segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Papai Noel: “O mundo precisa de mais humanidade!”

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            Não é uma tarefa fácil encontrar o bom velhinho. Ocupado com suas múltiplas tarefas na Lapônia, próxima ao Pólo Norte do planeta, ele está sempre disposto a preparar a tradicional entrega de presentes na noite de Natal. O ritmo de trabalho é intenso. Mesmo com uma temperatura que se aproxima de 25 graus negativos. Afinal são quase sete bilhões de pessoas no mundo, sendo dois bilhões e meio de crianças à sua espera. E ele não pode decepcioná-los. Prepara as renas, organiza brinquedos, roupas, atende a pedidos, lê cartas.
            O problema é que Papai Noel está ficando de saco cheio. E não é de presentes. É da falta de bons sentimentos. Gente que não se importa mais com a própria família, na reunião, na confraternização. Pessoas que brigam em fila de supermercados, lembram-se dos outros apenas por interesse. Perderam na sua jornada o velho e bom espírito natalino. E isso está fazendo a tradição iniciada por São Nicolau (o ícone que deu origem a Papai Noel) perder o encanto. “Vai haver um tempo onde, além de esquecerem de Jesus Cristo, vão me transformar apenas em enfeita de residências”, diz o bom velhinho, com certa mágoa.
            Neste trabalho especial de reportagem, conversei com um dos personagens principais do Natal. Para muitos pode ser uma conversa fictícia, fruto da imaginação. Mas para os que crêem é um desabafo do personagem que ilumina a alma e a cabecinha de milhares de criança na Terra. E, confesse: um dia, por mais distante que seja, você também acreditou no Papai Noel não é mesmo? E ele existe. Ainda.
                Ah, um detalhe interessante: realizei esta entrevista em 2011 para um especial de Natal do jornal Folha do Sul. Li, reli e afirmo: o contexto é absolutamente atual. Quem quiser acompanhar vai notar isso.

Pergunta – Como é, atualmente,  ser Papai Noel?
Papai Noel  - Meu filho, é complicado. Por um lado é uma satisfação que já vem há séculos. A esperança das crianças em ganhar um presentinho. A fé depositada nelas pela história de Jesus Cristo. Sabe aquela sensação de “me comportei o ano inteiro direitinho, fui um bom aluno, ajudei os outros e agora vou ser recompensado”? Isso ainda existe. De outra forma o mundo está piorando. São guerras, discussões, preocupações demais. As pessoas ficam mais estressadas neste período do ano. Mas como? Não é para ficarmos em família, brindarmos as boas realizações do ano que se encerra, iluminarmos nossos corações com a história do nascimento do Menino Jesus? Meu Deus... olho para tudo isso e fico muito preocupado. Creio que em pouco tempo, se a humanidade continuar assim, o Papai Noel não será mais do que um enfeite na porta de uma casa, em uma árvore ou até em um presépio. E olha que não sou vaca de presépio (risos).

Pergunta – E onde está o erro?
Papai Noel – Na ganância. Na ânsia em depender do tempo para tudo. Os presentes de Natal, por exemplo. Eles devem ser aspectos de uma lembrança. Simbolizam todo o trabalho que os Reis Magos tiveram para ir ao encontro de Jesus Cristo, celebrar o nascimento daquele bebê vindo ao mundo para trazer uma mensagem de amor e solidariedade. Os Reis Magos foram os primeiros representantes do tão falado “Espírito de Natal”. Só que hoje não é assim. Todo mundo só quer saber de vender, vender, vender. Entendo perfeitamente o lado comercial. Ninguém quer fazer festa e ter a casa feia, desarrumada. O Papai Noel sempre dá um jeito de entregar seus presentes às crianças, mas os adultos já não dão mais atenção a ele. Por isso ele não os visita. O problema é que as crianças já não estão dando bola ao Papai Noel. E o que eu vou fazer aqui, neste frio, se não for pela intenção de integrar uma série de bons sentimentos pelo meu trabalho? Não é só dar o presente. É explicar o sentido da data. E os pais são até certo ponto irresponsáveis por isso?

Pergunta – Mas não são os pais que propagam a idéia do Papai Noel? Não são eles que incentivam a idéia de o senhor passar com suas renas na noite de Natal e entregar os presentes?
Papai Noel – Aí é que está. Quando os pais de hoje eram crianças, eles acreditavam piamente na figura do Papai Noel. Esperavam passar da meia-noite para me ver passar. Ficavam perguntando aos pais: “será porque não temos chaminé que o Papai Noel não vem?”. Até que, vencidos pelo cansaço, caiam no mais profundo sono. E no outro dia acordavam e lá estava, embaixo da árvore natalina, o seu presentinho. Havia encantamento. As pessoas tinham mais tempo, mais ânimo para confraternizar. E, ao contrário do que dizem, não eram só os mais ricos e os de classe média com toda essa disposição. Sempre havia um jeito de entregar uma lembrancinha ao mais pobre, ao mais carente. As pessoas tinham o espírito mais leve. Se é que não é uma redundância, fazia bem às pessoas fazer o bem. Hoje muita gente só faz o bem visando aparecer, visando a um lucro ou a um status melhor. Isso me decepciona.

Pergunta – O senhor teme, realmente, virar apenas uma figura decorativa?
Papai Noel – Claro. As crianças hoje não esperam mais a vinda do bom velhinho. Passa da meia-noite e elas impõem aos pais: quero meu presente! Não há mais magia. Há uma obrigação. Eu sempre trabalhei da forma mais humana possível. Pensa que é fácil atender ao mundo inteiro? Menos mal que existem fusos horários (risos). Minha equipe organiza tudo, prepara da melhor forma possível. Às vezes, é verdade, alguém acaba esquecido. Só que o Papai Noel está ficando velho e ninguém se dá conta disso. A tradição é passada de geração em geração, desde São Nicolau. E o “entregador de presentes” não é o mesmo. Sempre há mudança. O ideal é que permanecia o mesmo. Sem o estímulo às crianças qual será o meu futuro? Nenhum. Serei um mero representante comercial, um enfeite.

Pergunta – E qual o presente que o senhor gostaria de receber no Natal?
Papai Noel – Carinho, afeto e atenção. Não é demagogia meu filho. São essas as vitaminas que me fortalecem a alma. Existe muita gente ao redor do planeta cujo presente seria mais saúde. Para outros mas alegria. Grande parcela da população mundial teve um ano difícil. Só que as reações é que as tornam mais fortes ou mais fracas. Você sempre tem a opção de escolha: ficar bem ou mal humorado, reagir ou desistir. Hoje todos estão optando pelo mais cômodo. E não falo apenas no Brasil, na América do Sul, ou em um local específico. Isso é em todo lugar. Queria um mundo mais justo, mais igualitário. Onde não houvesse tantas brigas. Onde a paz e a harmonia fossem as condições essenciais para a sobrevivência humana. Infelizmente a sociedade evolui, nesse  ponto, para pior.

Pergunta – Mas então por que o senhor não desistiu até agora?
Papai Noel – Porque ainda existem pessoas com o coração renovado nesta época, meu filho. A luta não está perdida para o Papai Noel. Há milhares de pessoas buscando o amor ao próximo, despertando o espírito solidário, fazendo o bem. Enquanto houver esse sentimento eu estarei aqui. Muitos pais ainda conservam a idéia de montar presépios, estimular que as crianças estudem sobre quem foi Jesus Cristo. Contam a história do menino. E o Papai Noel também é preservado. Afinal, por mais que discordem das histórias a meu respeito, a teoria de que quem faz o bem é recompensado é um estímulo. Não é antipedagógico. Se a criança for comportada vai receber uma retribuição por isso. Se você cumpre a sua jornada, não recebe o salário no fim do mês? Se você dá amor ao marido ou esposa não é justo receber o mesmo em troca? Com as crianças é assim. Desta forma que se constitui a personalidade delas no futuro. E a tradição seciular do Papai Noel será mantida.

Pergunta – E qual a mensagem do Papai Noel para este Natal?

Papai Noel – Amem mais. Não tenham vergonha de demonstrar. Sejam corretos com todos, mas principalmente consigo mesmos. Dêem valor a seus filhos. Vocês não percebem, mas eles crescem e dentro de 20 anos, no máximo, eles vão embora viver a vida deles. Aprendam a conviver mais. Não há computador no planeta capaz de gerar a emoção transmitida por um ser humano em um abraço, um cumprimento, um beijo. E sejam mais tolerantes. Todos nós fazemos besteiras ao longo da vida. E a nossa maior besteira é não aceitar as besteiras dos outros. E lembrem-se: aonde houver o sorriso de uma criança no Natal, o Papai Noel estará ali. 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Os deuses do futebol entraram em férias - ao menos hoje

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Confesso que hoje estou meio aborrecido "futebolisticamente" falando (ou melhor, escrevendo).
Depois de uma demonstração de solidariedade ao extremo, o Atlético Nacional tinha a minha torcida (e a de muita gente legal) na semifinal do Mundial Interclubes. Infelizmente, a equipe não jogou o suficiente e acabou goleada pelo Kashima Antlers (lembram do time japonês que o Zico jogou e fez história? Era esse mesmo) por 3x0.
Realmente fiquei triste. O mínimo que o Atlético Nacional, por uma questão de "justiça futebolística" merecia era ter o direito de encarar as estrelas do Real Madrid numa decisão de título. A postura da torcida quando da tragédia com a equipe da Chapecoense, a postura do clube em abrir mão de título pelo entendimento do que houvera com o time e a população catarinense me fizeram acreditar que embora o mundo esteja dentro de um manicômio social, como escreveu Augusto Cury, ainda havia espaço para demonstrações de solidariedade e humanidade.
E agora? Com toda aquela demonstração com sentimento e dor do povo colombiano, vejo a equipe representante da América do Sul ser aniquilada pelos metódicos e eficientes japoneses.
Embora chateado, não desisto da raça humana. Certas coisas não são para serem entendidas, mas aprendidas e assimiladas. Queria muito ver o Atlético na decisão - e vencendo o Real Madrid. Mas tá... fico com aquela sensação de que na manhã de hoje os deuses do futebol deram um tempo, tiraram férias, sei lá.
Mas fico com a ponta de frustração. Eu e muitas pessoas que viam dentro do campo a representação da Chape, tão verde e branca quanto o Nacional. Mas, dentro do campo, principalmente no segundo tempo, a vitória do Kashima foi merecida.
Vou seguir curtindo o futebol. Aliás, um dos poucos, para não dizer, raros esportes onde o mais fraco tem chance diante do mais forte. E é por isso que cativa multidões.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Os motivos da queda do gigante

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      Eu poderia ser sarcástico, corneteiro, irônico. Entretanto, já sofri na pele como gremista o peso de duas quedas para a Série B. A tão temida "Segundona", que ecoa por dentro da alma dos apaixonados por futebol, entretanto, não é nenhum assombro. Por isso a queda do Internacional não me surpreende, apenas acredito que é momentânea. E vai durar um ano, exatamente. No entanto, creio que uma série de fatores levaram ao rebaixamento. Com a cabeça mais fresca do que os colorados apaixonados, trago aqui minhas deduções. Sempre suscetíveis à discordância. 
      Embora tenha certeza que a maioria colorada que chegar até o fim me dará parcela de razão, sem falsa modéstia.

1) A direção apostou em figurões como Anderson e Alex, pagando uma banana de dinheiro e sem ter retorno dentro de campo. A grande aposta certeira e digna foi Danilo Fernandes. Quando mais se precisou dele, correspondeu. No jogo com o Fluminense eram 48 do segundo tempo e o goleiro corria para repor a bola após um impedimento. O detalhe (negativo) é que o resto do time estava correndo em velocidade paquidérmica em direção ao campo do adversário. 

2) Ainda relativo a esse tema: na hora decisiva, não houve alguém para pegar a bola, colocar debaixo do braço, bater lateral, cobrar falta rapidamente. Faltou um líder dentro de campo. Paulão? Ele é bom zagueiro reserva. Nunca um líder. Faltou D'Alessandro.

3) O festival de estupidez que reinou sobre a diretoria numa semana onde o futebol brasileiro ficou abalado pela tragédia da Chapecoense, onde os jogadores do Inter quiseram "encerrar o campeonato", sem responder à pergunta se topavam cair se as partidas não fossem disputadas. A frase de Fernando Carvalho "vivemos nossa tragédia particular" soou tão mal, mas tão mal, que os jogadores tentaram refazê-la. E a emenda ficou pior que o soneto. E o presidente Vitório Píffero conseguiu pior mais ainda. Tudo isso em um intervalo de cinco dias.
Comunicação também ganha campeonato e evita rebaixamento. E faltou isso ao Inter.

4) O "ilusionista" Gauchão. O Internacional já havia batido na trave há dois, três anos, iludido com a desculpa de jogar fora do Beira-Rio. Agora, tinha um estádio modelo. Não adiantou nada. Vencer Gauchão a ferro e fogo não serve para estar habilitado a disputar títulos maiores. A direção e a própria Comissão Técnica deixaram isso de lado. Deu no que deu.

5) Lembro aqui do meu recentemente falecido amigo Erly Inghes, ex-presidente do Guarany. Certa feita, conversando sobre futebol quando fui visitá-lo, ele me disse: "Emanuel, não se traz jogador que não tá a fim de vestir a camiseta ou fica sonhando em se transferir para outro clube. É melhor que não fique". Lembrei-me de Nico López, contratado a peso de ouro junto ao futebol italiano, que disse em alto e bom tom que não queria vir para o Inter, que preferia o Nacional de Montevidéu, onde atuou no primeiro semestre. Pergunto: ele entrou em campo pelo colorado?

6) A história de "time grande não cai".  Cai sim. Bayern de Munique, na Alemanha, Milan e Juventus, na Itália, Atlético de Madrid, na Espanha, River Plate, na Argentina, Grêmio, Atlético-MG, Vasco e Corinthians, no Brasil... adotar esse lema que beira a imbecilidade é de uma falta de bom senso terrível. E agora? O Inter se apequenou, tornou-se um "timinho"? ÓBVIO que não. Apenas está precisando aprender algumas lições, onde uma passagem pela Série B pode fazer com que se reinvente conceitos de futebol.

7) A "valsa dos 15 anos". Aquilo até pode ser feito em tom de corneta, mas num final de temporada. Jamais no meio. Moral da história: os colorados agora viram o Grêmio conquistar o Brasil e, três dias depois, ser rebaixado. Quem "dançou" por último? 

8) Apegar-se a tapetão. Claro, se o clube se sente prejudicado, tem mais que procurar os caminhos legais. Mas basta pensar: se tivesse algo errado antes, por que não se tratou disso logo? O problema surgiu em abril, maio, e agora em dezembro a direção colorada resolveu entrar no STJD para tentar rever uma posição outrora definida. Gente, se alguém quisesse já tinha melado o campeonato. Não comungo com a ideia da CBF em querer acusar o Inter de falsificação de documentos ou e-mail, mas que a imagem do clube ficou prejudicada, não tenho dúvida alguma.

9) Pecar contra os pequenos. O Inter contra os times contra quem lutava para não cair: perdeu as duas para o Vitória. Ganhou uma e empatou com o Sport. Ganhou uma e perdeu outra para o América-MG, a mesma coisa contra o Figueirense. E ainda teve um empate e uma derrota para o Santa Cruz. Passou quase todo o campeonato sem vencer fora de casa. Não há santo que resolva.

10) Insistir com soluções caseiras para comandar o time. Argel não fazia mau trabalho, mas pecou por querer "passar o trator" no Grêmio e ser aniquilado no Gre-Nal do primeiro turno. Falcão foi um erro crasso, abissal, e o clube perdeu tempo. Celso Roth tinha a mancha do Mazembe nos ombros, mas respaldado, insistiram com ele. Aliás, talvez tenha sido o único a ainda conseguir um padrão de jogo para a equipe. A antipatia da torcida e alguns erros de escalação o correram da Avenida Padre Cacique. Restou Lisca, o "Doido". Que não fez loucura alguma, conseguiu piorar o pouco que Roth fizera em termos de dinâmica de jogo e agora carregará por algum tempo a pecha de "rebaixador" do time.

Deixo para o fim duas ressalvas. A primeira é para o verdadeiro torcedor colorado, aquele que acreditou até o fim. Vi, li e ouvi muitos colorados dizendo que "já deu, já tá rebaixado" há quatro, cinco rodadas. Para esses só resta a frase "Eu já sabia". E agora há uma direção nova, eleita com 95% de apoio do associado, disposta pelo jeito a mudar os panoramas que levaram o clube à beira do abismo. Só que se a torcida não pegar junto, não precisa ser vidente para saber que o Inter fica na Série B - e olha que sobem quatro clube e não dois, como na época da Batalha dos Aflitos do Grêmio.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

10 razões para o Grêmio e Palmeiras serem os melhores times do Brasil em 2016

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     O Grêmio sagrou-se campeão da Copa do Brasil pela quinta vez. O Palmeiras ergueu a taça de campeão brasileiro pela nona vez. Nada de mais, dentro da obviedade dos números - até comecei este texto quase que de maneira simplória. Entretanto, na raiz, na origem, no início do trabalho que levou à conquista houve muita coisa em comum entre os dois clubes. Ao longo dos últimos meses eles se agigantaram. Embora o fornecimento para contratações seja completamente diferente, as gestões tiveram papel importante. E vale aqui destacar 10 itens que considero essenciais para as equipes conquistarem títulos.

1) A mudança de rumo. O Grêmio iniciou a temporada com Roger Machado, respaldado por um bom trabalho em 2015. O Palmeiras manteve Marcelo Oliveira, campeão da Copa do Brasil no ano passado, mas com um festival de questionamento ao seu trabalho. O Palmeiras caiu na primeira fase da Libertadores e, percebendo qualidade no elenco, procurou o melhor treinador disponível. Encontrou Cuca - e deu certo. O Grêmio, cuja defesa vazava como sifão torto na pia da cozinha, viu goleadas ocorrerem, dinâmica de jogo crescer... e nada de chutes a gol. O aproveitamento era pífio. Roger percebeu o tamanho da encrenca e teve grandeza de reconhecer que não havia mais suco, apenas um bagaço. Renato Portaluppi veio para acertar o rumo. Adotou marcação individual na zaga, transformou Ramiro em Giuliano, vendido para o futebol russo no meio da temporada, aposentou Negueba e Henrique Almeida. O time do Grêmio, que antes parecia uma enceradeira, girando sem sair do lugar, transformou-se em uma equipe letal, objetiva, que passou a chutar em gol - talvez o grande mérito de Renato, que foi um excelente finalizador. O resultado? Uma taça no armário e um jejum colocado na lona.

2) Os "guris". O Palmeiras conta com Moisés e Gabriel Jesus. Diferenciados, jovens, que atuam em várias funções. O Grêmio contou com Luan, Éverton (ou Pedro Rocha) e Walace, que fazem absolutamente a mesma coisa. Dinâmica de jogo é fundamental para erguer consistência. E ambas as equipes contam com isso.

3) Os paredões. MIna e Victor Hugo são bons zagueiros. São velozes, contam com boa colocação e são armas perigosas no jogo aéreo. O Palmeiras está bem servido. O Grêmio não conta com uma força aérea capaz de resultar em gols pró, mas tem uma fortaleza capaz de evitar muitos gols contra. Geromel e Kannemann hoje são junto com os palmeirenses a melhor dupla de zaga do futebol brasileiro. Se antecipam com facilidade, bons na bola áerea, de um nível excepcional na bola rasteira, não fazem muitas faltas perto da área.

4) Comando. Paulo Nobre é um gestor. Dono da Crefisa, a maior financeira do país, injetou dinheiro no Palmeiras, montou elenco e em dois anos conquistou dois títulos nacionais. Não por acaso a empresa patrocina a parte frontal da camiseta do alviverde. Suas contratações deram opção de grupo ao Palmeiras - que com time misto quase suplantou o Grêmio ainda em fase de ajuste com Renato. No Grêmio, Romildo Bolzan errou em muitas contratações, mas manteve a base. E quando foi necessário, acertou em cheio ao trazer o destemperado, mas eficiente, Edílson e, principalmente, Kannemann. Além de recusar propostas por Ramiro na metade do ano. Com três contratações pontuais, principalmente para o meio-campo e laterais, o Tricolor é, sim senhor, candidato à Libertadores. Hoje, melhor que o Grêmio, só o Atlético Nacional da Colômbia - que vai vender jogadores após o Mundial Interclubes.

5) Falta de Craques. Talvez aqui o ponto mais polêmico. Não vejo nenhum craque nem no Grêmio nem no Palmeiras. Ambos tem jogadores diferenciados. No caso alviverde, Gabriel Jesus mais a frente, Roger Guedes, Tchê Tchê e Moisés logo em seguida, além dos excelentes goleiros Jaílson e Fernando Prass. O Grêmio tem o diferenciado Luan (que não chuta em gol), com Walace (que erra muitos passes) e Geromel um pouco abaixo. O segredo do sucesso de ambas as equipes é o conjunto da obra. Como uma orquestra, harmoniosa, com funções definidas e sob a batuta de dois bons maestros.

6) Condutas cerebrais. Tanto Palmeiras quanto Grêmio, ao longo das competições que venceram, souber jogar com o regulamento. Exploraram religiosamente os prós e contras de suas equipes e os colocaram em evidência nas disputas. O Palmeiras sabia que em uma competição longa era necessário vencer fora de casa. E jogou para isso. O Grêmio sabia que precisava marcar gols na casa adversária para buscar uma classificação. E assim o fez. Sucesso é fruto de trabalho. E isso não faltou a ambas as equipes.

7) Ambos queriam, almejavam, desejavam o fim de jejuns. O maior, claro, do Grêmio - sem constituir uma conquista em nível nacional há 15 anos. O Palmeiras, por sua vez, não conquistava um Brasileirão há 22 anos. E queria muito isso - tanto que correu risco e colocou time misto na Copa do Brasil. Houve méritos nas definições sobre o que queriam. Agora estão condicionados a mirar novos ápices.

8) Ambos passaram tempos difíceis com conquistas dos rivais. O alviverde viu o Corinthians chegar ao topo do mundo em 2012 no Japão, ao bater o Chelsea. O Tricolor sentiu o gosto amargo de ver o Internacional vergar o Barcelona, em 2006. Além disso houve Libertadores e Recopas dos principais adversários. O Corinthians venceu Copa do Brasil e Brasileirões. O Internacional empilhou seis títulos gaúchos. O grande problema é que tanto palmeirenses quanto gremistas passaram anos tentando desfazer do sucesso alheio, algo que chegou às diretorias. Talvez uma das primeiras coisas que Paulo Nobre e Romildo Bolzan fizeram foi se preocupar mais com suas equipes do que com os outros. E isso é o primeiro passo de um planejamento bem feito. Depois das conquistas, bem, aí vieram as cornetas. Mas elas ficaram para o fim.

9) A torcida. Os palmeirenses adotaram a Arena alviverde. Tiveram a melhor média de público do Campeonato Brasileiro. Os gremistas só não encheram a Arena contra o Atlético-PR. Nas demais partidas, público mínimo de 45 mil pessoas. Além disso, houve uma injeção de ânimo na confiança dos torcedores. Jogar bem uma partida é fácil. Manter o equilíbrio durante cinco, seis partidas é para times grandes. E Grêmio e Palmeiras foram grandes no segundo semestre.

10) A superação de desafios. O primeiro jogo de Renato foi contra o Atlético-PR na Arena. Jogo em que o time, mesmo não jogando bem, não merecia ter perdido. Enfrentou os pênaltis, conseguiu a classificação e embalou. O Grêmio tinha time para vencer o Gauchão, mas pecou contra o Juventude e viu esvair-se a possibilidade de retomar a hegemonia regional. O Palmeiras não ficou atrás, ao ser eliminado pelo Santos no Paulistão e ter uma campanha pífia na primeira fase da Libertadores. As equipes reinventaram-se ao longo do ano. E conquistaram, com muita justiça, os objetivos a que se propuseram. 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Por que vou me casar?




      Não, este blog não foi idealizado para expor minha vida pessoal. Não é para eu realizar comentários sobre diabetes, minhas angústias, meus receios, meus sucessos, meus desafios. Muito menos para tergiversar a respeito da minha vida sentimental e amorosa, cheia de fracassos e sucessos - como a de todo mundo, aliás. Este conteúdo online é para informação. Entretanto, vou abrir uma exceção. Afinal, hoje vou casar! E com uma mulher muito especial.
      Conheci a Josiane quando fiz uma postagem sobre o valor da conta da luz. Quer dizer, conheci a fundo. Porque antes já éramos "amigos virtuais" - onde o máximo que fizemos foi mandar mensagens de aniversário um ao outro e curtir lá de vez em quando algo que nos tocasse. Ela "rabiosa" com o valor - e eu mais ainda. Aí, já no período de solteirice, comecei a olhar (e a curtir) fotos antigas. Olhando as postagens no perfil dela, deduzi que se tratava de uma pessoa diferenciada, com foco, perfil de pessoa que sabia planejar as coisas, dedicada profissionalmente e pessoalmente também. Confesso: a única coisa que realmente me preocupou foi o fato de ela ser professora - até porque eu não canso de dizer que tenho demasia de professores em casa. Embora considere uma das melhores profissões do mundo - mas a minha, o Jornalismo, é a melhor de todas! Só que lidar com Educação é sui generis. Mas deixemos isso de lado.
      Até que precisava puxar um papo. As curtidas minhas nas imagens e posts dela aumentaram. Por coincidência (só coincidência) as delas em relação a mim também cresceram mais que a volúpia do Congresso em criar artefatos para escapar da Lava-Jato - para vocês notarem como aumentou. Então era hora de dar um "oi". Até que chegou o dia, me enchi de coragem (eu sempre fui tímido ao excesso, embora muitos não acreditem, mas meus amigos sabem e conhecem isso de perto) e mandei um "oi". Ao melhor estilo Emanuel. 
      Qual não foi minha surpresa ao ver que ela respondeu! E disse que gostava muito do que eu escrevia, coisa e tal, talicoisa. E aí minha confiança cresceu. E repliquei. E ela treplicou. Em poucos dias marcamos o primeiro encontro. E logo em seguida já pedi ela em namoro. E algum tempo depois já ficamos noivos. 
      E hoje, 2 de dezembro, vamos casar!
      O título deste texto é uma pergunta que exige uma resposta da forma do método socrático. E por que eu não casaria com uma pessoa que considero linda, com caráter, bom coração, velocidade de raciocínio, disposta, boa mãe de dois filhos lindos e maravilhosos, uma excelente filha e irmã? Por que não casaria com uma mulher que amo e declaro aos quatro ventos (se é que existem quatro tipos de ventos... mas vamos lá), com quem me preocupo, a quem procuro auxiliar, com quem divido todas as coisas da minha vida? Por que não casaria com uma mulher que me ama, que se preocupa, que entende minha ranzinice, meu rabugentismo, que assiste a jogos do Grêmio comigo mesmo sendo colorada, que entende e respeita o que penso? Por que não casaria com uma mulher a qual escuto com atenção, que espero concluir um raciocínio para poder dar meu pitaco, que vive o hoje, mas pensa no amanhã, que procura fazer o que precisa ser feito e bem feito? Por que não casaria com uma mulher de fibra, garra e coragem, que procura evoluir como pessoa e se aperfeiçoar como profissional, que me considera guardião de seus segredos, o colo para o carinho necessário, o toque para sensibilizar e a voz firme, mas com ternura, de quando precisa de um conselho ou orientação?
      Como não vou casar com uma mulher dessas? Alguém que não é frívola, não é à toa, sabe impor respeito e conquista credibilidade com quem convive? Só se eu fosse muito tosco, ogro, para não amar uma mulher assim. É com essa Josiane (ou Jô, para a maioria das pessoas) que eu quero passar os meus dias, é com ela que quero passear na praça, viajar, assistir a um filme. É nos braços dela que vou me amparar quando as coisas não saírem como o desejado, é dela que espero a palavra doce ou firme, dependendo da situação, é com ela que virão os conselhos, as manias, a TPM, a preocupação com os guris. É com ela que vou dividir minhas hipoglicemias, meus destemperos (sim, ela sabe como sou e me aceita desse jeito. E é por isso que já me controlo muito, mas muuuuuuuuuuuuito melhor), meus transtornos de ansiedade, meus tiques-nervosos.
      Casamento não é fácil, ,eu sei. Não é um mar de rosas o tempo todo. A rotina atrapalha, as manias também. Entretanto, ambos temos uma coisa que realmente, sem falsa modéstia, nos diferencia: disposição. A percepção de saber o que está errado e tentar mudar. A sabedoria suficiente para saber que há, sim, entre casais, a necessidade de abrir mão pela estabilidade do relacionamento e a obrigação de não ter desvios de caráter para sustentar o amor. Em procurar fazer a maioria de nossos momentos de lazer e descontração juntos. É saber que, embora tenhamos os meninos por perto, eles terão independência e nós também. É querer estar junto não por obrigação, mas porque um faz bem ao outro, um provoca sorrisos no outro, o afago de um ao outro nos conforta, o carinho de um ao outro nos faz feliz.
      Por isso é que escrevi esta crônica hoje. Da maneira mais Emanuelífera possível, do jeito mais estranho que possa ser. Mas com todo o amor do mundo para a filha, mãe, irmã, professora, diretora, colega, amiga e que, a partir de agora, passa a ser também de forma oficial a melhor esposa que Deus poderia me destinar. Agradeço, de coração, a todos que leram até aqui. E solicito apenas uma coisa: se esforcem para que seus relacionamentos deem certo. Esse esforço compensa. Não existe juiz melhor das nossas vidas que nós mesmos. E para sermos justos é preciso querer essa justiça a todos a quem amamos.

domingo, 18 de setembro de 2016

Infelizmente... acabou!




      A cerimônia de encerramento da Paralimpíada Rio 2016 deixa aquele gosto de "queria mais". Em um espetáculo de som, luz, cor, inclusão e paz. Muita paz. Essa, aliás, foi a música cantada por Ivete Sangalo (imortalizada na voz de Zizi Possi nos anos 80) para significar o apagamento da chama paralímpica. Foram dias de luminosidade dentro das competições. De inclusão - os públicos muitas vezes superaram o da própria olimpíada.
      Houve um grande entrelaçamento da diversidade cultural musical brasileira. Desde Nação Zumbi, o funk, passando pela timbalada, o forró, entre outros tantos ritmos. Não houve vaias. Houve silêncio na homenagem ao atleta iraniano que morreu durante a prova do ciclismo de estrada. Houve aplausos aos atletas. Houve a saudação à capacidade de superação dos brasileiros.
     Houve uma paralimpíada para a história do país. Houve uma lição para 200 milhões que ficam aqui e precisam aprender a reinventar um país. A descobrir o verdadeiro poder de uma democracia incipiente que às vezes pede ajuda à cidadania para exercer um poder fantástico de escolha de seus dirigentes. Fica um legado dos exemplos de que é possível sim passar uma boa imagem com disposição, boa vontade e muito, mas muito trabalho. 
      Há a convicção de que o Brasil não é apenas festa. Mas sim uma igualdade de sentimentos,de cultura, de povos. Um país que abraça a todos que aqui chegam e multiplicam sua capacidade laborativa e que podem utilizar a alegria como combustível para transformação.
      Como foi bom e importante viver a paralimpíada!

Os 10 momentos marcantes da paralimpíada Rio 2016

      A cerimônia de encerramento da paralimpíada está em andamento. E o clima de "aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhh, que saudade" toma conta de grande parte dos apaixonados por esportes. Foram apenas 11 dias de competições, mais a data de abertura (7 de setembro). E começam as avaliações, dentro e fora dos complexos esportivos que sediaram a maior competição esportiva do planeta para pessoas com algum tipo de deficiência.
      Separei 10 momentos para reflexão. Alguns, esportivos. Outros, emotivos. Há também espaço para reflexão e cuidados com a segurança. Avalie os seus momentos e veja se não valeu a pena. Aliás, desculpem a redundância, pena que não haverá outro evento deste porte em breve no Brasil. Espero ainda estar vivo para vivenciar de perto o significado desse evento para o país. Mas vamos lá:

1) O tcheco romântico
Bruna Prado/Getty Images

Se o romantismo esteve em alta na olimpíada, na paraolimpíada não seria diferente. Aliás, diferenciadas foi a reação da "solicitada". Medalhista de prata na prova de tiro com arco W1, o tcheco David Drahoninsky, aprontou uma espetacular para a namorada Lida Fikarova. O curioso é que ela ficou FURIOSA. Isso porque David pegou o microfone, pediu desculpas porque não havia conseguido o ouro, mas perguntou se, mesmo assim, ela aceitaria casar com ele. O problema é que Lida leu nos jornais que o atleta faria o pedido. E respondeu de forma ríspida: "não gosto desse tipo de atenção”.
Ah, detalhe: apesar do resmungo, ela aceitou!!!

2) A emoção do técnico na bocha
Festa brasileira com o ouro na bocha Foto: UESLEI MARCELINO / REUTERS

      O Brasil ganhou medalha de ouro na bocha  na classe BC3, em duplas mistas. A equipe formada por Antônio Leme e Evelyn Vieira venceu a Coréia do Sul por 5x2. Ao término do jogo, o irmão de Antônio (que tem paralisia cerebral), Fernando, invadiu a quadra e se jogou ao solo abraçando o irmão. Uma das cenas mais lindas dos jogos.

3) Os campeões e finalistas "olímpicos"
Resultado de imagem para Abdellatif Baka
       O argelino Abdellatif Baka conseguiu algo inimaginável em uma paralimpíada. Baka ganhou a prova dos 1.500 metros rasos da classe T3 (para atletas com limitações visuais) com um tempo tão sensacional que seria campeão olímpico na Rio 2016. O brasileiro Petrúcio Ferreira dos Santos, ouro na final dos 100 metros rasos classe T47, com 10s19, teria um tempo que o colocaria na final dos 100 metros rasos na Olimpíada. E o alemão o alemão Markus Rehm, no salto em distância, categoria F44 (para amputados), Saltou 8,21 metros - o que daria o quarto lugar na Olimpíada.

4) O super Daniel Dias
Medalha - Dias, Daniel - Natação - Brasil - 100m livre masculino - S5 - 100m livre masculino - S5, final - Estádio Aquático Olímpico
Vinte e quadro medalhas paralímpicas. O maior nadador de todos os tempos em jogos é brasileiro. Daniel Dias disputou nove provas na Rio 2016. Ganhou nove medalhas - quatro de ouro, três de prata e duas de bronze. Entrou e fez história. Além disso, foi anunciado no Parque Olímpico Aquático como o maior medalhista da natação da história. E o que fez? Chamou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro para, num momento de simpatia e reverência, subir ao pódio e cantar o Hino Nacional com ele. Um supercampeão do esporte e da vida. 

5) A morte do iraniano no ciclismo de estrada
O atleta iraniano Bahman Golbarnezhad, 48 anos, morreu após acidente durante a prova de ciclismo de estrada C4-5 dos Jogos Paraolímpicos Rio 2016
      Infelizmente o chavão "a morte faz parte da vida" entrou para a realidade na Rio 2016. Na prova de ciclismo de estrada, no penúltimo dia de competição, o iraniano Bahman Golbarnezhad morreu após sofrer um acidente no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro. O iraniano caiu da bicicleta e bateu a cabeça, sofrendo traumatismo craniano. Foi atendido e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.  ao sofrer uma parada cardíaca. Foi a nota triste da paralimpíada.

6) Ouro em família
No salto em distância, Ricardo Costa dá primeiro ouro ao Brasil
      A família Costa vai sair com o título de família mais dourada da paralimpíada. Os irmãos Ricardo e Silvânia Costa ganharam a medalha de ouro nas provas do salto em distância T11 (para deficientes visuais). Enquanto a vitória de Ricardo foi relativamente tranquila, a da irmã foi apenas no último salto. Ela já havia sido porta-bandeira da delegação tupiniquim na cerimônia de abertura. 

7) O choro doído do goalball feminino
      Pouca gente no Brasil conhecia o goalball - disputado por atletas com deficiência visual onde uma equipe joga a bola contra a outra em uma quadra para fazer gols. E um dos momentos mais emocionantes dos jogos foi a derrota da equipe feminina da modalidade na disputa do bronze com os Estados Unidos. As atletas lutaram muito, mas saíram sem medalha ao perderem por 3x2. Na zona mista, área dedicada às entrevistas, elas sequer conseguiam falar. O choro tomou conta. As atletas consolavam-se umas às outras. E os torcedores choraram junto - não pela derrota, mas pela tristeza das jogadoras. 

8) Alex Zanardi
  Lenda Paralímpica, Alex Zanardi pede por Jogos originais
      Quis o destino que na data exata marcada pela tragédia - a amputação das duas pernas após um acidente na Alemanha em uma prova da Fórmula Indy - o italiano Alessandro Zanardi, ou simplesmente Alex, ganhasse uma medalha nas paralimpíadas Rio 2016. Foi em 15 de setembro. Atleta do ciclismo, Zanardi sai da paralimpíada com três medalhas, sendo duas de ouro e uma de prata. Um fenômeno que tinha tudo para desanimar. E que mostrou a incrível capacidade de reinvenção do ser humano disposto a mudar o próprio destino.

9) A belga que vai cometer eutanásia
VERVOORT Marieke - Atletismo - Bélgica - 100m rasos feminino - T51/52 - 100m feminino - T52, final - Estádio Olímpico (Engenhão)
      Ela anunciou há algum tempo que faria isso. E não desistiu da ideia. Após conquistar a medalha de prata nos 400 metros com cadeira de rodas na Rio 2016, a belga Marieke Vervoort, de 37 anos, confirmou que irá manter a decisão de realizar a eutanásia solicitada ao governo de seu país desde 2008, mas desmentiu que seria após o encerramento da competição. Ela tem uma doença degenerativa que já lhe impediu de movimentar os membros inferiores. Destacou que precisa deixar o esporte porque a doença está piorando. Marieke foi diagnosticada com tetraplegia progressiva. doença com a qual convive há 23 anos. A questão polêmica não abala o humor da belga. E deixa em aberto o debate sobre a questão: vale a pena abreviar o sofrimento em detrimento de continuar vivendo?

10) A procura das pessoas com deficiência pelo esporte

      Essa não tem foto. É o legado deixado pela paralimpíada no Brasil. Se eu já recebi pedidos de informações a respeito de onde pessoas com deficiência podem ter acesso à prática desportiva em Bagé, imagine professores, profissionais da saúde, universitários, assistentes sociais, professores de educação física? Sim. Esse é o lado bom. Ao ver a avalanche de medalhas, muita gente pode dar importância a esportes de alto rendimento. Alguns, bem simples como o tênis de mesa, onde duas ou três mesas podem servir para dezenas de atletas iniciaram a prática desportiva. Ou o goalball. Ou o vôlei sentado. Ou a bocha. Ou ainda o futebol de 5, para deficientes visuais. Quem sabe sonhar um pouco mais e potencializar pistas de atletismo e piscinas para a prática da natação? Algo que marcou muito nas histórias que acompanhei foi a frase do bageense Roberto Alcalde Rodriguez em entrevista ao jornal Zero Hora. Isso porque ele precisou sair de Bagé e ir para Florianópolis porque no município, segundo ele, não havia condições de treinar. E não há mesmo. Embora isso doa, a realidade pode mudar. E agora pode ser um incentivo. Projetos dentro das instituições que lidam com pessoas com deficiência existem. Falta é interesse governamental e patrocínios para a manutenção desses projetos. Quem sabe a classe empresarial não possa colaborar com a dedução de impostos, a legislação não seja mais fácil e abrangente a essas instituições e a população também possa colaborar? 
É um sonho. Mas não é utopia.

BRONZE - Edneusa faz com que o Brasil tenha medalhas em todos os dias da Rio 2016

 Edneusa de Jesus

     Devido à complexidade da maratona seria difícil crer que o Brasil pudesse obter medalhas em todos os dias da competição paralímpica. Afinal, o país perdeu a chance do bronze no voleibol sentado masculino ao ser derrotado pelo Egito. As 71 medalhas conquistadas até então seriam o bastante. Mas não. Coube a Edneusa de Jesus Santos Dorta reescrever a história brasileira nesta paralimpíada. 
      A atleta conquistou a medalha de bronze na Maratona, prova nobre do atletismo. Ela completou a prova em três horas, 18 minutos e 38 segundos. O ouro ficou com a espanhola Elena Congost e a prata com a japonesa Misato Michishita. A prova fazia parte da classe T11/T12 (para competidores com deficiência visual).
      É a primeira vez que o Brasil consegue medalhas em todos os dias de paralimpíada. O país soma agora 72 medalhas - 14 de ouruo, 29 de prata e 29 de bronze. 

Não peça desculpas Fred!

Brasil cai diante do Egito e é quarto no voleibol sentado

      Tudo bem que a perda da medalha de bronze para o Egito (derrota por 3 sets a 2) deixou desanimada a equipe. Afinal, a competição é no quintal de casa, diante da torcida. Mas os desabafos do técnico da seleção masculina de vôlei sentado, Fernando Guimarães, e do oposto Fred, maior pontuador da competição, me deixaram com sentimento de culpa. E olha que não faltou apoio do público durante toda a partida.
      Acompanhem as parciais para vocês terem ideia do quão equilibrado foi o jogo: 26/28, 31/29, 25/19, 22/25 e 15/1. A partida durou mais de duas horas. Na semifinal, o time brasileiro havia perdido para o Irã, que disputa a final dentro de instantes com Belarus. 
      Só que, encerrada a partida, as equipes de TV foram no técnico. E ele desandou a elencar uma série de problemas da seleção. Entre eles que "tudo o que treinamos, eles (atletas) não fizeram". Aquilo doeu. O alto rendimento, claro, exige profissionalismo ao extremo. Mas não ficou legal esse desabafo. Parece que a culpa era dos jogadores. Mais tarde, com a cabeça mais fria, tenho certeza que o treinador vai observar detalhes importante. Entre eles: foi a melhor campanha do time masculino em uma paralimpíada. 
      O oposto Fred, o melhor jogador da equipe, não deixou por menos. Colocou para si toda a "culpa" da derrota. "Eu poderia ter jogado mais. Eu não assumi a responsabilidade. Assumo minha culpa", declarou o atleta à imprensa. Assim como eu, o repórter não escondeu a perplexidade. E insistiu, dizendo que o Brasil teve a melhor campanha, um desempenho acima do esperado. E Fred disparou. "Queríamos uma medalha. Ela não veio. Não há lado bom".
      Por isso é que especialistas em psicologia dizem que cabeça quente e euforia não são boas para ninguém. E não são mesmo, a vida ensina. O vôlei sentado levou um público gigantesco ao Riocentro. A modalidade foi adotada pela torcida. Não só isso. Aqui em Bagé mesmo já há um zun-zun-zun de que é possível organizar equipes de pessoas com deficiência para praticar a modalidade - que pode ser praticada por amputados ou paralisados cerebrais.
      E como o objetivo não foi atingido?
      A modalidade virou vitrine. A seleção feminina conquistou um bronze histórico. Como a quadra comum pode ser adaptada, não fica difícil montar uma estrutura para treinamento e partidas. O público entende a regra porque já é acostumado com o voleibol. A única diferença é que os atletas, pela dificuldade de mobilidade, podem tocar na rede. 
      A frustração e o desânimo são entendíveis. A derrota dói, seja ela no trabalho, seja no esporte, seja em casa. Só não é motivo para jogar tudo para o alto e dizer "putz, não serviu para nada". Serviu sim. Para chamar atenção do que uma pessoa com deficiência é capaz de fazer. De que com boa vontade e disposição pode-se colocar pessoas com deficiência em um patamar esportivo elevado. De que os governos podem investir em programas de capacitação de professores de educação física. De que é possível proporcionar estruturas para incluir pessoas com deficiência no esporte, talvez a melhor e mais fácil ferramenta para fazer isso. De que os legisladores - em nível municipal, estadual e federal - podem criar condições para facilitar condições para patrocinar eventos e infraestrutura.
      Não peça desculpas Fred! Vocês fizeram o vôlei sentado valer a pena. E despertaram a reflexão. A raiva vai passar. E vocês serão modelo para um novo patamar do esporte. 

sábado, 17 de setembro de 2016

EMOCIONANTE - Brasil supera próprios limites e Daniel Dias agora é o maior nadador da história



      Choro. Emoção. Muita luta. E uma recuperação espetacular de Philipe Rodrigues. Tudo isso marcou a última prova da natação paralímpica na Rio 2016. E o mais incrível: em uma prova onde ninguém esperava medalha. O revezamento 4x100 metros medley 34 pontos tinha um desafio pela frente. E os brasileiros superaram seus próprios limites. 
      Não só isso. O bronze de Daniel Dias o coloca como o maior nadador da história paralímpica. Agora ele tem 24 medalhas em três paralimpíadas. O Brasil foi espetacular na prova. Pela utilização das classes, na primeira virada, com Daniel Dias nadando costas (classificado com a classe mais baixa, S5) o Brasil entregou em sétimo. Depois, em sexto com Juan de Souza, que nadou peito. André Brasil deixou o país em quinto após nadar borboleta. E coube a Phelipe Rodrigues fechar o revezamento. Com um pulmão fantástico, o nadador foi ultrapassando adversários e irrompeu em terceiro a pouco menos de cinco metros da linha de chegada. 
      Mais uma prova emocionante para encerrar com chave de ouro a participação brasileira na Paralimpíada. 

Arremesso e velocidade prateados


      O atletismo brasileiro vai aumentando a quantidade de medalhas para o país no quadro geral da paralimpíada Rio 2016. Depois da arrancada de Petrúcio dos Santos, Shirlene Coelho ganhou prata no lançamento do disco da classe F38. Justamente ela, que foi porta-bandeira da delegação brasileira da cerimônia de abertura. 
     Com a marca de 33,91 metros, Shirlene foi superada pela chinesa Na Mi, que lançou o disco a 37.60m. A irlandesa Noelle Lenihan ganhou o bronze. 
      Nos 400 metros rasos da classe T11, Felipe Gomes ganhou sua quarta medalha nos Jogos. O brasileiro ganhou a prata com 50s38. O ouro foi para o espanhol Gerard Puigdevall, com 50s22. o bronze foi para a Namíbia, já que Ananias Shikongo, assinalou 50s63. O brasileiro Daniel Silva, que também disputou a final, finalizou em quarto lugar, beliscando o pódio. 

Palmas para Joaninha



      Ela tem pouco mais de um metro de altura. É carregada no colo pelos voluntários próximo à piscina do Parque Olímpico Aquático. Mas, dentro d´água, ela se transforma e vira uma fera. Joana Maria Neves, a Joaninha (na foto, parabenizando o público que a incentivou na prova), mandou o nanismo para o espaço e conquistou sua segunda medalha individual na paralimpíada Rio 2016. Ela ficou com o bronze na prova dos 100 metros livre classe S5.
      O ouro ficou com a chinesa Zhang Li e a prata com a espanhola Teresa Perales. 

Agora ele é o maior de todos



      Esqueça o ouro de Daniel Dias agora há pouco na piscina do Parque Aquático Olímpico, na paralimpíada Rio 2016, na final dos 100 metros livre classe S5. O homem conquistou apenas a oitava medalha nesta edição dos jogos. Metade são de ouro. Metade.
      Dias colocou quatro segundos para o segundo colocado e medalhista de prata, o norte-americano Roy Perkins. O bronze foi para o britânico Andrew Mullin. Isso também não interessa, no fundo.
     O nadador brasileiro iguala o recorde total de medalhas em paralimpíadas. Agora, são 23 pódios em três edições de jogos - Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016. É o maior de todos os tempos, ao lado do australiano Matthew Cowdrey. É, no mínimo, o segundo maior nadador da história da paralimpíada. Um feito.
      A prova também foi marcada pela emoção da despedida de Clodoaldo Silva. O "tubarão aquático", apelido que recebeu após os seis ouros em Atenas 2004, terminou a prova na oitava colocação com o tempo de 1m20s80. Isso não importa também. Clodoaldo entra para a história como um dos atletas que mais incentivou a natação paralímpica brasileira. Com o jeito descontraído e falastrão - mas sem dizer besteira - o nadador conquistou a simpatia do público, a admiração de colegas de piscina e o carinho do torcedor. A família de Clodoaldo - incluindo a esposa e a filha Anita - estiveram no Parque Aquático para acompanhar a despedida paralímpica do campeão. 

PRATA ESPETACULAR - Petrúcio Ferreira ultrapassa seis adversários nos últimos metros e ganha prata

Petrúcio Ferreira (Foto: Alaor Filho/MPIX/CPB)
      Uma das maiores façanhas do atletismo brasileiro na Paralimpíada Rio 2016. Não, não é exagero. Petrúcio Ferreira dos Santos terminou a prova dos 400 metros classe T47 exausto. Ele percorreu 300 metros atrás de todos os de mais competidores. Em uma arrancada que lembrou a locomotiva humana Emil Zatopek (medalha de ouro nas olimpíadas de 1920 e 1924), Petrúcio ultrapassou simplesmente seis adversários. Só não foi possível ultrapassar o cubano Ernesto Blanco, medalha de ouro com a marca de 48s79. Petrucio fez 48s87. O bronze ficou com o austríaco Gunther Matzinger.
      Aos 19 anos, o velocista consegue inscrever seu nome na história da Rio 2016. O mais incrível é que Petrúcio entrou no atletismo há apenas três anos. 

OURO - Tá dominado! Brasil vence o Irã e conquista tetracampeonato no futebol de 5


      Luan, o goleiro vidente, enxerga até a sombra dos adversários. Cássio e Damião são cães de guarda da defesa. Jefinho e Ricardinho são o talento e a competência no ataque. Com um timaço desses, só podia dar Brasil. A seleção nacional venceu o Irã por 1x0 e conquistou o ouro na Paralimpíada Rio 2016. É o quarto título seguido da seleção de futebol de 5 - para atletas com deficiência visual. A partida foi no Centro Olímpico de Tênis. 
      Mesmo com a necessidade de silêncio, afinal a bola da partida tem um guizo para orientação dos atletas, a torcida empurrou a equipe. Qualquer paralisação no jogo era suficiente para o torcedor incendiar a equipe. E o Brasil se contaminou positivamente com a força vinda da arquibancada. 
      O gol só poderia vir do craque do time, o cara que decide. Ricardinho - amigo de boa parte dos integrantes da Associação dos Deficientes Visuais de Bagé - marcou o gol da vitória após passar por quatro iranianos. 

PRATA - Lauro Chamam ganha medalha no ciclismo de estrada

Lauro Chaman volta ao pódio com a prata no ciclismo de estrada

      O ciclismo é outro esporte onde o Brasil não tinha medalhas nas paralimpíadas até a Rio 2016. A história mudou. Depois de conquistar o bronze no contrarrelógio, o ciclista Lauro Chaman ficou com prata na classe C 4-5 na prova de resistência do ciclismo de estrada (para atletas com limitações neurológicas ou amputações). 
      O ouro foi para a Holanda, país que domina a modalidade tanto na Olimpíada quanto na Paralimpíada. Daniel Abraham completou a prova em 2h13min08s. Já A medalha de bronze foi para o italiano com Andrea Tarlao. 

BRONZE INÉDITO - Daniele e Bruna dão medalha inédita ao Brasil no tênis de mesa

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     As medalhas obtidas em modalidades até então "virgens" são uma marca registrada dos atletas brasileiros na Paralimpíada Rio 2016. No início da tarde deste penúltimo dia de evento, as brasileiras Bruna Alexandre e Daniele Rauen conquistaram o bronze por equipes feminino (classe 6-10), a primeira da história do país. Vale lembrar que no individual classe 6 Bruna havia conquistado o bronze.
      As brasileiras jogaram bem contra as australianas. No jogo por equipes, o Brasil venceu por 3x2, depois de estar perdendo em duas oportunidades. Bruna Alexandre venceu a partida de simples contra Andrea McDowell e garantiu o bronze para o Brasil.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

OURO - Mais uma vez Daniel Dias



      Ele é um fenômeno. Maior medalhista brasileiro da história das paralimpíadas, Daniel Dias conquistou mais uma medalha agora há pouco na Rio 2016. Na final dos 50 metros costa, classe S5. Dias não deu chance aos adversários - tanto que colocou dois segundos de vantagem para o segundo colocado, o britânico Andrew Mullin. O bronze ficou com o húngaro Zlont Verenczei.
      Com o tempo de 35s40, Dias manteve os recordes mundial e paralímpico da prova. Com má formação nos dois braços e em uma das pernas, o nadador alcança sua terceira medalha de ouro na Rio 2016. A bem da verdade só uma coisa atrapalhou Dias - e não foram os adversários. No momento da largada, um torcedor deu um berro que ecoou no Parque Aquático, provocando uma vaia ensurdecedora por parte da torcida. 

NA RAÇA - Brasil vira no goalball masculino de forma heroica e conquista bronze

Goalball masculino consegue virada heroica e leva bronze

      Faltava ainda na Rio 2016 uma história brasileira que beirasse o inacreditável. E não é que no antepenúltimo dia dos jogos ela aconteceu? No goalball, modalidade que caiu no gosto do público (e que pode, de forma adaptada, ser praticado em qualquer lugar)) a seleção nacional perdia de 4x0 para a Suécia na disputa pela medalha de bronze. De forma heróica, a equipe conseguiu empatar em 5x5 no tempo normal, levando a torcida na Arena do Futuro ao delírio.
      Na prorrogação, no "golden score", os brasileiros fizeram o sexto gol e garantiram a terceira colocação. Torcida e jogadores se misturaram na comemoração. O bronze conquistado hoje é o segundo da história da equipe, que é atual campeã mundial. 

BRONZE - Sérgio Oliva repete desempenho e conquista segundo bronze no adestramento

Sérgio Oliva ganha mais um bronze no hipismo

      Na tarde desta sexta-feira o cavaleiro brasileiro Sérgio Oliva conquistou sua segunda medalha de bronze no hipismo paralímpico. Montando a égua Coco Chanel, Oliva conquistou a medalha no estilo livre individual misto - Grau I a. O curioso é que o pódio repetiu as colocações obtidas na véspera, no misto,  O ouro, mais uma vez, ficou com a britânica Sophie Christiansen e a prata também foi para a Grã-Bretanha, com Anne Dunham

BRONZE COM GOSTO DE BAGÉ - Brasil vence Holanda por 3x1 e conquista bronze no futebol de 7 paralímpico


      Com uma grande atuação diante da Holanda, a seleção brasileira venceu por 3x1 e conquistou a medalha de bronze na Paralimpíada Rio 2016. O destaque da partida foi o atacante Leandrinho, autor de três gols.
      O Brasil começou disposto a apagar a má imagem deixada após a semifinal, quando levou 5x0 do Irã. Leandrinho, logo aos 40 segundos, fez 1x0. O atacante voltou a marcar aos 18 minutos do segundo tempo, após grande jogada de Ígor, que colocou a bola no meio das pernas do marcador, rolou a bola para trás e Leandrinho acertou um chute forte. A Holanda descontou sete minutos depois, mas Leandrinho voltou a marcar aos 27 minutos, definindo o placar.
     Para se ter ideia do desempenho do Brasil, foram 36 chutes a gol contra apenas quatro dos holandeses ao longo do jogo.
      Bagé está nesta medalha também. Afinal, a equipe realizou parte do treinamento de preparação para os Jogos na Rainha da Fronteira. Os jogadores chegaram a relatar o carinho da torcida brasileira no período de preparação aos Jogos e disseram isso em nível nacional, para repórteres da TV Cultura e do canal SPORTV. Destaque também para a presença do capitão da Seleção Brasileira campeã do mundo em 2002, o ex-lateral direito Cafu. 

Brasileiras choram após perda do bronze no goalball



      A derrota brasileira no goalball feminino para os Estados Unidos por 3x2 doeu muito às meninas brasileiras. Embora a modalidade para deficientes visuais seja pouco conhecida (é preciso, literalmente, fazer um gol sentada arremessando uma bola de um lado a outro na quadra), a torcida criou empatia com o esporte e com a seleção. 
      Mas a derrota doeu muito. Ao final da partida, as brasileiras não conseguiam sequer dar entrevistas e choraram muito.
      Uma das imagens mais marcantes até agora da Paralimpíada. 

OURO - Silvânia Costa ganha segundo ouro da família na Paralimpíada

Silvania Costa conquista ouro emocionante, e Brasil faz dobradinha no salto em distância

      Tudo bem. O Brasil caiu mais uma posição no quadro geral da Paralimpíada Rio 2016 - tem 11 ouros, 25 pratas e 19 bronzes, com 55 medalhas no total. Mas uma vitória foi especial na manhã desta sexta-feira no Estádio Olímpico. Depois de dois dias sem frequentar o alto do pódio, os atletas brasileiros voltaram a ouvir o Hino Nacional. E a responsável foi Silvânia Costa. Ao saltar 4,90 metros, a atleta ganhou o ouro na prova do salto em distância classe T11 - para deficientes visuais.
      Entretanto, não é só isso. O irmão de Silvânia, Ricardo, havia vencido a prova no naipe masculino. Uma família que voa, literalmente, nas canchas de areia.
      A festa foi completa porque outra atleta tupiniquim, Lorena Spoladore, ficou com a medalha de bronze, ao salar 4,71 metros. Entre as brasileiras ficou a atleta da Costa do Marfim, Fatimata Diasso, que marcou 4.89m



quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Dobradinha brasileira no atletismo

Atletismo rende uma prata e dois bronzes ao Brasil

      Na final dos 200 metros da classe T11 na Paralimpíada Rio 2016, o Brasil conquistou mais uma prata e um bronze. Aliás, ao mesmo tempo. Enquanto Felipe Gomes ficou em segundo lugar na prova, Daniel Silva levou o bronze. Ouro para Ananias Shikongo, da Namíbia.
      Já no arremesso do peso feminino da classe F35, o Brasil garantiu o bronze com Marivana Oliveira, que mandou o peso a uma distância de 9,28m, a melhor de sua carreira. O ouro foi para a chinesa Jun Wang e a prata ficou com a ucraniana Mariia Pomazan.

Não deu para o Brasil no tênis de mesa




      As duplas no tênis de mesa do Brasil não tiveram êxito nas semifinais que disputaram hoje na Paralimpíada Rio 2016. No feminino (foto), agora há pouco, a dupla formada por Daniele Rauen, e Bruna Alexandre perdeu para a equipe da Polônia por 3x0. Depois, Daniele perdeu por 3x0 para a polonesa Natalia Partyka, fechando a série em 2x0 para a Polônia. Apesar da derrota, o Brasil disputa o bronze contra a Austrália.
      Mais cedo, no masculino, a equipe nacional () perdeu para a França. No primeiro duelo, entre duplas, Iranildo Conceição e Guilherme da Costa perderam por 3x0 para Fabien Lamirault e Stephane Molliens. No segundo jogo, de simples, Iranildo perdeu para Lamirault por 3x0 e o Brasil foi derrotado. Agora, a equipe tupiniquim joga contra a Eslováquia, sábado, pelo bronze. 

Bronze inédito no Hipismo paralímpico


      Há 14 anos no hipismo, o trabalho de Sérgio Oliva valeu a pena e foi recompensado neste dia 15, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Montando Coco Chanel, o cavaleiro de 34 anos, conquistou o bronze para o país - o primeiro na história da modalidade.
      Oliva obteve a nota 73.826. O ouro foi para Sophie Christiansen, com 78.217, e a prata ficou com Anne Dunham, com 74.348 pontos. Ambas representam a Grã-Bretanha. A competição foi válida pelo campeonato individual misto do grau Ia.
      Nesta sexta, Sérgio Oliva volta ao Centro Olímpico de Hipismo para a final do estilo livre individual misto do grau Ia.

Dia de quedas no goalball

Brasileiras do goalball caem para a China na prorrogação e lutam por bronze inédito

      Com um desempenho sensacional até então, as equipes masculina e feminina do goalball brasileiro despediram-se da chance da medalha de ouro na modalidade. O esporte, pouco conhecido, era uma das esperanças de ouro nos dois naipes para o Brasil. 
      A situação mais dramática foi no feminino. As brasileiras fizeram uma partida equilibrada contra a China, mas acabaram derrotadas na prorrogação por 4x3. Agora, o Brasil disputa o bronze amanhã, às 13h30min, contra o perdedor da partida entre Turquia e Estados Unidos, que se enfrentam mais tarde.
      No masculino, o Brasil era um dos favoritos para a disputa do ouro. Prata em Londres-2012, a equipe chegou com a melhor campanha na semifinal. Mas sem jogar bem, o time nacional acabou goleado pelos Estados Unidos por 10x1 na Arena do Futuro. Agora, o Brasil pega o perdedor de Lituânia x Suécia às 15h de amanhã - as equipes europeias se enfrentam mais tarde. 

Brasil na final do futebol para cegos na Rio 2016



      Foi um jogo muito disputado. Na raça, na garra e no talento a equipe de futebol de 5 do Brasil (para cegos) venceu a China de virada por 2x1 no Estádio de Deodoro agora há pouco na Paralimpíada Rio 2016.
      Destaque para Jefinho (foto), autor dos dois gols da seleção. Agora, a equipe aguarda o vencedor de Argentina x Irã, que se enfrentam às 20h, para saber quem será o adversário do Brasil na decisão do ouro, no sábado.

A história mais linda e coincidente da Paralimpíada até agora


      15 de setembro. A data é marcante para o atleta italiano Alex Zanardi, participante do ciclismo da Paralimpíada. Em 2001, nesta data, ele que era bicampeão mundial de Fórmula Indy, foi atingido em cheio pelo canadense Alex Tagliani, no circuito de Lausitzig, na Alemanha. O carro do canadense estava a 300 km/h acertando a lateral de Zanardi. O carro do italiano partiu em dois, arrancando as pernas do italiano. Além de ser reanimado quase uma dezena de vezes e ter perdido muito sangue, o reimplante das pernas não foi possível.
      Em 2016, na mesma data, a consagração. Em 2007, Zanardi começou a disputar provas de handbike. Entrou para o circuito paralímpico. Hoje, acumula incríveis três ouros e duas pratas. E justamente hoje, 15 de setembro, data de seu renascimento como homem e como atleta, conquistou a prata na categoria H5.
      Pouco importa que o ouro tenha ido para o sul-africano, Ernst van Dyk. A história que fica é de um homem que superou a dor e conquistou o pódio. E que eterniza o 15 de setembro como um dia para vencedores. 

BRONZE - Primeira medalha do dia vem na canoagem e com direito a hino cantado pela torcida

Caio Ribeiro Canoagem

     O Brasil iniciou bem a jornada rumo ao pódio na Paralimpíada Rio 2016 neste dia 15. O b brasileiro  Caio Ribeiro de Carvalho ganhou medalha de bronze na canoagem de velocidade, modalidade KL 3 masculino - 200 metros. A medalha de prata ficou com o alemão Tom Kierey e a de ouro com o ucraniano Ferhii Yemelianov.  A classe é disputada por atletas com uma das pernas amputada.
      A cerimônia de premiação foi marcada por uma curiosidade. Como é tradicional, apenas o hino nacional do país de origem do atleta vencedor é executado. Mas a torcida cantou "à capela" para homenagear Carvalho. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Seleção que treinou em Bagé leva goleada e disputa o bronze

Imagem

      A torcida dos bageenses, que adotaram a Seleção Brasileira de futebol de 7, acabou frustrada. A equipe levou 5x0 do Irã e foi eliminada da disputa pelo ouro. Agora, a seleção nacional disputa o bronze na sexta-feira contra a Holanda, às 14h, no Estádio de Deodoro. Os gols iranianos foram de Rasoul Atashafrouz, Mehdi Jamali (três vezes) e Hossein Tiz Bor,
As medalhas
      O Brasil conquistou a medalha de prata no revezamento 4x100 metros estilo livre (categoria 34 pontos), na Rio 2016. Empurrados pela torcida e numa recuperação quase histórica, os brasileiros ultrapassaram os adversários até encostar na Ucrânia. Aí, faltou tempo. Os ucranianos ficaram com o ouro e o bronze com a China. O quarteto foi formado por Andre Brasil, Daniel Dias, Phelipe Rodrigues e Ruiter Silva. Ainda nas piscinas, prova de 50 metros livre S13, Carlos Farrenberg conquistou a prata ao marcar 24s17. 
      No atletismo, Verônica Hipólito faturou sua segunda medalha nos Jogos. A atleta já havia ficado com a prata nos 100 metros T38. Agora levou o bronze nos 400 metros da mesma classe, com o tempo de 1min03s14. No revezamento 4x100 metros classe T11-T13, as velocistas Alice Correa, Lorena Spoladore, Terezinha Guilhermina e Thalita Simplicio fizeram a marca de 47s57, garantindo mais uma prata. 
      A surpresa ficou por conta do ciclismo. Lauro Chaman ganhou o bronze na prova de contrarrelógio de estrada, classe C5, com o tempo 37min37s43. É a primeira medalha da história do ciclismo paralímpico. 
      Agora, o Brasil conta com 48 medalhas no total - maior quantidade de pódios conquistados na história da Paralimpíada. O país permanece no quinto lugar no quadro geral de medalhas.
Finais
      Na estreia da canoagem nos Jogos Paralímpicos, dois atletas brasileiros conquistaram vaga para as finais, marcadas para esta quinta-feira. Luis Carlos Cardoso, no KL1, e Caio Ribeiro, no KL3, venceram suas eliminatórias e passaram direto para a disputa por medalhas.  
     No goalball, tanto a seleção masculina quanto a feminina estão nas semifinais. As meninas venceram a Ucrânia por 10x0 e e amanhã pega a China. O time masculino bateu a China, por 10 a 3, e enfrenta os Estados Unidos, às 13h30min.
      Também estão nas semifinais as equipes de  futebol de 5 (para cegos), que enfrenta a China, às 16h, e a equipe feminina de vôlei sentado - que enfrenta os Estados Unidos às 1 18h30min. 

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Bronze no tênis de mesa iguala desempenho do Brasil em Londres-2012

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      A brasileira Bruna Costa Alexandre entrou para a história da Rio 2016 por dois motivos agora há pouco. O primeiro: ela conquistou a medalha de bronze na categoria C10 em partida contra Sophie Walloe, da Dinamarca, vencendo com autoridade por 3x0. A mesa-tenista não tem o braço direito. A torcida foi ao delírio no Riocentro. Isso porque é a primeira medalha do tênis de mesa feminino brasileiro na história.
      O outro motivo histórico foi a marca de 43 medalhas que o Brasil chega na Rio 2016. Com isso, faltando ainda cinco dias para o encerramento dos jogos, o pais iguala a marca de Londres-2012 em total de medalhas e segue na quinta colocação no quadro geral - até o momento a melhor colocação do Brasil na história. 
      Em compensação, até o momento, o desempenho no alto do pódio ainda não é o mesmo. São 10 medalhas de ouro até agora, contra 21 ouros em Londres. Mesmo assim, o desempenho conjunto vale a expectativa de melhoria até o final da paralimpíada.