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Gaspar Nóbrega/COB |
Ninguém esperava. Mas a confiança após a vitória contra a França ficou evidente na Seleção Brasileira de futebol feminino. Mesmo desperdiçando várias oportunidades de gol no primeiro tempo, a equipe comandada por Arthur Elias se impôs diante da Espanha, venceu por 4x2, e vai disputar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris no sábado (10) contra os Estados Unidos - para quem já perdeu duas decisões de ouro (em 2004 e 2008).
Mesmo sem poder contar com Marta (suspensa), Antônia, Rafaelle e Tamiris (lesionadas), a Seleção fez um primeiro tempo muito bom, o melhor na Olimpíada até agora. Com marcação eficiente e lançamentos às costas das laterais espanholas, que apresentaram dificuldades defensivas, o Brasil levava perigo. No entanto, o primeiro gol veio de uma forma completamente inusitada - e cedo. Logo aos 6 minutos, a goleira espanhola Cata Coll tentou rebater uma bola recuada. No entanto, a bola pegou na zagueira Paredes e foi entrando devagarinho, com doses extras de crueldade. O gol desestabilizou as espanholas, que buscavam o ataque mas, ou paravam na zaga brasileira, ou nas mãos de Lorena.
O Brasil perdeu oportunidades de gol com Ludmilla e Gabi Portilho. Mas, aos 48 minutos, Gabi recebeu um cruzamento de Yasmin e chutou de primeira, de pé direito, para fazer 2x0.
Após o intervalo, a Seleção Brasileira voltou disposta a definir a classificação. Voltou a perder oportunidades de gol, mas aos 25 minutos, após grande jogada de Priscilla, Adriana cabeceou na trave. No rebote, Gabi Portilho ajeitou e a mesma Adriana fez 3x0. O gol acordou as espanholas, que tentaram uma reação. O gol veio aos 39 minutos, quando Paralluelo cabeceou. Duda Sampaio tentou afastar, mas não pegou na bola, que acabou entrando. No entanto, o Brasil não se abateu. Aos 45 minutos, Kerolin conseguiu roubar a bola de Hernández, avançou e na saída de Cata Coll colocou a bola entre as pernas da goleira, marcando 4x1.
Eis que a árbitra inglesa Rebecca Welch deu 15 minutos de acréscimos (que se transformariam em 18), para desespero das brasileiras. A "prorrogação" permitu que as espanholas marcassem mais um gol, com Paralluelo novamente. Era tarde demais para uma reação. O Brasil só aguardou o apito final e celebrou a vitória, justa, merecida e com uma atuação que convenceu e traz esperanças à torcida.
Handebol
No handebol feminino, não deu para o Brasil. A Seleção foi derrotada pela vice-campeã mundial Noruega por 32 x 15 nas quartas-de-final e foi eliminada. O Brasil terminou a Olimpíada com duas vitórias e quatro derrotas - embora tenha caído no grupo mais forte, com seleções como Hungria, Holanda e França. Nas últimas três edições de olimpíadas o Brasil avançou até as quartas-de-final no feminino, mas foi eliminado.
Basquete masculino
A missão quase impossível demonstrou que, no basquete, não há espaço para zebras. Os Estados Unidos e sua versão atual do "Dream Team" (time dos sonhos, com astros da liga norte-americana, a NBA) venceu o Brasil por 122 x 87 e foi eliminado nas quartas-de-final do torneio masculino. Apesar dos problemas nos arremessos, o sistema defensivo brasileiro fez o possível e conseguiu evitar uma diferença ainda maior, com um número elevado de rebotes. Até a metade do segundo quarto a diferença manteve-se na faixa dos 10 pontos pró-Estados Unidos, mas com o cansaço nos dois últimos quartos, os brasileiros foram presas fáceis e os norte-americanos conseguiram ampliar a diferença.