sábado, 7 de julho de 2018

Dia de jogão e consistência



      O sábado foi atípico. Escrever sobre uma Copa com o Brasil eliminado e buscar atrair atenção dos leitores não é uma tarefa fácil. Entretanto, este dia 7 de julho foi bom. Foi grande. Inglaterra e Croácia estão classificadas para as semifinais e se encontram em campo na próxima quarta-feira, dia 11. A classificação inglesa foi consistente, do goleiro ao centroavante - que embora não tenha marcado pela primeira vez em uma partida na Copa, atuou como um líder, mesmo na juventude de seus 24 anos. Já os croatas superaram os donos da casa, a torcida adversária, o cansaço e o desânimo para avançar e tentar superar a histórica campanha de 1998, quando ficaram em terceiro lugar. 
      Vamos à história das partidas. Começando por Suécia x Inglaterra.
Pickford fez pelo menos três grandes defesas na partida 
      Equilíbrio entre defesa, meio-campo e ataque. Assim pode ser definida a postura da Inglaterra diante dos suecos. Com um primeiro tempo primoroso e buscando o ataque até o final da partida, o "English Team" fez valer o favoritismo e despachou os escandinavos. Embora a Suécia até arriscasse (Claesson arriscou de longe e mandou a bola perto do gol), foram os ingleses que começaram a criar chances de gol. A primeira com Kane, numa conclusão para fora. 
      Os ingleses empurraram os suecos para o campo de fesa. Até que aos 30 minutos, Ashley Young cobrou escanteio e Maguire sobe entre a zaga sueca, acertando um cabeceio fulminante, abrindo o placar. Os ingleses pecavam no arremate final depois de boa preparação de jogadas - Sterling teve duas grandes oportunidades, mas se atrapalhou todo. 
      Na etapa final, a Suécia parecia voltar mais impetuosa. Logo a um minuto,  Berg venceu a zaga inglesa e cabeceou forte, no canto, mas Pickford fez grande defesa. Quando os suecos pareciam dispostos a complicar o jogo, veio o balde de água gelada: Henderson cruzou na segunda trave e Dele Alli subiu sozinho para cabecear com tranquilidade e fazer 2x0 ao melhor estilo inglês de resolver as partidas com bola alta na área. 
      Apesar disso, os suecos demonstraram garra. Em bela jogada de Claesson e Toivonen, este cruzou para Berg, que devolveu para Claesson chutar no canto, mas Pickford salvou. A partir desse momento, os suecos tentaram de tudo - até colocaram o zagueiro Grandquist como centroavante - mas já não adiantava. Como um grande capitão, Kane segurou bem a bola e pedia calma aos companheiros. A vitória estava assegurada. Com o resultado, a Inglaterra está de volta a uma semifinal de Copa do Mundo após 28 anos. 

SUÉCIA: Olsen; Krafth (Jansson), Lindelöf, Granqvist e Augustinsson; Claesson, Larsson, Ekdal e Forsberg (Olsson); Toivonen (Guidetti) e Berg. Técnico: Janne Andersson.

INGLATERRA: Pickford; Walker, Stones e Maguire; Trippier, Lingard, Henderson (Dier) e Young; Dele Alli (Delph); Sterling (Rashford) e Kane. Técnico: Gareth Southgate.

Árbitro: Bjorn Kuipers, auxiliado por San Van Roekel e Erwin Zeinstra (todos da Holanda).

Quase deu para a Rússia
Smolov no meio dos croatas (Todos os créditos: Divulgação FIFA)
      Em uma partida marcada pela valentia e disposição, Rússia e Croácia fizeram um dos melhores confrontos da Copa 2018 até o momento. O jogo ficou em 1x1 no tempo normal, 1x1 na prorrogação, com chances para ambos os lados. Nos pênaltis, embora num momento psicológico melhor, os russos pecaram pela displicência de dois batedores: Smolov errou completamente uma tentativa de "cavadinha" e Mário Fernandes parecia bater um tiro de meta e mandou sua cobrança na placa de publicidade ao lado do gol. Os croatas, mais competentes, mantiveram o sangue frio e estão classificados.
      A bem da verdade, foi um jogaço! Com as duas seleções vindo de classificação em disputa de prorrogação e pênaltis, se esperava um jogo equilibrado no meio-campo, sem proporcionar muito desgaste. A Rússia tentou marcação alta até os 30 minutos do primeiro tempo, mas desistiu porque não conseguia puxar um bom contra-ataque. Já os croatas tentavam prender a bola, até criaram conclusões, mas sem efetividade.
      A partida engrenou mesmo aos 31 minutos. Cheryshev recebeu de Dzyuba na intermediária e arriscou. A bola foi indo, Subasic ficou olhando. E quando menos viu, a pelota estava no ângulo direito. Um golaço e festa russa em Sochi. 
      Os croatas, então, partiram para o empate. E não demoraram para conseguir. Em falha de Mário Fernandes e Ignasevich, Mandzukic avançou pela esquerda e cruzou. Kamaric entrou no meio da zaga e cabeceou forte para empatar. 
      No segundo tempo a Croácia voltou melhor. Distribuindo bem a bola por meio de Modric e Rakitic, os croatas criaram chances. Aos 24 minutos, após confusão na área, Perisic chutou fora do alcance de Akinfeev, mas a bola caprichosamente bateu na trave e saiu. Os russos tentaram reagir, mas sem conseguir chegar com perigo. O destaque final foi a lesão do goleiro Subasic, que sentiu a coxa direita e precisou permanecer em campo porque a Croácia já tinha feito as três substituições (na prorrogação pode ser feita mais uma). O arqueiro, entretanto, permaneceu até a disputa de pênaltis. 
      A prorrogação foi emocionante. O jogo ficou aberto, com as duas equipes buscando o gol, embora a Croácia tocasse melhor a bola. Aos 8 minutos do primeiro tempo, Modric cobrou escanteio. Vida tocou de cabeça, a bola passou entre a zaga russa e Rebic e acabou entrando. 
      No segundo tempo, a Croácia tentou tocar mais a bola. Mas a disposição russa prevaleceu e os ataques, com levantamento para a área, ficaram ainda mais perigosos. O técnico Stanislav Cherchesov parecia um maestro, orquestrando a torcida e incentivando os jogadores. Até que aos 10 minutos, Dzagoev cobra falta na entrada da área. Mário Fernandes cabeceia livre, sem chances para Subasic. E uma festa espetacular na Arena Sochi. 
      E veio a decisão por pênaltis. Smolov bateu mal e Subasic defendeu.  Brozovic marcou para a Croácia. Depois, Dzagoev marcou e Kovacic bateu no canto direito. Akinfeev voou e defendeu. Mas na cobrança seguinte, Mário Fernandes chutou forte, para fora. Daí em diante Modric (que quase perdeu o pênalti, a bola bateu na trave e entrou depois que Akinfeev tocou na bola) Vida e Rakitic acertaram suas cobranças, enquanto Ignashevich ainda fez para os russos. Fica para os russos a sensação de ter feito uma grande campanha, ter surpreendido o mundo e feito a população abraçar a seleção como até hoje isso não tinha ocorrido.
      Um dos destaques da partida foi o trio de arbitragem brasileiro. Tecnicamente perfeito, Sandro Meira Ricci está cotado para apitar as finais da copa (decisão do 3º lugar ou mesmo a final, já que o Brasil está fora). Os assistentes Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Van Gasse também não tiveram erros. 

RÚSSIA: Akinfeev, Mario Fernandes, Kutepov, Ignashevich e Kudriashov; Zobnin e Kuziaev; Samedov (Erokhin - 8'/2ºT), Golovin (Dzagoev - 12'/1ºP) e Cheryshev (Smolov - 21'/2ºT); Dzyuba (GazInskii - 33'/2ºT). Técnico: Stanislav Cherchesov.


CROÁCIA: Subasic, Vrsaljko (Corluka - 6'/1ºP), Lovren, Vida e Strinic (Pivaric - 28'/2ºT); Rakitic, Modric e Kramaric (Kovacic - 43'/2ºT); Rebic, Perisic (Brozovic - 17'/2ºT) e Mandzukic. Técnico: Zlatko Dalic.



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