleada da Copa até agora (Inglaterra 6x1 Panamá). Mas o destaque da partida vai também para a torcida panamenha, que vibrou como se conquistasse um título pelo gol marcado por Baloy, o primeiro do país em um mundial. A emoção foi tamanha que os atletas panamenhos choraram.
      Claro, não dá para deixar de lado as vitórias no sufoco. O Brasil foi protagonista da primeira, ao bater a Costa Rica por 2x0 depois do tempo regulamentar. Destaque para o tombo do técnico Tite, que não viu o goleiro reserva Éderson por perto, tropeçou nele e estatelou-se no chão, mostrando os fundilhos de sua calça de linho preto para todo o planeta. A outra vitória na cara e na coragem foi da Alemanha. Com a dramaticidade de ser aos 50 minutos do segundo tempo. O autor, Toni Kroos, vibrou com um sangue latino - talvez, fruto da remanescente estada dos alemães no Brasil com o título da Copa 2014.
      Outra coisa que chama atenção até agora é o pouco número de cartões vermelhos. Foram dois até agora - um de Sanchèz, da Colômbia, contra o Japão e na segunda rodada o de Boateng (Alemanha) contra a Suécia. Aliás, o jogador deveria ter sido expulso anteriormente. E a partida teve um erro clamoroso do árbitro de vídeo - só ele não viu a falta de Boateng em Berg. Era uma clara e manifesta situação de gol, o que deveria gerar a expulsão do zagueiro.
      Tivemos ainda o VAR, árbitro de vídeo, salvando a pelo do juiz - a favor e contra. A favor porque alguns porque o árbitro não viu (como o pênalti para a Austrália contra a Dinamarca ou a favor da Islândia - desperdiçado - contra a Nigéria). E o caso mais emblemático, do pênalti marcado em cima de Neymar contra a Costa Rica, onde o VAR apontou que não foi falta (e não foi mesmo). 
      A Copa apresenta ainda situações históricas. A presença das iranianas torcendo por sua seleção na Rússia, tendo em vista que no Irã não podem frequentar estádios. Ou ainda a princesa japonesa que assistiu a Japão 2x2 Senegal, mesmo que as relações diplomáticas entre a Terra do Sol Nascente e a Rússia sejam delicadas. Prova disso é que um membro da família real japonesa não pisava oficialmente em solo russo há 101 anos. 
      Entre as decepções, a Argentina. A equipe de Jorge Sampaoli tem uma dificuldade imensa na mecânica de jogo. Levou 3x0 da Croácia com direito a linha de passes no terceiro gol, marcado por Rakitic. Messi parece uma melancia podre entre o meio-campo e o ataque dos hermanos. E a zaga argentina na Copa justifica a perplexidade dos gaúchos por Sampaoli não levar Cuesta (Inter) e Kannemann (Grêmio) para o mundial. Outro destaque fica para a Polônia, pela primeira vez na condição de cabeça-de-chave e que já está eliminada depois de perder para a Colômbia por 3x0.
      Um destaque final vai para a Tunísia. Não por algum feito dentro de campo ou por mal comportamento de seus torcedores. Mas porque a seleção conseguiu a proeza de ter seis (isso mesmo, seis) atletas com lesões médias ou graves e que estão fora da Copa. Já estariam porque a Tunísia perdeu as duas partidas, mas ficar fora por lesão é muito azar. E também um lado negativo: o comportamento dos torcedores, criando um mar de assédios a mulheres durante a Copa. Neste último item, só resta a mim lembrar uma frase de pára-choque de caminhão: onde está o homem está a imperfeição. E no caso dos agressores, eles deveriam curtir sua imperfeição atrás das grades, para tentar aprender. 

Salsa colombiana manda primeiro cabeça-de-chave da Copa para casa

Cuadrado sela a vitória colombiana contra a Polônia (Divulgação FIFA)

      Em uma partida disputada com a corda no pescoço para ambas as seleções, Colômbia e Polônia encerraram a segunda rodada da fase de grupos da Copa. Melhor para os jogadores da terra do café, que impuseram um contundente 3x0 sobre os poloneses - e mandaram os conterrâneos do papa João Paulo II para casa.
      No primeiro tempo, a Polônia até começou melhor, mas os colombianos passaram a tocar a bola e ter mais consistência entre o meio campo e o ataque. Isso acabou fazendo com que os poloneses ficassem a maior parte do tempo no campo de defesa. Não houve grandes chances até os 35 minutos, quando Cuadrado fez grande jogada pela direita, passou por dois poloneses e chutou para defesa de Szczesny.
      O gol colombiano saiu aos 39 minutos, mais uma vez em jogada pela direita de ataque. Quintero passou a James Rodriguéz, que ergueu a bola na cabeça de Mina. Szczesny tentou sair do gol, mas o ex-zagueiro palmeirense se antecipou para abrir o placar.
      No segundo tempo, a Polônia abriu um pouco mais o time. A melhor oportunidade surgiu aos 13 minutos, quando Krychowiak fez um belo lançamento para Lewandowski. O centroavante do Bayern de Munique dominou com categoria e chutou forte, mas Ospina saiu bem e impediu o gol. Quando os poloneses pareciam pressionar, veio o segundo gol colombiano. Quintero fez bela assistência para Falcão Garcia, aos 25 minutos. O atacante bateu de trivela, com o pé direito, vencendo Szczesny e marcando 2x0.
      A partir daí a Polônia se desmanchou. Aos 29, James Rodriguéz (o nome do jogo) ficou entre três poloneses. Mesmo assim, achou uma brecha para enfiar a bola para Cuadrado. O meia da Juventus (Itália) correu sozinho, avançou e na saída do goleiro marcou 3x0.
      A única chance polonesa depois disso aconteceu aos 43 minutos, quando Lewandowski chutou de fora da área no ângulo, mas Ospina espalmou. Uribe ainda perdeu um gol ao tentar fazer de calcanhar, depois de dividida na área, mas a zaga polonesa afastou.
      Com o resultado, os colombianos estão vivos na Copa. Precisam vencer o Senegal para se classificar. Até podem, devido ao saldo de gols, empatar com os africanos, mas precisam torcer para derrota do Japão diante da Polônia. 
      Aliás, a curiosidade: de todos os cabeças-de-chave do mundial, a Polônia é a única matematicamente eliminada. E, de quebra, foi a primeira seleção europeia a ser derrotada por uma sul-americana no mundial 2018.

POLÔNIA: Szczesny; Piszczek, Bednarek e Pazdan (Glik); Krychowiak, Goralski, Bereszynski (Teodorczyk) e Rybus; Zielisnki, Lewandowski e Kownacki (Grosicki) Técnico: Adam Nawalka.

COLÔMBIA: Ospina; Arias, Davinson Sanchez, Mina e Mojica; Aguilar (Uribe), Barrios, Cuadrado, Quintero (Lerma) e James Rodriguez; Falcao (Bacca) Técnico: Jose Pekerman.

Árbitro: Cesar Ramos, tendo como auxiliares: Marvin Torrentera e Miguel Hernandez (todos do México).

Japão e Senegal empatam com direito a visita histórica na Rússia

Seleções asiática e africana realizaram um grande jogo (Divulgação FIFA)
      Um bom jogo, com muitas chances claras de gol e resultado justo. Assim pode ser definida a partida entre Japão e Senegal pelo grupo H da Copa. O empate em 2x2 acabou sendo justo pela produção das equipes, que buscaram o gol na maioria do tempo. 
      Logo aos 11 minutos o Senegal abriu o placar. Em um chute de Sabaly, o goleiro japonês Kawashima vai soquear a bola, que bate na canela de Mané e vai para o gol. 
      Mas os nipônicos não se entregaram. Aos 34, Inui recebe passe de Nagatomo, ajeita e manda uma boma, de pé direito, empatando a partida. 
     Aos 38, Niang foi lançado em velocidade e chutou, mas Kawashima saiu bem e impede o gol. Um minuto depois, Haraguchi faz jogada pela direita e conclui perto do gol. 
No segundo tempo o jogo não foi tão corrido. Mas aos 15 minutos, após jogada pela direita, Osako furou dentro da pequena área, com o goleiro senegalês N'Dyaie. Aos 20, Osako faz grande jogada no contra-ataque em velocidade e Inui chuta colocado no travessão. 
      Aos 25, após jogada pela esquerda, Sabaly manda para a área, a bola cruza e chega no lado esquerdo para Wagué,que bate forte, longe do alcance de Kawashima, fazendo 2x1. Aos 29, Koulibaly salva após conclusão de Osako em rebote de escanteio. Mas aos 35, após cruzamento de Nagatomo, N'Dayie sai mal do gol e a bola sobra para Honda empatar mais uma vez, após cruzamento de Inui. 
      Destaque também, nas tribunas, para a princesa japonesa Hisako Takamado. Isso porque depois de 101 anos acontecia uma visita oficial da família real japonesa à Rússia. Para se ter ideia, neste período, o país era comandado pelos czares, passou pelo comunismo, Guerra Fria, Perestroika e Putin. Algo que só uma Copa pode proporcionar. 
      
   

Goleada e classificação inglesa com novo artilheiro da Copa... e festa panamenha

Torcedor panamenho vibra com golzinho marcado por Baloy (Divulgação FIFA)
Kane é goleador da Copa com cinco gols (Divulgação FIFA)
      Inglaterra e Panamá fizeram um jogo interessante na manhã deste domingo. O Panamá aproveitava a distração dos ingleses e avançava em bloco nos contra-ataques. Logo aos 6 minutos, Gomez perdeu uma chance incrível, ao receber sozinho na entrada da área. Ao melhor estilo centroavante do Íbis, de Pernambuco (considerado o pior time do mundo), chutou na arquibancada.
      Contra o "English Team" não pode haver vacilos. Dois minutos mais tarde, Sterling bateu escanteio e Stones, sem marcação alguma, cabeceou forte e abriu o placar. 
      Curioso é que o Panamá seguia em cima dos ingleses. Aos 15, Barcenas chutou de fora da área e a bola passou raspando a trave esquerda. Mas aos 19, outra ducha fria: Lingard recebeu na área e foi derrubado. Pênalti batido e convertido por Kane. Aos 35, após boa troca de passes, Lingard chutou de fora na área no ângulo. Golaço. Inglaterra 3x0. Aos 40, em falta cobrada para a área, Sterling cabeceou, o goleiro panamenho salvou, mas Stones, no rebote, fez o quarto gol inglês e o segundo dele na partida. 
      Aos 44, o lance mais curioso do jogo. Três jogadores panamenhos, em cobrança de escanteio, fizeram pênalti ao mesmo tempo: Escobar, Murillo e Godoy - em cima de Kane, Stones e Lingaard. O árbitro egípcio decidiu escolher Escobar como responsável e ainda deu cartão amarelo ao jogador. Kane bateu e fez o segundo gol dele na partida - o quarto do centroavante do Tottenhamm na Copa e o quinto inglês no jogo.
      No segundo tempo, aos 16 minutos, Loftus-Cheek bate de fora da área. A bola desvia no calcanhar de Kane e entra. Era o sexto gol inglês e, ao mesmo tempo, o quinto de Kane, novo goleador da Copa. No mesmo lance, o centroavante é poupado e dá lugar a Vardy. 
     Mas aos 31 o estádio veio abaixo. Isso porque, após cobrança de falta, o ex-zagueiro gremista Baloy mandou para as redes. E a torcida panamenha foi à loucura: comemorou como se fosse um gol de título. E os próprios jogadores não ficaram muito atrás e abraçaram o zagueiro de 38 anos, que também atuou no Atlético-PR.
      No final, o 6x1 marcou a maior goleada da Copa, classificou Inglaterra e Bélgica e, por ironia do destino, trouxe alegria ao torcedor panamenho.

INGLATERRA - Pickford; Walker, Stones e Maguire; Trippier (Rose), Loftus-Cheek, Henderson, Lingard (Delph) e Young; Sterling e Harry Kane Vardy. Técnico: Gareth Southgate.

PANAMÁ - Penedo; Murillo, R. Torres, Escobar e Davis; Gomez (Felipe Baloy), Cooper, Godoy (Ricardo Ávila), Barcenas (Arroyo) e J. Rodríguez. Perez. Técnico: Gomez Hernan.


ÁRBITRO - Ghead Grisha (Egito)

   

sábado, 23 de junho de 2018

O dia de dramas na Copa


      Foi um sábado atípico para quem gosta de Copa do Mundo. Alguns elementos da tragédia grega participaram ativamente das três partidas deste dia 23. É claro que nenhum superou em dramaticidade a vitória alemã sobre a Suécia por 2x1, com um golaço de Toni Kroos aos 50 minutos do segundo tempo. Mas belgas e mexicanos também apresentaram suas artes perante a plateia que acompanha, atenta, o mundial.
A estrela: Lukaku
Lukaku já tem quatro gols na Copa (Divulgação FIFA)
      O atacante do Manchester United poderia aproveitar o dia de hoje e fazer um trocadilho (infame) com o seu nome de guerra: Lukaku estava com a macaca. Ele marcou dois gols sobre a Tunísia na goleada por 5x2 que praticamente garante os belgas nas oitavas-de-final. Claro, as Cataratas do Iguaçu podem se tornar um deserto, o Saara pode virar mar e o chimarrão pode virar produto-símbolo da Bahia. Mas, caso isso não aconteça, a tendência é que a Inglaterra vença o Panamá neste domingo, se classifique e carregue os belgas consigo - as duas seleções se enfrentariam dia 28 apenas para definir quem fica em primeiro no grupo G.
      Além de Lukaku, Hazard também deu azar para a Tunísia ao marcar outros dois gols. Batshuayi completou o placar. Para a Tunísia, descontaram Bronn e Khaziri.
      O drama tunisiano não envolveu apenas a derrota. Depois de perder o goleiro titular na estreia contra a Inglaterra por lesão, mais dois titulares deixaram o campo. Bronn, autor de um dos gols, saiu ainda no primeiro tempo com suspeita de fratura no pé. Ben Youssef teve uma lesão muscular e também foi substituído. O mais inusitado foi com o Naguez, que substituíra Bronn. Na volta do intervalo, ele se separou dos companheiros e despejou um chafariz de vômito no gramado. 
Tequila faz outra vítima
Chicarito e Vela marcaram para o México e praticamente garantem classificação às oitavas (Divulgação FIFA)
      O México segue com boa campanha na Copa. Hoje bateu a Coréia do Sul por 2x1. Vela, de pênalti, e Chicharito Hernandéz fizeram para os mexicanos, enquanto Min descontou para os sul-coreanos. Com duas vitórias em dois jogos, os comandados de Juan Carlos Osório agora enfrentam a Suécia precisando apenas de um empate para se tornarem campeões do grupo F.
      E, por incrível que pareça, com a vitória alemã sobre a Suécia, a Coréia do Sul ainda tem chances remotas de classificação. O que ajuda os sul-coreanos é que o saldo de gols não é tão ruim (-2). Mas precisam golear a Alemanha e torcer para o México vencer os suecos. 
Alemães com sangue latino
Kroos definiu a partida aos 50 minutos do segundo tempo (Divulgação FIFA)
      Quem observar apenas as cenas do final de jogo, com Kroos vibrando como um menino e o técnico Joachim Löw correndo pelo gramado, não pensaria que se trata da seleção alemã em uma Copa do Mundo. A frieza germânica foi deixada de lado depois da emocionante virada sobre a Suécia por 2x1. Mesmo jogando mal, os alemães foram auxiliados pela covardia sueca no segundo tempo (que só teve uma chance de gol, mesmo ficando 15 minutos com um jogador a mais devido à expulsão de Boateng) e por um erro incrível do VAR - que não avisou o árbitro de campo depois que Boateng cometeu um pênalti claro em Berg.
      A Alemanha teve muito volume de jogo e, além disso, deu sorte. No primeiro tempo, houve o lance capital, onde a arbitragem não deu pênalti quando Boateng praticamente "atorou" Berg dentro da área. Mesmo assim, os suecos abriram o marcador aos 32 minutos, quando Toivonen recebeu passe na área e na saída de Neuer encobriu o goleiro alemão.
      No segundo tempo, logo a 3 minutos, veio o empate. Werner cruzou para a área e Reus, meio de joelho, meio de panturrilha, meio de canela, desviou de Olssen para empatar. A partir daí os germânicos empurraram a Suécia para a defesa. Só que os escandinavos sequer armaram um contra-ataque correto no segundo tempo - na primeira etapa, tiveram uma chance incrível aos 42 minutos, quando ficaram no três contra dois e Hector salvou de calcanhar quando Claessen iria driblá-lo. 
     A Alemanha pressionava e a Suécia dava ares de desgaste. Mas aos 35 minutos o drama entrou em campo. Boateng foi expulso por dar um carrinho em Berg - levou oficialmente o segundo amarelo, mas o cartão que aparece é o vermelho. A Suécia ainda perdeu um gol aos 47 minutos.
      No último lance do jogo, falta para a Alemanha na entrada da área. Em jogada ensaiada, Kroos tocou para Werner, recebeu de volta e acertou o ângulo de Olssen, para delírio dos torcedores alemães e choro dos suecos.
      Fato é que deixaram a Alemanha chegar viva à última rodada. Se vencerem os sul-coreanos, os alemães se classificam.