segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Polêmica questiona atitude de Hitler perante Jesse Owens



      O caderno Doc, do jornal Zero Hora, na edição deste final de semana, abordou um tema polêmico. Em texto assinado pelo jornalista Leo Gerchmann (repórter com longa trajetória no jornalismo esportivo), a matéria "O Símbolo e o Homem", com relato sobre a vida do velocista norte-americano Jesse Owens após o ouro na Olimpíada de Berlim, em 1936, coloca em xeque a história passada por gerações de historiadores sobre o significado da vitória de Owens, negro, sobre a propaganda nazista da raça ariana feita pelos alemães.
      O texto destaca que Owens, na verdade, teria sofrido mais atos de racismo e preconceito no próprio território americano do que por Hitler. Gerchmann, no texto, relata conversa com o historiador Voltaire Schilling, que põe dúvidas sobre o simbolismo da vitória de Owens na Alemanha. 
– Quando o primeiro ouro foi conquistado por um alemão, Hitler foi cumprimentá-lo. Na mesma ocasião congratulou-se com três fundistas finlandeses e duas atletas alemãs. Então o presidente do Comitê Olímpico disse a Hitler que, na qualidade de convidado de honra, deveria doravante ou cumprimentar todos os vencedores ou não felicitar nenhum. Como não podia estar presente a todas as provas, Hitler optou por não descer mais da tribuna de honra. Quando Jesse Owens ganhou as medalhas, Hitler já tinha tomado a sua decisão. E, ao contrário de ter-se mostrado indignado, abanou efusivamente para o grande atleta – diz Voltaire.
      No encerramento do texto, a polêmica aumenta. Conforme Schilling, os nazistas seriam apreciadores do vigor físico dos negros por considerá-los uma "excentricidade", ao contrário dos judeus, até porque não havia negros na Alemanha.




Nenhum comentário:

Postar um comentário