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Os Jogos Olímpicos de Paris chegaram ao fim neste domingo, dia 11. Desde o dia 24 de julho a maior competição esportiva do planeta reuniu milhares de atletas com objetivos distintos. Para a delegação brasileira, o balanço é positivo, embora algumas frustrações. Enquanto para alguns foi a consagração, para outros foi a oportunidade de estar em uma vitrine. No caso do Brasil foi a Olimpíada das Mulheres: todas as medalhas de ouro conquistadas pelo país foram delas - isso nunca havia ocorrido antes. A Olimpíada das mulheres brasileiras
Também foi a Olimpíada dos recordes. A ginasta Rebeca Andrade tornou-se a atleta mais laureada em Jogos Olímpicos pelo Brasil, com seis medalhas - duas de ouro, uma de prata e três de bronze. Pela primeira vez os brasileiros conquistaram uma medalha por equipes mistas - no caso, o bronze no judô. Desde 1996 o Brasil não conquistava um ouro no vôlei de praia feminino - e o tabu veio abaixo com Duda e Ana Patrícia. Além do desempenho esportivo, outro número para a história: pela primeira vez a delegação brasileira teve mais mulheres do que homens - 153 dos 277 que foram à França para ser mais preciso.
Os competidores de futuro
Há também os bons exemplos, mesmo sem conquista de medalha. Como foi o caso de Ana Sátila, da canoagem slalom, que ficou em quarto lugar e por pouco não ganhou medalha. Ou de Hugo Calderano, também na quarta colocação, mas no tênis de mesa. Ou ainda Giullia Penalber, que perdeu a disputa do bronze no wrestling, a antiga luta olímpica - nunca um brasileiro havia ido tão longe na modalidade.
As decepções
Entretanto, também houve frustrações. A começar pelos esportes coletivos. O futebol e o handebol masculino, assim como o basquete feminino, sequer conseguiram vaga para Paris. O vôlei masculino fez a pior campanha desde 1976, em Montreal, com uma vitória e três derrotas, sendo eliminado nas quartas-de-final. O vôlei de praia masculino não passou da fase quartas-de-final. O handebol feminino, depois de um começo animador, sucumbiu até ser eliminado pela campeã olímpica Noruega nas quartas-de-final.
Há ainda duas particularidades: a vela e o boxe. Nas águas, os brasileiros não conquistaram nenhuma medalha, algo que não ocorria desde Barcelona, em 1992. As bicampeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunzle sequer chegaram à regata da medalha. Foi uma decepção. Outra foi no boxe. Embora o desempenho de Beatriz Ferreira tenha trazido o bronze, os demais tiveram resultados pífios. Com duas exceções que chegaram às quartas-de-final, os demais ficaram na fase preliminar. Em Tóquio 2020 o boxe brasileiro havia conquistado três pódios, com um ouro, uma prata e um bronze.
As expectativas e as imagens marcantes
O surfe e o skate consolidaram-se como os esportes do futuro. Os bronzes de Rayssa Leal (street) e Augusto Akio (Park), jovens atletas, são inspiradores para que novas gerações conheçam e pratiquem o esporte. Gabriel Medina (bronze) e Tati Weston-Webb (surfe) trazem uma realidade que virou grife mundial: a "Braziliam Storm" (tempestade brasileira) faz sucesso no mundo e vai continuar trazendo bons resultados para o país.
Existem também as imagens marcantes que envolvem brasileiros. A foto de Gabriel Medina "parado no ar", pedindo uma nota 10 (ficou em 9,9) em uma das baterias da prova de surf já virou capa de caderno. A reverência das ginastas norte-americanas Simone Biles e Jordan Chiles a Rebeca Andrade no pódio da prova de solo também é outro momento marcante de Paris 2024.
E tem mais...
Se você chegou até aqui e pensa que acabou, está enganado. De 28 de agosto a 8 de setembro tem mais uma edição dos Jogos Paralímpicos, também em Paris. A competição esportiva da inclusão ganha cada vez mais audiência, com crescimento da participação brasileira - já que o país é considerado uma potência paralímpica. A torcida vai continuar. E tudo leva a crer que a torcida vai poder seguir ouvindo, até 8 de setembro, o Hino Nacional tocando e os representantes brazucas no alto do pódio.