sexta-feira, 6 de julho de 2018

Fica para o Catar em 2022

Desânimo brasileiro após a eliminação contra a Bélgica (Divulgação FIFA)
De Bruyne (7) foi escolhido pela FIFA o craque da partida e marcou o segundo gol belga (Divulgação FIFA)

      Seria irresponsabilidade dizer que o Brasil jogou mal. A equipe de Tite pressionou bastante a Bélgica, desde o início da partida. Criou chances, provocou importantes defesas de Courtois. Teve ousadia, pressionou no segundo tempo e dominou o meio-campo quando os belgas deram impressão de cansar. O problema é que toda a criação brasileira não virou uma cachoeira de gols, mas um deserto de oportunidades desperdiçadas. Além da competência belga, que teve De Bruyne jogando livre praticamente todo o primeiro tempo e parte do segundo, e a sabedoria de Hazard, em prender bola e puxar contra-ataques. Sem falar na parede defensiva - talvez o Brasil tentasse chutar até amanhã de noite e não conseguisse romper novamente a barreira. 
      Tudo isso é a história de Brasil 1x2 Bélgica. A desclassificação que adia o sonho do hexa para 2022.
      Ao longo do jogo o Brasil teve 26 oportunidades de gol. Dessas, foram 11 chutes para defesa de Courtois, além do gol de Renato Augusto. Os belgas tiveram três chutes. Apenas três bolas no gol de Alisson. Uma delas entrou. A outra que os belgas comemoraram foi um desvio de Kompany após cobrança de escanteio 13 minutos do primeiro tempo, Gabriel Jesus tocou, a bola bateu no ombro de Fernandinho e traiu Alisson. Bélgica 1x0.
      O Brasil já havia perdido duas chances. Mandara uma bola na trave com Tiago Silva, após uma sobra num escanteio, e Paulinho perdera na pequena área após boa jogada de William. O gol desmontou o Brasil. De Bruyne jogava livre, leve e solto, só faltava bater as asas e voar como um canário belga. A força física de Lukaku sobre Fágner e Miranda era como se um Hércules ou Aquiles lutassem contra mim, baixinho, gordinho e sem equilíbrio. E foi isso que aconteceu aos 30 minutos: Lukaku puxou contra-ataque, trombou com Miranda e achou De Bruyne livre na direita. O meia do Manchester City avançou e soltou uma bomba no canto direito de Álisson para fazer 2x0.
      Com Firmino no lugar do apático William, o Brasil melhorou. A presença de um centroavante na área fez com que os belgas se preocupassem mais e se fechassem. O problema para o Brasil é que a segunda bola ou caía com Hazard ou com De Bruyne. E justamente hoje os dois fizeram suas melhores partidas pela seleção belga na Copa. Douglas Costa entrou no lugar de Gabriel Jesus e o Brasil começou a apertar mais. Pelo menos duas vezes ele entrou pela direita e chutou, Courtois espalmou, mas Paulinho e depois Neymar não dominaram a bola e perderam a seqüência. 
      Aos 30 minutos, entretanto, Philippe Coutinho fez grande jogada e cruzou para o meio da área. Para surpresa dos zagueiros belgas, Renato Augusto (que entrou no lugar de Paulinho) apareceu como centroavante e torneou de cabeça no canto esquerdo, fora do alcance de Courtois. O 2x1 reacendeu o ânimo brasileiro. Cinco minutos depois, repeteco: Coutinho fez grande jogada e achou Renato Augusto livre na entrada da área, sem marcação. O meia/volante avançou, mas chutou para fora.
     Nesse momento, sentindo o cansaço da partida contra o Japão, os belgas já não atacavam com intensidade. Aos 38, Neymar fez grande jogada pela esquerda e rolou para Coutinho, que concluiu torto perto da pequena área. A Bélgica começou a fazer cera, catimbar, fez substituições. E o Brasil, como uma vela votiva, foi se apagando aos poucos. Até que aos 48 minutos, mais uma grande jogada de Douglas Costa, que na entrada da área rolou para Neymar. O atacante chuta no ângulo, mas Courtois espalma. Era o fim do sonho do hexa em território russo. Mas, por outro lado, a certeza que o Brasil lutou muito para apagar o fantasma dos 7x1 para a Alemanha em 2014. E, embora eliminado, conseguiu. Formou time e teve consistência. Faltaram competência nas conclusões e talvez um pouco mais de sorte na hora decisiva. 

BRASIL: Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Fernandinho, Paulinho (Renato Augusto) e Philippe Coutinho; Willian (Firmino), Neymar e Gabriel Jesus (Douglas Costa). Técnico: Tite.

BÉLGICA: Courtois; Alderweireld, Kompany e Vertonghen; Meunier, Witsel, Fellaini e Chadli (Vermaelen); De Bruyne, Hazard e Lukaku (Tielemans). Técnico: Roberto Martinez.

Árbitro: Milorad Mazic (Sérvia).

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