Luíza Moraes/COB |
A vitória do vôlei feminino sobre o Japão na manhã desta quinta-feira (1°) e a conquista, por equipes, da ginástica artística nesta semana em Paris 2024 foram uma exceção à regra nesta edição dos Jogos Olímpicos. Os esportes coletivos brasileiros não estão bem. Nada bem. O desempenho do handebol feminino começou bem, mas as derrotas para Hungria, França e Holanda (cuja partida foi nesta madrugada) dão a demonstração de que algo está errado e precisa de ajustes para as competições de alto nível que o Brasil irá participar.
O futebol feminino já teve seus momentos bons, em algumas situações até brilhantes. Mas, em Paris, sucumbe diante da falta de individualidades e de um jogo coletivo aprimorado. A falta de qualidade é gritante diante de seleções como Japão, Espanha, Estados Unidos, Canadá e até mesmo da sul-americana Colômbia. Se passar pela França, após uma classificação que dependeu de resultados paralelos, será uma zebra. Mas, se o feminino está ruim, que dirá o masculino: atual bicampeão olímpico, o Brasil sequer conseguiu participar dos jogos em Paris.
O vôlei é o contraste. Enquanto o naipe feminino se reorganiza e cresce, o masculino tenta encontrar na volta do técnico Bernardinho uma referência de tempos gloriosos. Nas quadras de Paris, entretanto, a Seleção não deu liga. O Brasil não consegue vencer as grandes potências do esporte. Até encara, mas peça em fundamentos básicos como saque, bloqueio e contra-ataque - algo que há menos de uma década fazia a diferença pró-Brasil. Beira o inacreditável.
O basquete masculino não fica muito longe. Oscar e Marcel devem desligar a televisão ou desconectar o streaming quando assistem o time atual. A Seleção, de bom, tem os arremessos de três pontos, e mesmo assim com boa vontade. Erros em lances livres (com aproveitamento que fica na faixa de 50%), perda de bola no ataque e cansaço físico na segunda etapa das partidas chegam a irritar os torcedores. E brasileiros gostam de basquete. O feminino nem conseguiu a classificação para Paris.
Claro, a torcida continua. O esporte coletivo brasileiro já demonstrou em olimpíadas anteriores uma capacidade de reação que rendeu medalhas, especialmente no vôlei e no futebol. Mas, para um país com dezenas de milhares de praticantes de esportes coletivos, o desempenho em Paris 2024, pelo menos até o momento, é decepcionante. Até hoje são 23 medalhas conquistadas em desempenho conjunto, entre basquete vôlei, futebol, provas de revezamento ou conjunto de atletismo, ginástica, equitação e natação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário