domingo, 14 de agosto de 2016

O show-man é tricampeão olímpico

      Escrever sobre Usain Bolt é quase um pleonasmo. O jamaicano, recordista mundial dos 100 e 200 metros rasos é um mito. Acaba de ganhar seu terceiro ouro olímpico, agora há pouco, na prova dos 100 metros no Estádio Olímpico Nilton Santos (não é Engenhão, muito menos João Havelange. O estádio teve o nome alterado para um dos maiores atletas da história do Botafogo, detentor dos direitos de utilizar o local). Torna-se lenda. Assim como Michael Phelps na natação, Bolt utiliza a Rio 2016 como página de um grande livro de história.
      Esqueça o tempo de 9.80s que garantiu o ouro de Bolt. O que vale é o carisma. Há milhares de pessoas que compraram ingressos para a Rio 2016 só para ver o jamaicano em ação. Ele é uma fera, um raio, "o cara". Bolt gosta de farra, é festeiro - embora não beba e não fume. Mas adora uma balada. Tem empatia com o público. Pede silêncio. E todos ficam mudos. Aparece no telão e faz caretas. É aplaudido de pé.
      O velocista-mito também tem personalidade forte quando precisa. Cansou de se negar a gravar comerciais enquanto treinava para competições importantes. Simplesmente se recusa. Para ele, no ápice da forma física e mental, o importante é vencer. O dinheiro que espere. Consegue se impor diante do mercado impiedoso. É focado, persistente. Tem uma das piores reações de largada da história dos atletas de alto nível. E com passadas de um jaguar, se recupera e vence.
      Essa é a história de Bolt. O tempo? Um detalhe. A história é que contará suas peripécias. Provavelmente ainda vai ter pique para seguir competindo em alto nível. Certo é que não haverá outro com tal carisma e atenção aos fãs, que saiba o momento certo de dizer "não" a um caminhão de dinheiro que lhe oferecem para não perder sua meta. Ele é tricampeão olímpico dos 100 metros rasos. O resto é isso: o resto.

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