PRATA! Rebeca Andrade perde para uma ET na final do individual geral da ginástica artistica, mas entra para a história como a maior medalhista olímpica brasileira

Luíza Morase/COB

 

   Vamos começar assim: Rebeca Andrada é ouro diante das mortais. A brasileira foi espetacular na prova do individual geral da ginástica artística feminina. No entanto... competir com Simone Biles é algo desproporcional. Com apresentações surreais no salto e no solo, a norte-americana não deixou margens para as adversárias. Aliás... esssa palavra "adversária" é equivocada. Elas são concorrentes, mas não são rivais. 

   As provas foram tão emocionantes que até o YouTube prova isso. Na hora do jogo entre Brasil x Itália no vôlei de praia feminino, havia 31 mil espectadores na CazéTv, uma das emissoras que transmitia. Na final da ginástica artística feminina eram 3,1 milhões de telas conectadas. A final da ginástica era tão esperada que reuniu um ídolo do futebol (o francês Zinedine Zidane), um do skate (o norte-americano Tony Hawk) e um do basquete (LeBron James). Isso diz muito.

   A prata de Rebeca entra para a história. Ela se torna a brasileira com mais medalhas em olimpíadas - um ouro e uma prata em Tóqueio, um bronze e, até agora, uma prata em Paris. Não há uma mulher no Brasil com mais presenças em pódios olímpicos que a filha da dona Rosa - a frase "Mãe, eu te amo", após a apresentação no solo, vai viralizar.

   Não é possível encerrar sem fazer dois registros. O primeiro, de Flávia Saraiva. Apesar da queda na prova de solo (escorregou e caiu de barriga) e no salto (na finalização, quase caiu para frente, mas conseguiu se reequilibrar), Flavinha foi gigante. Estava em sexto lugar e podia brigar por um pódio. Acabou na nono lugar, mesmo com as falhas, entre as 24 concorrentes. 

   E o segundo, bom, é da medalhista de ouro. Simone Biles não é apenas uma artista da ginástica. Ela é um gênio. É simpática, dedicada, perfeccionista. E apresentou ao mundo uma faceta até então desconhecida: a de recuperação pessoal. Afinal, quem não lembra de Tóquio, quando desistiu das provas alegando problemas de saúde mental e simplesmente deixou de lado as competições? Voltou com tudo. E, acima de tudo, mereceu o 1º lugar.