domingo, 18 de setembro de 2016

Infelizmente... acabou!




      A cerimônia de encerramento da Paralimpíada Rio 2016 deixa aquele gosto de "queria mais". Em um espetáculo de som, luz, cor, inclusão e paz. Muita paz. Essa, aliás, foi a música cantada por Ivete Sangalo (imortalizada na voz de Zizi Possi nos anos 80) para significar o apagamento da chama paralímpica. Foram dias de luminosidade dentro das competições. De inclusão - os públicos muitas vezes superaram o da própria olimpíada.
      Houve um grande entrelaçamento da diversidade cultural musical brasileira. Desde Nação Zumbi, o funk, passando pela timbalada, o forró, entre outros tantos ritmos. Não houve vaias. Houve silêncio na homenagem ao atleta iraniano que morreu durante a prova do ciclismo de estrada. Houve aplausos aos atletas. Houve a saudação à capacidade de superação dos brasileiros.
     Houve uma paralimpíada para a história do país. Houve uma lição para 200 milhões que ficam aqui e precisam aprender a reinventar um país. A descobrir o verdadeiro poder de uma democracia incipiente que às vezes pede ajuda à cidadania para exercer um poder fantástico de escolha de seus dirigentes. Fica um legado dos exemplos de que é possível sim passar uma boa imagem com disposição, boa vontade e muito, mas muito trabalho. 
      Há a convicção de que o Brasil não é apenas festa. Mas sim uma igualdade de sentimentos,de cultura, de povos. Um país que abraça a todos que aqui chegam e multiplicam sua capacidade laborativa e que podem utilizar a alegria como combustível para transformação.
      Como foi bom e importante viver a paralimpíada!

Os 10 momentos marcantes da paralimpíada Rio 2016

      A cerimônia de encerramento da paralimpíada está em andamento. E o clima de "aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhh, que saudade" toma conta de grande parte dos apaixonados por esportes. Foram apenas 11 dias de competições, mais a data de abertura (7 de setembro). E começam as avaliações, dentro e fora dos complexos esportivos que sediaram a maior competição esportiva do planeta para pessoas com algum tipo de deficiência.
      Separei 10 momentos para reflexão. Alguns, esportivos. Outros, emotivos. Há também espaço para reflexão e cuidados com a segurança. Avalie os seus momentos e veja se não valeu a pena. Aliás, desculpem a redundância, pena que não haverá outro evento deste porte em breve no Brasil. Espero ainda estar vivo para vivenciar de perto o significado desse evento para o país. Mas vamos lá:

1) O tcheco romântico
Bruna Prado/Getty Images

Se o romantismo esteve em alta na olimpíada, na paraolimpíada não seria diferente. Aliás, diferenciadas foi a reação da "solicitada". Medalhista de prata na prova de tiro com arco W1, o tcheco David Drahoninsky, aprontou uma espetacular para a namorada Lida Fikarova. O curioso é que ela ficou FURIOSA. Isso porque David pegou o microfone, pediu desculpas porque não havia conseguido o ouro, mas perguntou se, mesmo assim, ela aceitaria casar com ele. O problema é que Lida leu nos jornais que o atleta faria o pedido. E respondeu de forma ríspida: "não gosto desse tipo de atenção”.
Ah, detalhe: apesar do resmungo, ela aceitou!!!

2) A emoção do técnico na bocha
Festa brasileira com o ouro na bocha Foto: UESLEI MARCELINO / REUTERS

      O Brasil ganhou medalha de ouro na bocha  na classe BC3, em duplas mistas. A equipe formada por Antônio Leme e Evelyn Vieira venceu a Coréia do Sul por 5x2. Ao término do jogo, o irmão de Antônio (que tem paralisia cerebral), Fernando, invadiu a quadra e se jogou ao solo abraçando o irmão. Uma das cenas mais lindas dos jogos.

3) Os campeões e finalistas "olímpicos"
Resultado de imagem para Abdellatif Baka
       O argelino Abdellatif Baka conseguiu algo inimaginável em uma paralimpíada. Baka ganhou a prova dos 1.500 metros rasos da classe T3 (para atletas com limitações visuais) com um tempo tão sensacional que seria campeão olímpico na Rio 2016. O brasileiro Petrúcio Ferreira dos Santos, ouro na final dos 100 metros rasos classe T47, com 10s19, teria um tempo que o colocaria na final dos 100 metros rasos na Olimpíada. E o alemão o alemão Markus Rehm, no salto em distância, categoria F44 (para amputados), Saltou 8,21 metros - o que daria o quarto lugar na Olimpíada.

4) O super Daniel Dias
Medalha - Dias, Daniel - Natação - Brasil - 100m livre masculino - S5 - 100m livre masculino - S5, final - Estádio Aquático Olímpico
Vinte e quadro medalhas paralímpicas. O maior nadador de todos os tempos em jogos é brasileiro. Daniel Dias disputou nove provas na Rio 2016. Ganhou nove medalhas - quatro de ouro, três de prata e duas de bronze. Entrou e fez história. Além disso, foi anunciado no Parque Olímpico Aquático como o maior medalhista da natação da história. E o que fez? Chamou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro para, num momento de simpatia e reverência, subir ao pódio e cantar o Hino Nacional com ele. Um supercampeão do esporte e da vida. 

5) A morte do iraniano no ciclismo de estrada
O atleta iraniano Bahman Golbarnezhad, 48 anos, morreu após acidente durante a prova de ciclismo de estrada C4-5 dos Jogos Paraolímpicos Rio 2016
      Infelizmente o chavão "a morte faz parte da vida" entrou para a realidade na Rio 2016. Na prova de ciclismo de estrada, no penúltimo dia de competição, o iraniano Bahman Golbarnezhad morreu após sofrer um acidente no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro. O iraniano caiu da bicicleta e bateu a cabeça, sofrendo traumatismo craniano. Foi atendido e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.  ao sofrer uma parada cardíaca. Foi a nota triste da paralimpíada.

6) Ouro em família
No salto em distância, Ricardo Costa dá primeiro ouro ao Brasil
      A família Costa vai sair com o título de família mais dourada da paralimpíada. Os irmãos Ricardo e Silvânia Costa ganharam a medalha de ouro nas provas do salto em distância T11 (para deficientes visuais). Enquanto a vitória de Ricardo foi relativamente tranquila, a da irmã foi apenas no último salto. Ela já havia sido porta-bandeira da delegação tupiniquim na cerimônia de abertura. 

7) O choro doído do goalball feminino
      Pouca gente no Brasil conhecia o goalball - disputado por atletas com deficiência visual onde uma equipe joga a bola contra a outra em uma quadra para fazer gols. E um dos momentos mais emocionantes dos jogos foi a derrota da equipe feminina da modalidade na disputa do bronze com os Estados Unidos. As atletas lutaram muito, mas saíram sem medalha ao perderem por 3x2. Na zona mista, área dedicada às entrevistas, elas sequer conseguiam falar. O choro tomou conta. As atletas consolavam-se umas às outras. E os torcedores choraram junto - não pela derrota, mas pela tristeza das jogadoras. 

8) Alex Zanardi
  Lenda Paralímpica, Alex Zanardi pede por Jogos originais
      Quis o destino que na data exata marcada pela tragédia - a amputação das duas pernas após um acidente na Alemanha em uma prova da Fórmula Indy - o italiano Alessandro Zanardi, ou simplesmente Alex, ganhasse uma medalha nas paralimpíadas Rio 2016. Foi em 15 de setembro. Atleta do ciclismo, Zanardi sai da paralimpíada com três medalhas, sendo duas de ouro e uma de prata. Um fenômeno que tinha tudo para desanimar. E que mostrou a incrível capacidade de reinvenção do ser humano disposto a mudar o próprio destino.

9) A belga que vai cometer eutanásia
VERVOORT Marieke - Atletismo - Bélgica - 100m rasos feminino - T51/52 - 100m feminino - T52, final - Estádio Olímpico (Engenhão)
      Ela anunciou há algum tempo que faria isso. E não desistiu da ideia. Após conquistar a medalha de prata nos 400 metros com cadeira de rodas na Rio 2016, a belga Marieke Vervoort, de 37 anos, confirmou que irá manter a decisão de realizar a eutanásia solicitada ao governo de seu país desde 2008, mas desmentiu que seria após o encerramento da competição. Ela tem uma doença degenerativa que já lhe impediu de movimentar os membros inferiores. Destacou que precisa deixar o esporte porque a doença está piorando. Marieke foi diagnosticada com tetraplegia progressiva. doença com a qual convive há 23 anos. A questão polêmica não abala o humor da belga. E deixa em aberto o debate sobre a questão: vale a pena abreviar o sofrimento em detrimento de continuar vivendo?

10) A procura das pessoas com deficiência pelo esporte

      Essa não tem foto. É o legado deixado pela paralimpíada no Brasil. Se eu já recebi pedidos de informações a respeito de onde pessoas com deficiência podem ter acesso à prática desportiva em Bagé, imagine professores, profissionais da saúde, universitários, assistentes sociais, professores de educação física? Sim. Esse é o lado bom. Ao ver a avalanche de medalhas, muita gente pode dar importância a esportes de alto rendimento. Alguns, bem simples como o tênis de mesa, onde duas ou três mesas podem servir para dezenas de atletas iniciaram a prática desportiva. Ou o goalball. Ou o vôlei sentado. Ou a bocha. Ou ainda o futebol de 5, para deficientes visuais. Quem sabe sonhar um pouco mais e potencializar pistas de atletismo e piscinas para a prática da natação? Algo que marcou muito nas histórias que acompanhei foi a frase do bageense Roberto Alcalde Rodriguez em entrevista ao jornal Zero Hora. Isso porque ele precisou sair de Bagé e ir para Florianópolis porque no município, segundo ele, não havia condições de treinar. E não há mesmo. Embora isso doa, a realidade pode mudar. E agora pode ser um incentivo. Projetos dentro das instituições que lidam com pessoas com deficiência existem. Falta é interesse governamental e patrocínios para a manutenção desses projetos. Quem sabe a classe empresarial não possa colaborar com a dedução de impostos, a legislação não seja mais fácil e abrangente a essas instituições e a população também possa colaborar? 
É um sonho. Mas não é utopia.

BRONZE - Edneusa faz com que o Brasil tenha medalhas em todos os dias da Rio 2016

 Edneusa de Jesus

     Devido à complexidade da maratona seria difícil crer que o Brasil pudesse obter medalhas em todos os dias da competição paralímpica. Afinal, o país perdeu a chance do bronze no voleibol sentado masculino ao ser derrotado pelo Egito. As 71 medalhas conquistadas até então seriam o bastante. Mas não. Coube a Edneusa de Jesus Santos Dorta reescrever a história brasileira nesta paralimpíada. 
      A atleta conquistou a medalha de bronze na Maratona, prova nobre do atletismo. Ela completou a prova em três horas, 18 minutos e 38 segundos. O ouro ficou com a espanhola Elena Congost e a prata com a japonesa Misato Michishita. A prova fazia parte da classe T11/T12 (para competidores com deficiência visual).
      É a primeira vez que o Brasil consegue medalhas em todos os dias de paralimpíada. O país soma agora 72 medalhas - 14 de ouruo, 29 de prata e 29 de bronze. 

Não peça desculpas Fred!

Brasil cai diante do Egito e é quarto no voleibol sentado

      Tudo bem que a perda da medalha de bronze para o Egito (derrota por 3 sets a 2) deixou desanimada a equipe. Afinal, a competição é no quintal de casa, diante da torcida. Mas os desabafos do técnico da seleção masculina de vôlei sentado, Fernando Guimarães, e do oposto Fred, maior pontuador da competição, me deixaram com sentimento de culpa. E olha que não faltou apoio do público durante toda a partida.
      Acompanhem as parciais para vocês terem ideia do quão equilibrado foi o jogo: 26/28, 31/29, 25/19, 22/25 e 15/1. A partida durou mais de duas horas. Na semifinal, o time brasileiro havia perdido para o Irã, que disputa a final dentro de instantes com Belarus. 
      Só que, encerrada a partida, as equipes de TV foram no técnico. E ele desandou a elencar uma série de problemas da seleção. Entre eles que "tudo o que treinamos, eles (atletas) não fizeram". Aquilo doeu. O alto rendimento, claro, exige profissionalismo ao extremo. Mas não ficou legal esse desabafo. Parece que a culpa era dos jogadores. Mais tarde, com a cabeça mais fria, tenho certeza que o treinador vai observar detalhes importante. Entre eles: foi a melhor campanha do time masculino em uma paralimpíada. 
      O oposto Fred, o melhor jogador da equipe, não deixou por menos. Colocou para si toda a "culpa" da derrota. "Eu poderia ter jogado mais. Eu não assumi a responsabilidade. Assumo minha culpa", declarou o atleta à imprensa. Assim como eu, o repórter não escondeu a perplexidade. E insistiu, dizendo que o Brasil teve a melhor campanha, um desempenho acima do esperado. E Fred disparou. "Queríamos uma medalha. Ela não veio. Não há lado bom".
      Por isso é que especialistas em psicologia dizem que cabeça quente e euforia não são boas para ninguém. E não são mesmo, a vida ensina. O vôlei sentado levou um público gigantesco ao Riocentro. A modalidade foi adotada pela torcida. Não só isso. Aqui em Bagé mesmo já há um zun-zun-zun de que é possível organizar equipes de pessoas com deficiência para praticar a modalidade - que pode ser praticada por amputados ou paralisados cerebrais.
      E como o objetivo não foi atingido?
      A modalidade virou vitrine. A seleção feminina conquistou um bronze histórico. Como a quadra comum pode ser adaptada, não fica difícil montar uma estrutura para treinamento e partidas. O público entende a regra porque já é acostumado com o voleibol. A única diferença é que os atletas, pela dificuldade de mobilidade, podem tocar na rede. 
      A frustração e o desânimo são entendíveis. A derrota dói, seja ela no trabalho, seja no esporte, seja em casa. Só não é motivo para jogar tudo para o alto e dizer "putz, não serviu para nada". Serviu sim. Para chamar atenção do que uma pessoa com deficiência é capaz de fazer. De que com boa vontade e disposição pode-se colocar pessoas com deficiência em um patamar esportivo elevado. De que os governos podem investir em programas de capacitação de professores de educação física. De que é possível proporcionar estruturas para incluir pessoas com deficiência no esporte, talvez a melhor e mais fácil ferramenta para fazer isso. De que os legisladores - em nível municipal, estadual e federal - podem criar condições para facilitar condições para patrocinar eventos e infraestrutura.
      Não peça desculpas Fred! Vocês fizeram o vôlei sentado valer a pena. E despertaram a reflexão. A raiva vai passar. E vocês serão modelo para um novo patamar do esporte. 

sábado, 17 de setembro de 2016

EMOCIONANTE - Brasil supera próprios limites e Daniel Dias agora é o maior nadador da história



      Choro. Emoção. Muita luta. E uma recuperação espetacular de Philipe Rodrigues. Tudo isso marcou a última prova da natação paralímpica na Rio 2016. E o mais incrível: em uma prova onde ninguém esperava medalha. O revezamento 4x100 metros medley 34 pontos tinha um desafio pela frente. E os brasileiros superaram seus próprios limites. 
      Não só isso. O bronze de Daniel Dias o coloca como o maior nadador da história paralímpica. Agora ele tem 24 medalhas em três paralimpíadas. O Brasil foi espetacular na prova. Pela utilização das classes, na primeira virada, com Daniel Dias nadando costas (classificado com a classe mais baixa, S5) o Brasil entregou em sétimo. Depois, em sexto com Juan de Souza, que nadou peito. André Brasil deixou o país em quinto após nadar borboleta. E coube a Phelipe Rodrigues fechar o revezamento. Com um pulmão fantástico, o nadador foi ultrapassando adversários e irrompeu em terceiro a pouco menos de cinco metros da linha de chegada. 
      Mais uma prova emocionante para encerrar com chave de ouro a participação brasileira na Paralimpíada. 

Arremesso e velocidade prateados


      O atletismo brasileiro vai aumentando a quantidade de medalhas para o país no quadro geral da paralimpíada Rio 2016. Depois da arrancada de Petrúcio dos Santos, Shirlene Coelho ganhou prata no lançamento do disco da classe F38. Justamente ela, que foi porta-bandeira da delegação brasileira da cerimônia de abertura. 
     Com a marca de 33,91 metros, Shirlene foi superada pela chinesa Na Mi, que lançou o disco a 37.60m. A irlandesa Noelle Lenihan ganhou o bronze. 
      Nos 400 metros rasos da classe T11, Felipe Gomes ganhou sua quarta medalha nos Jogos. O brasileiro ganhou a prata com 50s38. O ouro foi para o espanhol Gerard Puigdevall, com 50s22. o bronze foi para a Namíbia, já que Ananias Shikongo, assinalou 50s63. O brasileiro Daniel Silva, que também disputou a final, finalizou em quarto lugar, beliscando o pódio. 

Palmas para Joaninha



      Ela tem pouco mais de um metro de altura. É carregada no colo pelos voluntários próximo à piscina do Parque Olímpico Aquático. Mas, dentro d´água, ela se transforma e vira uma fera. Joana Maria Neves, a Joaninha (na foto, parabenizando o público que a incentivou na prova), mandou o nanismo para o espaço e conquistou sua segunda medalha individual na paralimpíada Rio 2016. Ela ficou com o bronze na prova dos 100 metros livre classe S5.
      O ouro ficou com a chinesa Zhang Li e a prata com a espanhola Teresa Perales. 

Agora ele é o maior de todos



      Esqueça o ouro de Daniel Dias agora há pouco na piscina do Parque Aquático Olímpico, na paralimpíada Rio 2016, na final dos 100 metros livre classe S5. O homem conquistou apenas a oitava medalha nesta edição dos jogos. Metade são de ouro. Metade.
      Dias colocou quatro segundos para o segundo colocado e medalhista de prata, o norte-americano Roy Perkins. O bronze foi para o britânico Andrew Mullin. Isso também não interessa, no fundo.
     O nadador brasileiro iguala o recorde total de medalhas em paralimpíadas. Agora, são 23 pódios em três edições de jogos - Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016. É o maior de todos os tempos, ao lado do australiano Matthew Cowdrey. É, no mínimo, o segundo maior nadador da história da paralimpíada. Um feito.
      A prova também foi marcada pela emoção da despedida de Clodoaldo Silva. O "tubarão aquático", apelido que recebeu após os seis ouros em Atenas 2004, terminou a prova na oitava colocação com o tempo de 1m20s80. Isso não importa também. Clodoaldo entra para a história como um dos atletas que mais incentivou a natação paralímpica brasileira. Com o jeito descontraído e falastrão - mas sem dizer besteira - o nadador conquistou a simpatia do público, a admiração de colegas de piscina e o carinho do torcedor. A família de Clodoaldo - incluindo a esposa e a filha Anita - estiveram no Parque Aquático para acompanhar a despedida paralímpica do campeão. 

PRATA ESPETACULAR - Petrúcio Ferreira ultrapassa seis adversários nos últimos metros e ganha prata

Petrúcio Ferreira (Foto: Alaor Filho/MPIX/CPB)
      Uma das maiores façanhas do atletismo brasileiro na Paralimpíada Rio 2016. Não, não é exagero. Petrúcio Ferreira dos Santos terminou a prova dos 400 metros classe T47 exausto. Ele percorreu 300 metros atrás de todos os de mais competidores. Em uma arrancada que lembrou a locomotiva humana Emil Zatopek (medalha de ouro nas olimpíadas de 1920 e 1924), Petrúcio ultrapassou simplesmente seis adversários. Só não foi possível ultrapassar o cubano Ernesto Blanco, medalha de ouro com a marca de 48s79. Petrucio fez 48s87. O bronze ficou com o austríaco Gunther Matzinger.
      Aos 19 anos, o velocista consegue inscrever seu nome na história da Rio 2016. O mais incrível é que Petrúcio entrou no atletismo há apenas três anos. 

OURO - Tá dominado! Brasil vence o Irã e conquista tetracampeonato no futebol de 5


      Luan, o goleiro vidente, enxerga até a sombra dos adversários. Cássio e Damião são cães de guarda da defesa. Jefinho e Ricardinho são o talento e a competência no ataque. Com um timaço desses, só podia dar Brasil. A seleção nacional venceu o Irã por 1x0 e conquistou o ouro na Paralimpíada Rio 2016. É o quarto título seguido da seleção de futebol de 5 - para atletas com deficiência visual. A partida foi no Centro Olímpico de Tênis. 
      Mesmo com a necessidade de silêncio, afinal a bola da partida tem um guizo para orientação dos atletas, a torcida empurrou a equipe. Qualquer paralisação no jogo era suficiente para o torcedor incendiar a equipe. E o Brasil se contaminou positivamente com a força vinda da arquibancada. 
      O gol só poderia vir do craque do time, o cara que decide. Ricardinho - amigo de boa parte dos integrantes da Associação dos Deficientes Visuais de Bagé - marcou o gol da vitória após passar por quatro iranianos. 

PRATA - Lauro Chamam ganha medalha no ciclismo de estrada

Lauro Chaman volta ao pódio com a prata no ciclismo de estrada

      O ciclismo é outro esporte onde o Brasil não tinha medalhas nas paralimpíadas até a Rio 2016. A história mudou. Depois de conquistar o bronze no contrarrelógio, o ciclista Lauro Chaman ficou com prata na classe C 4-5 na prova de resistência do ciclismo de estrada (para atletas com limitações neurológicas ou amputações). 
      O ouro foi para a Holanda, país que domina a modalidade tanto na Olimpíada quanto na Paralimpíada. Daniel Abraham completou a prova em 2h13min08s. Já A medalha de bronze foi para o italiano com Andrea Tarlao. 

BRONZE INÉDITO - Daniele e Bruna dão medalha inédita ao Brasil no tênis de mesa

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     As medalhas obtidas em modalidades até então "virgens" são uma marca registrada dos atletas brasileiros na Paralimpíada Rio 2016. No início da tarde deste penúltimo dia de evento, as brasileiras Bruna Alexandre e Daniele Rauen conquistaram o bronze por equipes feminino (classe 6-10), a primeira da história do país. Vale lembrar que no individual classe 6 Bruna havia conquistado o bronze.
      As brasileiras jogaram bem contra as australianas. No jogo por equipes, o Brasil venceu por 3x2, depois de estar perdendo em duas oportunidades. Bruna Alexandre venceu a partida de simples contra Andrea McDowell e garantiu o bronze para o Brasil.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

OURO - Mais uma vez Daniel Dias



      Ele é um fenômeno. Maior medalhista brasileiro da história das paralimpíadas, Daniel Dias conquistou mais uma medalha agora há pouco na Rio 2016. Na final dos 50 metros costa, classe S5. Dias não deu chance aos adversários - tanto que colocou dois segundos de vantagem para o segundo colocado, o britânico Andrew Mullin. O bronze ficou com o húngaro Zlont Verenczei.
      Com o tempo de 35s40, Dias manteve os recordes mundial e paralímpico da prova. Com má formação nos dois braços e em uma das pernas, o nadador alcança sua terceira medalha de ouro na Rio 2016. A bem da verdade só uma coisa atrapalhou Dias - e não foram os adversários. No momento da largada, um torcedor deu um berro que ecoou no Parque Aquático, provocando uma vaia ensurdecedora por parte da torcida. 

NA RAÇA - Brasil vira no goalball masculino de forma heroica e conquista bronze

Goalball masculino consegue virada heroica e leva bronze

      Faltava ainda na Rio 2016 uma história brasileira que beirasse o inacreditável. E não é que no antepenúltimo dia dos jogos ela aconteceu? No goalball, modalidade que caiu no gosto do público (e que pode, de forma adaptada, ser praticado em qualquer lugar)) a seleção nacional perdia de 4x0 para a Suécia na disputa pela medalha de bronze. De forma heróica, a equipe conseguiu empatar em 5x5 no tempo normal, levando a torcida na Arena do Futuro ao delírio.
      Na prorrogação, no "golden score", os brasileiros fizeram o sexto gol e garantiram a terceira colocação. Torcida e jogadores se misturaram na comemoração. O bronze conquistado hoje é o segundo da história da equipe, que é atual campeã mundial. 

BRONZE - Sérgio Oliva repete desempenho e conquista segundo bronze no adestramento

Sérgio Oliva ganha mais um bronze no hipismo

      Na tarde desta sexta-feira o cavaleiro brasileiro Sérgio Oliva conquistou sua segunda medalha de bronze no hipismo paralímpico. Montando a égua Coco Chanel, Oliva conquistou a medalha no estilo livre individual misto - Grau I a. O curioso é que o pódio repetiu as colocações obtidas na véspera, no misto,  O ouro, mais uma vez, ficou com a britânica Sophie Christiansen e a prata também foi para a Grã-Bretanha, com Anne Dunham

BRONZE COM GOSTO DE BAGÉ - Brasil vence Holanda por 3x1 e conquista bronze no futebol de 7 paralímpico


      Com uma grande atuação diante da Holanda, a seleção brasileira venceu por 3x1 e conquistou a medalha de bronze na Paralimpíada Rio 2016. O destaque da partida foi o atacante Leandrinho, autor de três gols.
      O Brasil começou disposto a apagar a má imagem deixada após a semifinal, quando levou 5x0 do Irã. Leandrinho, logo aos 40 segundos, fez 1x0. O atacante voltou a marcar aos 18 minutos do segundo tempo, após grande jogada de Ígor, que colocou a bola no meio das pernas do marcador, rolou a bola para trás e Leandrinho acertou um chute forte. A Holanda descontou sete minutos depois, mas Leandrinho voltou a marcar aos 27 minutos, definindo o placar.
     Para se ter ideia do desempenho do Brasil, foram 36 chutes a gol contra apenas quatro dos holandeses ao longo do jogo.
      Bagé está nesta medalha também. Afinal, a equipe realizou parte do treinamento de preparação para os Jogos na Rainha da Fronteira. Os jogadores chegaram a relatar o carinho da torcida brasileira no período de preparação aos Jogos e disseram isso em nível nacional, para repórteres da TV Cultura e do canal SPORTV. Destaque também para a presença do capitão da Seleção Brasileira campeã do mundo em 2002, o ex-lateral direito Cafu. 

Brasileiras choram após perda do bronze no goalball



      A derrota brasileira no goalball feminino para os Estados Unidos por 3x2 doeu muito às meninas brasileiras. Embora a modalidade para deficientes visuais seja pouco conhecida (é preciso, literalmente, fazer um gol sentada arremessando uma bola de um lado a outro na quadra), a torcida criou empatia com o esporte e com a seleção. 
      Mas a derrota doeu muito. Ao final da partida, as brasileiras não conseguiam sequer dar entrevistas e choraram muito.
      Uma das imagens mais marcantes até agora da Paralimpíada. 

OURO - Silvânia Costa ganha segundo ouro da família na Paralimpíada

Silvania Costa conquista ouro emocionante, e Brasil faz dobradinha no salto em distância

      Tudo bem. O Brasil caiu mais uma posição no quadro geral da Paralimpíada Rio 2016 - tem 11 ouros, 25 pratas e 19 bronzes, com 55 medalhas no total. Mas uma vitória foi especial na manhã desta sexta-feira no Estádio Olímpico. Depois de dois dias sem frequentar o alto do pódio, os atletas brasileiros voltaram a ouvir o Hino Nacional. E a responsável foi Silvânia Costa. Ao saltar 4,90 metros, a atleta ganhou o ouro na prova do salto em distância classe T11 - para deficientes visuais.
      Entretanto, não é só isso. O irmão de Silvânia, Ricardo, havia vencido a prova no naipe masculino. Uma família que voa, literalmente, nas canchas de areia.
      A festa foi completa porque outra atleta tupiniquim, Lorena Spoladore, ficou com a medalha de bronze, ao salar 4,71 metros. Entre as brasileiras ficou a atleta da Costa do Marfim, Fatimata Diasso, que marcou 4.89m



quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Dobradinha brasileira no atletismo

Atletismo rende uma prata e dois bronzes ao Brasil

      Na final dos 200 metros da classe T11 na Paralimpíada Rio 2016, o Brasil conquistou mais uma prata e um bronze. Aliás, ao mesmo tempo. Enquanto Felipe Gomes ficou em segundo lugar na prova, Daniel Silva levou o bronze. Ouro para Ananias Shikongo, da Namíbia.
      Já no arremesso do peso feminino da classe F35, o Brasil garantiu o bronze com Marivana Oliveira, que mandou o peso a uma distância de 9,28m, a melhor de sua carreira. O ouro foi para a chinesa Jun Wang e a prata ficou com a ucraniana Mariia Pomazan.

Não deu para o Brasil no tênis de mesa




      As duplas no tênis de mesa do Brasil não tiveram êxito nas semifinais que disputaram hoje na Paralimpíada Rio 2016. No feminino (foto), agora há pouco, a dupla formada por Daniele Rauen, e Bruna Alexandre perdeu para a equipe da Polônia por 3x0. Depois, Daniele perdeu por 3x0 para a polonesa Natalia Partyka, fechando a série em 2x0 para a Polônia. Apesar da derrota, o Brasil disputa o bronze contra a Austrália.
      Mais cedo, no masculino, a equipe nacional () perdeu para a França. No primeiro duelo, entre duplas, Iranildo Conceição e Guilherme da Costa perderam por 3x0 para Fabien Lamirault e Stephane Molliens. No segundo jogo, de simples, Iranildo perdeu para Lamirault por 3x0 e o Brasil foi derrotado. Agora, a equipe tupiniquim joga contra a Eslováquia, sábado, pelo bronze. 

Bronze inédito no Hipismo paralímpico


      Há 14 anos no hipismo, o trabalho de Sérgio Oliva valeu a pena e foi recompensado neste dia 15, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Montando Coco Chanel, o cavaleiro de 34 anos, conquistou o bronze para o país - o primeiro na história da modalidade.
      Oliva obteve a nota 73.826. O ouro foi para Sophie Christiansen, com 78.217, e a prata ficou com Anne Dunham, com 74.348 pontos. Ambas representam a Grã-Bretanha. A competição foi válida pelo campeonato individual misto do grau Ia.
      Nesta sexta, Sérgio Oliva volta ao Centro Olímpico de Hipismo para a final do estilo livre individual misto do grau Ia.

Dia de quedas no goalball

Brasileiras do goalball caem para a China na prorrogação e lutam por bronze inédito

      Com um desempenho sensacional até então, as equipes masculina e feminina do goalball brasileiro despediram-se da chance da medalha de ouro na modalidade. O esporte, pouco conhecido, era uma das esperanças de ouro nos dois naipes para o Brasil. 
      A situação mais dramática foi no feminino. As brasileiras fizeram uma partida equilibrada contra a China, mas acabaram derrotadas na prorrogação por 4x3. Agora, o Brasil disputa o bronze amanhã, às 13h30min, contra o perdedor da partida entre Turquia e Estados Unidos, que se enfrentam mais tarde.
      No masculino, o Brasil era um dos favoritos para a disputa do ouro. Prata em Londres-2012, a equipe chegou com a melhor campanha na semifinal. Mas sem jogar bem, o time nacional acabou goleado pelos Estados Unidos por 10x1 na Arena do Futuro. Agora, o Brasil pega o perdedor de Lituânia x Suécia às 15h de amanhã - as equipes europeias se enfrentam mais tarde. 

Brasil na final do futebol para cegos na Rio 2016



      Foi um jogo muito disputado. Na raça, na garra e no talento a equipe de futebol de 5 do Brasil (para cegos) venceu a China de virada por 2x1 no Estádio de Deodoro agora há pouco na Paralimpíada Rio 2016.
      Destaque para Jefinho (foto), autor dos dois gols da seleção. Agora, a equipe aguarda o vencedor de Argentina x Irã, que se enfrentam às 20h, para saber quem será o adversário do Brasil na decisão do ouro, no sábado.

A história mais linda e coincidente da Paralimpíada até agora


      15 de setembro. A data é marcante para o atleta italiano Alex Zanardi, participante do ciclismo da Paralimpíada. Em 2001, nesta data, ele que era bicampeão mundial de Fórmula Indy, foi atingido em cheio pelo canadense Alex Tagliani, no circuito de Lausitzig, na Alemanha. O carro do canadense estava a 300 km/h acertando a lateral de Zanardi. O carro do italiano partiu em dois, arrancando as pernas do italiano. Além de ser reanimado quase uma dezena de vezes e ter perdido muito sangue, o reimplante das pernas não foi possível.
      Em 2016, na mesma data, a consagração. Em 2007, Zanardi começou a disputar provas de handbike. Entrou para o circuito paralímpico. Hoje, acumula incríveis três ouros e duas pratas. E justamente hoje, 15 de setembro, data de seu renascimento como homem e como atleta, conquistou a prata na categoria H5.
      Pouco importa que o ouro tenha ido para o sul-africano, Ernst van Dyk. A história que fica é de um homem que superou a dor e conquistou o pódio. E que eterniza o 15 de setembro como um dia para vencedores. 

BRONZE - Primeira medalha do dia vem na canoagem e com direito a hino cantado pela torcida

Caio Ribeiro Canoagem

     O Brasil iniciou bem a jornada rumo ao pódio na Paralimpíada Rio 2016 neste dia 15. O b brasileiro  Caio Ribeiro de Carvalho ganhou medalha de bronze na canoagem de velocidade, modalidade KL 3 masculino - 200 metros. A medalha de prata ficou com o alemão Tom Kierey e a de ouro com o ucraniano Ferhii Yemelianov.  A classe é disputada por atletas com uma das pernas amputada.
      A cerimônia de premiação foi marcada por uma curiosidade. Como é tradicional, apenas o hino nacional do país de origem do atleta vencedor é executado. Mas a torcida cantou "à capela" para homenagear Carvalho. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Seleção que treinou em Bagé leva goleada e disputa o bronze

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      A torcida dos bageenses, que adotaram a Seleção Brasileira de futebol de 7, acabou frustrada. A equipe levou 5x0 do Irã e foi eliminada da disputa pelo ouro. Agora, a seleção nacional disputa o bronze na sexta-feira contra a Holanda, às 14h, no Estádio de Deodoro. Os gols iranianos foram de Rasoul Atashafrouz, Mehdi Jamali (três vezes) e Hossein Tiz Bor,
As medalhas
      O Brasil conquistou a medalha de prata no revezamento 4x100 metros estilo livre (categoria 34 pontos), na Rio 2016. Empurrados pela torcida e numa recuperação quase histórica, os brasileiros ultrapassaram os adversários até encostar na Ucrânia. Aí, faltou tempo. Os ucranianos ficaram com o ouro e o bronze com a China. O quarteto foi formado por Andre Brasil, Daniel Dias, Phelipe Rodrigues e Ruiter Silva. Ainda nas piscinas, prova de 50 metros livre S13, Carlos Farrenberg conquistou a prata ao marcar 24s17. 
      No atletismo, Verônica Hipólito faturou sua segunda medalha nos Jogos. A atleta já havia ficado com a prata nos 100 metros T38. Agora levou o bronze nos 400 metros da mesma classe, com o tempo de 1min03s14. No revezamento 4x100 metros classe T11-T13, as velocistas Alice Correa, Lorena Spoladore, Terezinha Guilhermina e Thalita Simplicio fizeram a marca de 47s57, garantindo mais uma prata. 
      A surpresa ficou por conta do ciclismo. Lauro Chaman ganhou o bronze na prova de contrarrelógio de estrada, classe C5, com o tempo 37min37s43. É a primeira medalha da história do ciclismo paralímpico. 
      Agora, o Brasil conta com 48 medalhas no total - maior quantidade de pódios conquistados na história da Paralimpíada. O país permanece no quinto lugar no quadro geral de medalhas.
Finais
      Na estreia da canoagem nos Jogos Paralímpicos, dois atletas brasileiros conquistaram vaga para as finais, marcadas para esta quinta-feira. Luis Carlos Cardoso, no KL1, e Caio Ribeiro, no KL3, venceram suas eliminatórias e passaram direto para a disputa por medalhas.  
     No goalball, tanto a seleção masculina quanto a feminina estão nas semifinais. As meninas venceram a Ucrânia por 10x0 e e amanhã pega a China. O time masculino bateu a China, por 10 a 3, e enfrenta os Estados Unidos, às 13h30min.
      Também estão nas semifinais as equipes de  futebol de 5 (para cegos), que enfrenta a China, às 16h, e a equipe feminina de vôlei sentado - que enfrenta os Estados Unidos às 1 18h30min. 

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Bronze no tênis de mesa iguala desempenho do Brasil em Londres-2012

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      A brasileira Bruna Costa Alexandre entrou para a história da Rio 2016 por dois motivos agora há pouco. O primeiro: ela conquistou a medalha de bronze na categoria C10 em partida contra Sophie Walloe, da Dinamarca, vencendo com autoridade por 3x0. A mesa-tenista não tem o braço direito. A torcida foi ao delírio no Riocentro. Isso porque é a primeira medalha do tênis de mesa feminino brasileiro na história.
      O outro motivo histórico foi a marca de 43 medalhas que o Brasil chega na Rio 2016. Com isso, faltando ainda cinco dias para o encerramento dos jogos, o pais iguala a marca de Londres-2012 em total de medalhas e segue na quinta colocação no quadro geral - até o momento a melhor colocação do Brasil na história. 
      Em compensação, até o momento, o desempenho no alto do pódio ainda não é o mesmo. São 10 medalhas de ouro até agora, contra 21 ouros em Londres. Mesmo assim, o desempenho conjunto vale a expectativa de melhoria até o final da paralimpíada. 

Dobradinha de prata e bronze na S10



      Os brasileiros Philipe Rodrigues e André Brasil deram show na final dos 100 metros classe S10 da natação na Paralimpíada Rio 2016. A dupla ficou em terceiro e segundo lugar, respectivamente, na prova vencida pelo ucraniano Maksym Krypak.
      Foi uma das melhores - senão a melhor - prova da natação na paralimpíada. Philipe e Krypak simplesmente tiveram o mesmo centésimo na virada dos 50 metros. No final, o ucraniano levou a melhor, enquanto Brasil - recordista paralímpico da prova - avançou e ultrapassou Phelippe. Ambos conquistaram a segunda medalha na Rio 2016. 

Segunda prata de Odair

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      Odair dos Santos conquistou a segunda medalha de prata na paralimpíada Rio 2016. Desta vez foi nos 1.500 metros classe T11. 
      A curiosidade é de que Odair conquistou a primeira medalha do Brasil na paralimpíada, nos 5.000 metros na mesma classe.

Atletismo no pódio de todas as formas

Revezamento rende a sétima medalha de ouro ao Brasil no atletismo Paralímpico

      O atletismo brasileiro vai somando medalhas a cada dia na paralimpíada Rio 2016. Na manhã deste dia 13 foram três medalhas ao todo - uma de cada cor. O Estádio Olímpico vibrou com a conquista do ouro no revezamento 4x100 metros classes T11-T13 (voltados a deficientes visuais), Vale destacar que embora seis atletas tenham competido ao longo da manhã - Daniel Silva, Diogo Ualisson, Felipe Gomes, Gustavo Araújo, Ricardo Oliveira e Kesley Teodoro - apenas quatro competem. A marca dos brasileiros (42s37) resultou em novo recorde paralímpico. 
      Já nos 100 metros da classe T38, Edson Pinheiro faturou a medalha de bronze. Depois de uma má largada, o velocista teve uma recuperação muito boa e conseguiu a terceira colocação. 
Detalhe
      A medalha de Pinheiro foi definida pela tecnologia. O brasileiro disputou passo a passo o bronze com o sul-africano Dyan Buis, que terminou com o mesmo tempo do brasileiro: 11s26. Os comissários da prova analisaram o photo finish e deram a vitória ao competidor nacional.O  ouro foi para Jianwen Wu, da China, com 10s74, enquanto a prata foi para o australiano Evan O’Hanlon, que percorreu a distância em 10s98.
Prata com "quase" recorde
      No salto em distância, Mateus Evangelista esteve perto do ouro na classe T37. Evangelista cravou 6,53m e quebrou o recorde mundial da prova. O problema é que o competidor posterior não deixou o brasileiro comemorar por muito tempo. Guangxu Shang, da China, saltou incríveis 6,77m, ganhando o ouro e o recorde. O bronze foi para o paquistanês Haider Ali, que saltou 6,28m.

Lágrimas de uma prata conquistada à força

Rio de Janeiro - O brasileiro Evanio da Silva ganha medalha de prata no levantamento de peso, na categoria 88 kg, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 (Fernando Frazão/Agência Brasil)
      Ao contrário dos Jogos Olímpicos, onde as medalhas brasileiras acabam concentradas em poucas modalidades, na Paralimpíada Rio 2016 o Brasil apresenta seus talentos e exemplos de superação em diferentes esportes. Na manhã deste dia 13 houve a primeira medalha do levantamento de peso. Ao erguer 210kg, Evânio Silva ficou com a prata no halterofilismo, categoria até 88 kg. O ouro ficou com Mohammed Khalaf, dos Emirados Árabes, que levantou 220 kg. O bronze foi para o mongol Sondnompiljee Enkhbayar (sim, esse é o nome do atleta), que também ergueu 210 kg, mas como é mais pesado que o brasileiro, dentro dos critérios de desempate, leva desvantagem. 
      Aos 32 anos, Silva tem um encurtamento na perna direita causado por uma sequela de poliomelite. 

Seis brasileiros na briga por medalhas hoje à tarde na natação paralímpica

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      O Brasil teve mais um começo de dia excelente na paralimpíada Rio 2016. A natação, por exemplo, teve cinco classificados para as finais, que acontecem a partir das 17h30min. 
      Talisson Glock, bronze nos 200 metros medley, disputa a final dos 400 metros livre classe S6. Logo após será a vez de Verônica Almeida, nos 200 metros medley S7. Na seqüência será a vez de dois nadadores - Andre Brasil e Phelipe Rodrigues (foto) - classificados para a finalíssima dos 100 metros livre S10.
      Por volta das 18h15min será a vez da final dos 100 metros livre S10, com a presença da brasileira Mariana Gesteira. A última prova do dia também terá presença de brasileiros: Ruiter Silva, nos 50 metros livre S9.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Brasil perde para Ucrânia e pega Irã na semifinal do Futebol de 7

Ucrânia derrota o Brasil e fica com a liderança do grupo no futebol de 7

      A equipe brasileira de futebol de 7 - que treinou em Bagé como parte da preparação para a Rio 2016 - perdeu a invencibilidade no torneio. A Ucrânia levou a melhor e venceu por 2x1 no Estádio de Deodoro.
      Krasylnykov e Kahramanian marcaram para a equipe do leste europeu, enquanto Wesley descontou para os brasileiros no fim do jogo. Pela semifinal, na quarta, às 19h, o Brasil enfrenta o Irã. A Ucrânia pega a Holanda, às 10h. 
       A seleção iraniana derrotou a brasileira na disputa pela medalha de bronze há quatro anos e venceu seus três jogos no Rio 2016.

A Joaninha virou peixe



      A potiguar Joana Maria Silva ganhou o apelido de Joaninha por ser baixinha e ter pintinhas esparramadas pelo rosto. Claro que o nome "Joana" ajudou no apelido, mas o fato é que debaixo da água a atleta não tem nada de mirrada. Pelo contrário. Ela já era campeã mundial. Aos 29 anos agora conquista a prata nos 50 metros livre classe S5. Com nanismo, Joaninha é uma gigante, uma vencedora. 
      A brasileira registrou 37s13. O ouro foi para a chinesa Zhang Li, com 36s87. O bronze foi para Bela Irebinova, da República Tcheca (37s37).

Dias de ouro para Daniel



      Na final dos 50 metros livre classe S5 a expectativa recaía sobre dois brasileiros multicampeões. Daniel Dias e Clodoaldo Silva, além de carregarem a esperança de medalhas da torcida nacional, ambos somavam 33 medalhas na água - 19 de Daniel e 14 de Clodoaldo. 
      E Daniel Dias não deixou por menos. Com 32s78 o nadador conquistou o ouro. Não deixou por menos, empurrado pela torcida aos gritos de "Brasil, Brasil". A surpresa ficou com o vietnamita Thang Tun Vo, que conquistou a prata. Roy Perkins, da Grâ-Bretanha, faturou o bronze. Clodoaldo ficou na sétima colocação, com 36.27.
      Vinte medalhas de ouro em paralimpíadas. Daniel Dias virou monstro nas piscinas.

BRONZE - Colombiano é desclassificado e Talisson Glock herda bronze na prova de Beto Alcalde


      Ele tem nome de alemão: Talisson Glock. O catarinense nascido em Joinville é mais um medalhistas do Brasil na Paralimpíada Rio 2016. O nadador finalizou em quarto lugar na prova dos 200 metros medley - classe SM6. Entretanto, o colombiano Nicolas Crispim, que havia terminado em terceiro lugar, acabou desclassificado.

O ouro Gigante de Alessandro Rodrigo

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      Alessandro Rodrigo Silva acaba de conquistar o ouro no arremesso de disco. Com um apoio incondicional da torcida, o atleta venceu a prova no Estádio Olímpico.
      Com o simbólico apelido de "Gigante", o atleta venceu na categoria  F11 (cegos totais).  Com 1,90m e 126kg, o paulista de 32 anos arremessou o disco a uma distância de 43,06m. A prata ficou com o italiano Oney Tapia, com 40,89m. O espanhol David Casinos Sierra fechou o pódio com 38,58m. Gigante ficou cego por causa de uma toxoplasmose.

OURO - Brasil "dá uma bocha" na Coréia do Sul e conquista ouro na BC4 mista

Rio de Janeiro - Na competição de bocha, o Brasil vence o Canadá por 4 a 3, na Paralimpíada Rio 2016 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

      A equipe da classe BC3, em duplas mistas, acaba de conquistar a medalha de ouro na bocha. A equipe composta por Antônio Leme, Evani Soares e Evelyn de Oliveira disputou a final contra a Coréia do Sul. A seleção nacional venceu por 5x2 e conquistou o primeiro ouro da classe para o país. Na classe BC3, os atletas competem em cadeira de rodas e podem ser ajudados por outra pessoa durante a competição.
      A curiosidade é que na fase de grupos a equipe sul-coreana havia vencido os brasileiros por 4x1 - a única derrota brasileira na competição. Nos jogos de Londres 2012 os brasileiros haviam vencido a Coréia do Sul na disputa do bronze. 

BRONZE - André mais Brasil que nunca

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      O nadador André Brasil já carrega o país no nome. E ao competir nos 100 metros borboleta - classe S10 - levava consigo a frustração de não ter obtido bons resultados na Paralimpíada Rio 2016. 
      Pois o estudante de fisioterapia e que conheceu a natação aos três meses de idade após diagnóstico de paralisia infantil (poliomielite) por reação vacinal, conquistou o bronze ao marcar 56s50. O ouro foi para o ucraniano Denys Krypak. 

Não te mixa guri! O valor é de ouro!


      Confesso que fiquei preocupado ao acompanhar a declaração do bageense Roberto Alcalde Rodriguez após a final dos 100 metros peito, classe SB5, na final da paralimpíada Rio 2016.. Em entrevista ao canal SPORTV o nadador fez um desabafo misturado com desânimo e indignação. Claro, existe algo na imprensa que contraria o bom senso: entrevistar alguém logo após um resultado que ficou abaixo do esperado pelo entrevistado é uma bomba-relógio. Acontece no futebol quando alguém é expulso (vocês notaram que palavrões e gritos são os itens mais comuns nesse tipo de situação? Mas é Ó-B-V-I-O). E Alcalde desabafou. Disse que se atrapalhou na parte técnica, que tinha condições de ir melhor. Não escondeu a frustração.
      Desconte-se a sensação ruim de não conseguir uma medalha. Alcalde já foi campeão mundial na mesma prova, em 2011. O atleta em alto nível persegue como um puma esfomeado em busca da presa o melhor resultado. Ele vai querer sempre o pódio. E qualquer resultado abaixo disso vai chatear alguém que sacrifica a vida na caça do alto rendimento, do melhor resultado, do centésimo a mais. E esse é o lado que entendo. É o lado humano. Dói sim perder. E como Alcalde é um grande atleta, cabe a mim entender essa dor.
      Isso ficou evidente na prova dos 200 metros medley hoje. Não é a prova favorita do bageense. Creio eu que ele ainda buscava respostas porque o desempenho na eliminatória de ontem havia sido satisfatório. Era o segundo melhor tempo. O "ontem" pode ter influência no "hoje" - embora o nado de peito seja completamente diferente do medley, que mistura, além do peito, o livre, o borboleta e o nado de costas. Uma maratona. O décimo lugar na eliminatória pode ter outro sabor. Os 100 metros peito vão virar motivação para o bageense.
      Com a cabeça mais fria, Alcalde sabe que no momento em que saiu da piscina do Parque Olímpico um novo ciclo olímpico (perdoem a redundância, mas é esse o termo real) inicia. Agora é buscar resultados para os mundiais, participar do Parapan em 2019 e correr atrás de índice para a Paralimpíada de Tóquio em 2020. O bageense sabe que vai sofrer com o esforço, as contusões, a dor (que, segundo Oscar Schmidt, maior jogador de basquete que vi, faz parte do uniforme do atleta). Vai privar-se da companhia dos amigos, vai cansar, vai ter que correr atrás do patrocínio, treinar muito. 
      E, no final, vai saber que tudo isso vale a pena. Alcalde levou consigo uma torcida grande. Afinal, sua família mora aqui. O nadador reveza-se entre São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis. E vai levar o carinho de Bagé com ele. Vai levar o sentimento de que é um desbravador, um lutador, que venceu no esporte e se tornou um cidadão do mundo. O resultado pode ter ficado abaixo do esperado para o atleta. Mas para o torcedor, o fato de representar o Brasil (já pensou representar o seu país? Puxa, isso não tem preço!) e honrar a Bagé varonil é um grande louro para seguir atrás da sua meta.