domingo, 1 de julho de 2018

Bafo de vodca dos russos tonteia Espanha e donos da casa avançam

Akinfeev (em pé) pegou dois pênaltis e celebra com companheiros de time a classificação russa (Divulgação FIFA)

      Vladimir Putin deve decretar feriado nacional neste domingo. Em um jogo movimentado a partir do segundo tempo, mas com pouquíssimas chances de gol, os russos eliminaram os espanhóis nos pênaltis e se classificaram para as quartas-de-final da Copa. A passagem rendeu de tudo: emoção, faixa e, claro, comemoração. A festa russa se deve muito a Akinfeev. O goleiro, marcado por um frangaço na Copa do Brasil em 2014, entra para a história ao defender duas cobranças na série decisiva dos pênaltis e garantir as comemorações em todo o país. 
      O jogo começou com surpresas já na escalação. A Rússia deixou o artilheiro Cheryshev no banco. E a Espanha não ficou atrás, com Fernando Hierro não escalando Andrés Iniesta entre os titulares. Mesmo assim, a Espanha começou em cima. Os russos, fechados, não tinham forças para atacar. E logo aos 11 minutos a pressão espanhola deu resultado: Asensio cobrou falta, Sérgio Ramos disputou com Ignashevich e o zagueiro russo marcou contra.
     A Rússia saiu para o jogo, mas completamente atabalhoada, enquanto a Espanha tocava a bola sem pressa. O jogo ficou morno, modorrento. Mesmo assim, a seleção russa começou a apertar. Aos 35, Golovin chutou com perigo. Até que aos 39 minutos, após cobrança de escanteio, Piqué, com os braços abertos, afastou a bola. O juiz marcou pênalti, batido e convertido por Dzyuba. Foi o terceiro gol do centroavante na Copa. A vontade dele impressiona - até lateral ele cobrou na busca pelo empate. 
      Depois disso, a melhor chance espanhola foi aos 45 minutos, quando Diego Costa recebeu na área e chutou forte, mas Akinfeev espalmou. 
      O segundo tempo teve maior disposição das duas equipes, praticamente não houve chances de gol. Dzyuba saiu para a entrada de Smolov e Iniesta, finalmente, foi a campo. Foi dele a principal chance espanhola aos 38 minutos, quando o meia do Vissel Kobe recebeu a bola e bateu forte para grande defesa de Akinfeev. Afora isso, a Espanha tocou muito a bola enquanto a Rússia não tinha qualidade no contra-ataque, embora muitas vezes tivesse condições para isso. 
      O jogo caiu de qualidade. Isco e Asensio esbarraram um no outro na entrada da área russa em lance de ataque. Por outro lado, Ignashevich deu uma rosca, sozinho, e a bola saiu para escanteio. E a partida foi para a prorrogação.
      No tempo extra, só deu Espanha. No primeiro tempo, aos 15 minutos, Aspas cobrou falta, Piqué cabeceou, mas o goleiro russo defendeu. Aos 3 minutos do segundo tempo o brasileiro naturalizado espanhol Rodrigo fez uma excelente jogada pela direita, avançou e já dentro da área chutou forte, para mais uma grande defesa de Akinfeev. Aos 9 minutos, em cobrança de falta para a área, os espanhóis reclamam de pênalti cometido por Kutepov em Sérgio Ramos. O VAR é acionado, mas o árbitro manda o jogo seguir. Ainda houve tempo para um último lance, aos 15 minutos, quando Rodrigo bateu de fora da área para nova defesa de Akinfeev.
      A partida foi para os pênaltis. E, na loteria, deu Rússia. Akinfeev pegou as cobranças de Koke e Iago Aspas, enquanto os russos, mesmo tendo cobrado mal três pênaltis, converteram todas. Festa no estádio, para choro do artilheiro Cheryshev e para o torcedor. Os jogadores russos ainda estenderam uma faixa, com as cores da bandeira, dizendo, na tradução "Jogamos por Vocês".
       Agora é esperar o adversário, que sai do confronto entre Croácia e Dinamarca. E podem ter certeza: vai faltar vodca para celebrar a classificação na noite russa deste dia 1º de julho. Alem disso, é a quarta vez que a Espanha é eliminada em uma fase de mata-mata pelos anfitriões da Copa.

ESPANHA: David de Gea, Nacho Fernández (Carvajal), Gerard Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Sergio Busquets, Koke Alcântara, Marco Asensio (Rodrigo), David Silva(Iniesta) e Isco; Diego Costa (Thiago Aspas). Técnico: Fernando Hierro.

RÚSSIA: Akinfeev; Ignashevich, Kutepov e Kudriashov; Mario Fernandes, Samedov (Cheryshev), Zobnin, Kuziaev (Erokhin), Golovin e Zhirkov (Granat); Dzyuba (Smolov). Técnico: Stanislav Cherchesov.

Árbitro: Bjorn Kuipers, tendo como assistentes Sander Van Roekel e Clement Turpin (todos da Holanda).

Nenhum comentário:

Postar um comentário