segunda-feira, 2 de julho de 2018

Bélgica não joga "Mertens" nenhuma, Japão "Kagawa" para favoritismo e herói improvável classifica europeus

Chadli sai para comemorar gol aos 49 minutos do segundo tempo que classificou a Bélgica para enfrentar o Brasil (Divulgação FIFA)

      A partida entre Bélgica e Japão contrariou todas as expectativas. Primeiro, porque os analistas acreditavam em uma disputa tranquila para os belgas, mais técnicos e com nomes mais experientes que os nipônicos. Segundo, que seria um jogo de marcação forte e com poucas chances de gol. Nem uma coisa, nem outra. O que se viu foi um jogo eletrizante, onde os japoneses abriram dois gols, os belgas mudaram o time, se organizaram e no último suspiro antes da prorrogação conseguiram o gol da vitória por um improvável herói: Chadli. Agora, o buraco é mais embaixo: os belgas enfrentam o Brasil na luta por uma vaga na semifinal, em confronto na próxima sexta-feira, dia 6. 
      O início da partida deu sinais do que seria um grande jogo. Com menos de um minuto, Kagawa recebeu na entrada da área e mandou à esquerda de Courtois. Os japoneses aplicavam marcação alta sob pressão, enquanto a Bélgica não conseguia articular bem as jogadas. O Japão atacava pelas pontas, principalmente em cima dos espaços deixados por Vertonghen e Carrasco. Aos poucos, os belgas começaram a criar mais, mas as conclusões eram bloqueadas pelos defensores nipônicos.
      E as chances começaram a aparecer. Aos 24 minutos, Mertens cruza, a zaga se atrapalha, mas Kawashima se antecipa a Lukaku e evita o gol. Aos 26, Hazard pega uma sobra e chuta forte, para defesa do goleiro japonês. Na cobrança de escanteio, Mertens cruza e Kompany desvia para trás na segunda trave, com Kawashima já batido, mas nenhum atacante belga chega para concluir.
      Aos 30, grande jogada japonesa, com Kagawa, que passa a Nagatomo. Ele cruza e Osako ganha da zaga belga, mas Courtois defende. Aos 43, Nagatomo recebe lançamento, cruza para Osako que, sozinho, não domina. Mas Courtois deixa a bola escapar por baixo do corpo e quase engole um frangaço - embora se recupere a tempo de resgatar a redonda.
      No segundo tempo o ritmo ficou alucinante. Aos 2 minutos, lançamento de Kagawa para Haraguchi. Vertonghen erra o corte e a bola sobra para o meio campista japonês, que avança e bate na saída de Cortois, fazendo 1x0. Dois minutos depois, em jogada de Mertens pela direita, a bola sobra dentro da área para Hazard, que bate forte e a bola explode na trave. Quatro minutos mais tarde, Kagawa recebe na entrada da área, faz uma firula e passa para Inui, que chuta forte, de direita, fora do alcance de Courtois. Era a zebra japonesa querendo dar o ar da graça no gramado russo.
      Precisando ir para a frente, a Bélgica ousou. O técnico Roberto Martinez sacou Carrasco (de péssima atuação, deixando buracos na defesa) e colocou Chadli. A equipe começou a pressionar. Aos 16, cruzamento de Meunier e cabeça de Lukaku para fora, com Kawashima já batido. O Japão, entretanto, seguia perigoso. Aos 19, Sakai avança pela direita e cruza para a área, mas Osako desperdiça. Aos 24, os belgas conseguiram o gol em um lance bizarro. Após sobra de escanteio, Inui divide com Meunier e a bola vai para a área japonesa. Vertonghen coloca de cabeça para a pequena área, Kawashima se coloca mal e a bola entra.
      Não demorou muito para a Bélgica, na base da pressão, empatar o jogo. Hazard (um dos melhores em campo) faz grande jogada pela esquerda aos 28 minutos e cruza. Fellaini, na pequena área, ganha da zaga japonesa e cabeceia para empatar.
      O jogo pega fogo, com o Japão reequilibrando suas forças. Aos 38, Kagawa lança Honda, que bate forte na saída de Courtois, mas a zaga belga afasta. Aos 40 é a vez de Kawashima se recuperar. Ele faz milagre em cruzamento de Meunier para cabeceio de Chadli, a queima-roupa. No mesmo lance, no rebote, Chadli cruza e Lukaku acerta o cabeceio para o goleiro nipônico espalmar.
      Os acréscimos merecem um conto à parte. Isso porque aos 45, Nagatomo cruza, Witsel tenta desviar e quase faz contra, para grande defesa de Courtois. Aos 47, Honda cobra falta de longe e o goleiro belga se estica para salvar.
      Até que vem a cobrança de escanteio para o Japão, aos 49. Courtois defende e puxa o contra-ataque, lançando para De Bruyne. O meia do Manchester City, de atuação apagada, descobre a entrada de Meunier. Ele cruza para a área. Lukaku faz o corta-luz e Chadli entra para empurrar para o gol, vencendo Kawashima e decretando a virada belga. Não dava tempo para mais nada. O árbitro apita o reinício de partida e em seguida o jogo acaba. Uma vitória na cara e na coragem para os belgas, com o Japão caindo de pé, mas voltando para casa. 

BÉLGICA: Courtois; Alderweireld, Kompany e Vertonghen; Meunier, Kevin de Bruyne, Witsel e Carrasco (Chadli); Mertens (Fellaini), Eden Hazard e Lukaku. Técnico: Roberto Martínez.

JAPÃO: Kawashima; Sakai, Yoshida, Shoji e Nagatomo; Inui, Shibasaki (Yamaguchi), Haraguchi (Honda) e Hasebe; Kagawa e Osako. Técnico: Akira Nishino.

Árbitro: Malang Diedhiou, auxiliado por Djibril Camara e El Hadji Samba (todos do Senegal).

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