domingo, 15 de julho de 2018

O melhor e o pior da Copa - o balanço geral vai durar até 2022



      A Copa acabou. Para quem gosta de futebol, uma pena. E nessa hora existe o momento da estatística. Os números são frios, é bem verdade. Então vamos analisar por outro lado, da forma que o torcedor mais gosta: o que foi bom e ruim, o positivo e o negativo. Claro, a análise é sujeita a contradições e opiniões. Mas em um apanhado geral podemos afirmar que a Copa da Rússia foi muito boa. Apesar de exceções - que na maioria das vezes ou foram fatores externos ou decepções, não propriamente algo ruim para a imagem da competição.
Vamos ao "top 10" dos melhores:
Divulgação FIFA
1) Nível técnico - O mundial da Rússia apresentou padrões de jogo entre as seleções. Embora muitos fizessem as tradicionais "linhas de quatro" ou até "linhas de cinco" (caso da campeã França) na defesa, os ataques predominaram. Tanto que a Copa assinalou 169 gols em 64 jogos, numa média de 2,64. Embora o índice seja o sétimo pior da história, há partidas que encantaram o público pela disputa. Entre os melhores estão Portugal 3x3 Espanha, Croácia 3x0 Argentina, Argentina 2x1 Nigéria, Colômbia 3x0 Polônia, Colômbia 1x0 Senegal, Brasil 1x2 Bélgica, França 4x3 Argentina, Rússia 2x2 Croácia, Croácia 2x1 Inglaterra e, claro, a final França 4x2 Croácia. Notem que a Croácia está na maioria dos "jogões" da Copa.

2) Árbitro de vídeo: a ideia precisa ser aperfeiçoada. Embora os erros de arbitragem diminuíssem consideravelmente, alguma demora nas decisões (e a contrapartida negativa no tempo de acréscimo de jogo ao final do primeiro e segundo tempos) ainda causa confusão. Mas o grande número de pênaltis marcados (28 ao todo, alguns sem a necessidade do VAR, sigla em inglês) sinalizam a busca pela justiça. E o público aprovou a iniciativa - que agora será vista na Copa do Brasil e na Libertadores. 


3) Menos número de expulsões: o número é surpreendente. Apesar de muitas faltas e de até alguma impunidade por parte dos árbitros, foi uma Copa leal. Apenas quatro jogadores foram expulsos. E, destes, dois foram postos para rua por meterem a mão na bola (caso de Sanchèz, da Colômbia, contra o Japão) e por serem o último homem da defesa em clara e manifesta situação de gol (caso de Lang, da Suíça, contra a Suécia).

4) A surpreendente Croácia: não é fácil para um país de 4 milhões de habitantes gerar tão bons jogadores. Assim como o Uruguai na década de 30, 40 e 50, o país de Modric, Rakitic, Rebic e Mandzukic conseguiu impor um ritmo de jogo praticamente igual durante todo o mundial. Zlatko Dalic arrumou uma equipe forte, que não desistia da partida até o apito final. E quando tentou mudar essa característica (contra a Rússia), quase se deu mal - talvez a partida que, se perdesse, não seria uma injustiça. Mereceu chegar à final e poderia ter alçado voo mais longo se seus craques desequilibrassem na decisão, o que não aconteceu.

5) A coroação de Mbappé - ele chegou à Rússia como esperança francesa. E foi decisivo. Prendeu a bola, catimbou, arrancou, driblou, atraiu a marcação. Para completar, marcou quatro gols e um deles na final contra a Croácia. Kyllian Mbappé é o segundo jogador mais jovem titular a ser campeão do mundo. E merece. Foi escolhido melhor jogador jovem da Copa. Mas a atuação contra a Argentina, quando marcou dois gols e sofreu o pênalti convertido por Griezmann, marcou a força francesa.
Divulgação FIFA

6) A presença das mulheres iranianas - proibidas de torcerem nos estádios de seu país, as iranianas não esmoreceram. Compareceram à Rússia e participaram da festa, marcando seus rostos, sempre mostrados pelas câmeras de TV. A Copa é um evento inclusivo. E o mundo viu não apenas a beleza das mulheres de um dos países mais fechados do planeta, mas a luta para assistir a um esporte que amam.
Divulgação FIFA


7) David Vida - se o pai foi um dos melhores zagueiros da Copa, o mascote é o filho. David invadia o campo tão logo os jogos da Croácia terminavam. Ia de colo em colo, celebrando com os jogadores croatas e, claro, recebendo toda a atenção do papai coruja.
Russia v Croatia: Quarter Final - 2018 FIFA World Cup Russia
Divulgação FIFA

8) Apenas um 0x0 - França e Dinamarca, com equipes reservas e com arbitragem brasileira de Sandro Meira Ricci, fizeram a única partida sem gols da Copa. Não aconteciam tão poucos 0x0 desde o mundial da Suécia, em 1958. E público quer gols. 

9) A Celeste e o Senegal - o Uruguai conquistou grande parte de torcedores no Brasil durante a Copa. Com um futebol de pegada, equilibrado entre o meio-campo e defesa, goleou os donos da casa na primeira fase e despachou Cristiano Ronaldo e companhia nas oitavas-de-final. E até agora o mundo futebolístico pergunta: se Cavani tivesse atuado contra a França (se contundiu na panturrilha contra Portugal), o resultado teria sido 2x0 para os campeões do mundo? Já os senegaleses foram a melhor seleção do continente africano no mundial. Jogaram bem, bateram a Polônia, poderiam ter vencido o Japão e, na partida contra a Colômbia, pagaram pela indolência em campo. Perderam por apenas 1x0 e em um critério meio maluco (número de cartões amarelos) ficaram fora da Copa.

10) A Copa dos centroavantes - sem essa de "falso 9". As grandes seleções do mundial tinham um clássico "fazedor de gols". Kane acabou como artilheiro (seis gols), mas houve Lukaku, Mandzukic, Diego Costa, Cavani, Agüero, Cristiano Ronaldo, Toivonen, Falcão Garcia. As exceções foram o francês Giroud e o brasileiro Gabriel Jesus, que não estufaram as redes. Mas no caso de Giroud, nem foi preciso. 

E agora os "10 menos" da Copa:

1) Casos de assédio - Vídeos de brasileiros, argentinos (sim, eles também, só que sem tanta repercussão) e ataques de russos a brasileiras (incluindo jornalistas) foram um dos fatos negativos da Copa. Isso nem de longe é brincadeira. É falta de respeito. E ainda mais que as pessoas que frequentam uma Copa tem, no mínimo, uma condição financeira (e, supostamente, uma educação) melhor. 

2) Alemanha - nem de longe os campeões de 2014 lembraram a equipe que empilhou gols em cima do Brasil e bateu a Argentina na final daquela Copa com merecimento. Com um time travado, sem criatividade, marcando apenas dois gols (e escapando por um erro de arbitragem gravíssimo a seu favor no jogo contra a Suécia) e confiando demais no seu taco, despediram-se do mundial levando um baile da Coréia do Sul - já tendo se afogado na tequila mexicana na estreia. Um fiasco.

3) Argentina - não há Messi que salve um arremedo de time. E era isso a Argentina de Jorge Sampaoli em campo. Justificou o temor dos torcedores argentinos já durante as eliminatórias - onde quase ficou fora. Com Mascherano perdendo divididas e errando passes, com uma zaga falhando em bolas aéreas e rasteiras, com falta de cobertura nas laterais, é possível afirmar: ter ido às oitavas-de-final foi muito para os argentinos.
987978452
4) Arbitragem - se o VAR foi positivo, a decisão humana não seguiu o mesmo nível. Os árbitros, em alguns momentos, deixaram a violência tomar conta do jogo. Faltou maior advertência com cartões amarelos em lances onde os atletas iam apenas no corpo dos adversários para barrar as jogadas. Além disso, houve erros técnicos, como na final, onde Griezmann dobra os joelhos para cavar uma falta, que origina o gol de abertura do placar contra a Croácia. E apesar de todas as discussões, Neymar apanhou bastante. Terminou a Copa nas quartas sendo o que mais sofreu faltas. Mas aí a fama o atrapalhou também.

5) Choradeira brasileira - não dá mais para aguentar é o desfile verborrágico de pessoas querendo que o Brasil se estrepe na Copa por causa da situação do país. Os mesmos que há quatro anos elogiavam a Alemanha e sua estrutura a viram fracassar de forma retumbante agora. Os franceses recuperaram-se de atentados que tiram a vida de dezenas de pessoas, torceram, invadiram as ruas para celebrar. Se o Brasil ganhasse a Copa, qual o problema de fazer isso? Tem muita gente se achando filosofa, mas com o cérebro do tamanho de um caroço de pitanga, achando que o país tem que se dar mal dentro de campo, que os jogadores não sentem o clima do Brasil, etc. Tá na hora de o Brasil crescer no sentido de nação. E de entender que futebol e carnaval são, foram e vão ser parte da nossa cultura. Quem não gostar, que coloque açúcar ou adoçante e aguente, porque assim o será. 

6) Neymar - a impressão é que se o melhor jogador brasileiro focasse mais no objetivo de levantar o caneco, o Brasil jogaria mais e melhor. Essa história de "menino Ney" já passou. Neymar é um homem, adulto, no auge da forma aos 26 anos. É um jogador capaz de desequilibrar, mas é mal assessorado, seus amigos parecem incapazes de dar ao atleta um bom conselho e ele precisa amadurecer: se cair demais, será ridicularizado. Assim como o foi pelo próprio presidente da FIFA, Gianni Infantino - o que, cá pra nós, é uma vergonha. E não adianta o Neymar pai ficar brabo. A hora de mudar é agora.
989802840
7) Fim to "tique-taca" - a fórmula espanhola não funciona mais. É fato. A seleção venceu apenas o Irã (e com dificuldade) na Copa. Empatou contra Portugal e Marrocos (quando merecia, neste último, ter perdido) e foi despachada pela Rússia, que jogou com o coração na ponta da chuteira. Aquele toque de bola sem conclusões a gol decepcionou os espanhóis.
989014988
8) CR7 e Messi - está chegando ao fim o ciclo de dois dos maiores craques da história do futebol mundial. Mas que, por ironia do destino, não devem conquistar um mundial. Cristiano Ronaldo marcou três vezes contra a Espanha, uma contra o Marrocos... e sumiu. Foi uma ilusão de óptica. Bem marcado, não conseguiu sequer um chute a gol contra o Uruguai nas oitavas-de-final. E seus companheiros não o ajudaram em nada. Já Messi naufragou na nau sem comando argentina. Embora lutasse muito contra a Nigéria e contra a França, sucumbiu diante do projeto de time que a Argentina contava. No Catar, em 2022, vão estar com 36 e 34 anos respectivamente. Muito difícil.

9) Continente africano - depois de muitos anos, as seleções africanas não conseguiram sequer passar às oitavas-de-final - quem chegou mais perto foi o Senegal, desclassificado pelo número de cartões amarelos. Mas as atuações de Egito, Tunísia, Nigéria (que contra a Argentina pagou pelo excesso de covardia quando era melhor e empatou o jogo) e Marrocos foram um fracasso. 

10) Falta de saber comemorar: enquanto eu escrevia este texto, soube que mais de um milhão de franceses estavam nas ruas, comemorando o título mundial. Por outro lado, centenas de pessoas promoviam um quebra-quebra generalizado, tocando fogo em lojas, realizando saques e destruindo o patrimônio público. Ou seja: maus vencedores não existem só no Brasil. A praga é mundial. 

Ganhou o time mais eficiente. Mas venceu o melhor time?

999516678
Franceses conquistaram segunda Copa com geração boa, mas sem apresentar o melhor futebol (Divulgação FIFA)

      A Copa do Mundo da Rússia chega ao fim com o triunfo francês. A vitória de 4x2 sobre a Croácia deu o segundo título mundial à equipe comandada por Didier Deschamps. A eficiência francesa fez valer a conquista. Afinal, de seis tentativas a gol, três entraram - vale destacar que o gol de abertura do placar foi contra, de Mandzukic. Mas a sensação que fica para os amantes do futebol é que os "bleus" ficaram devendo uma atuação mais convincente. Se foram letais nos contra-ataques, os franceses apresentaram uma dinâmica de jogo de espera, de falta de iniciativa, embora marcassem com uma parede na frente da zaga e fizessem o suficiente para, quando atacassem, marcassem. E contaram com a sorte.
      A história da final diz exatamente isso. Todo o estádio viu (e as câmeras de TV registraram) que Griezmann dobrou os joelhos aos 18 minutos do primeiro tempo. Menos o árbitro argentino Néstor Pitana. Ele marcou a falta que Griezmann bateu com efeito, a bola deu no cocuruto de Mandzukic e enganou Subasic. Era o 1x0 com muita sorte. Isso porque a Croácia iniciara melhor, empurrara os bleus para a defesa, mas não criara oportunidades de gol. Dominava o meio-campo, criava, mas não concluía. A França nem precisou concluir para largar na frente.
      A Croácia teve alguns lampejos. Um deles aos 28 minutos do primeiro tempo, quando após cobrança de falta ensaiada, Modric lançou Vrsaljko, que cabeceou para o centro da área. Mandzukic ganhou de Umtiti e a bola sobrou para Perisic, que driblou Varane e bateu forte de perna esquerda para igualar o marcador.
      Eis que a sorte voltou a bater na porta francesa. Em escanteio cobrado por Griezmann, Matuidi dividiu com Perisic e a bola bateu na mão do croata. Os franceses reclamaram e o sistema de árbitro de vídeo (VAR) entrou em ação. Avisado, Pitana conferiu o lance e apontou o pênalti. Griezmann bateu com categoria e fez 2x1. 
      No segundo tempo, o jogo pegou fogo. Aliás, diga-se de passagem: foi uma grande partida, uma final digna. Teve até um grupo feminista que protestou e quatro pessoas invadiram o campo - rapidamente retiradas, já que a manifestação era pacífica. Griezmann perdeu um gol para a França logo a 1 minuto. No minuto seguinte foi Rebic, que recebeu de Rakitic e acertou o ângulo, mas Lloris espalmou. Aos 6 minutos, Mbappé recebeu, no contra-ataque, de Kanté. Ele partiu atrás de Vida, chegou na frente do zagueiro na corrida e quase marcou, para grande defesa de Subasic. 
      Aos 13 minutos, entretanto, veio o golpe fatal. Pogba lançou Mbappé na direita. Ele tocou para Griezmann na área. O atacante ajeitou para Pogba, que bateu forte, mas a bola pegou na zaga. Entretanto, sobrou para o mesmo Pogba, que bateu forte, de esquerda, no canto direito de Subasic. 
      O terceiro gol desnorteou a Croácia. Aos 17, grande jogada de Matuidi, Giroud e Mbappé, que tentou cruzar para Griezmann, sozinho, no meio da área. Mas Brozovic se antecipou e salvou. Aos 19, a França já tocava a bola no meio-campo. Até que Hernandéz arrancou pela esquerda e achou Mbappé na entrada da área. O atacante do Paris Saint-Germain dominou e bateu firme, de pé direito, no contrapé de Subasic. Era o 4x1.
      Até que aos 23 minutos, justamente o capitão francês que seria encarregado de levantar a Taça FIFA, fez a maior besteira do mundial. Lloris recebeu recuo de Umtiti e tentou driblar Mandzukic na área. O croata apenas desviou, mas o suficiente para a bola entrar mansa e reacender a esperança dos alvirrubros xadrez: 4x2.
      A partir daí, no entanto, a França retomou o controle do jogo. Não houve espaço para mais sustos. A Croácia tentava estender bolas pelo alto, mas cruzava mal e Lloris agarrava todas. Não havia mais espaço para dúvidas. Os franceses, numa atuação eficiente e onde os craques da equipe (Mbappé, Griezmann e Pogba) marcaram, conquistava o título mundial.
     E o mundo, hoje, é bleu. E será assim até 2022, no Catar. 
      Ainda sobrou tempo para a divulgação dos melhores da Copa> Mbappé venceu como o melhor jogador jovem da Copa. Modric ganhou a Bola de Ouro de melhor jogador do mundial. 

FRANÇA: Lloris; Pavard, Varane, Umtiti e Hernández; Kanté (N’Zonzi), Pogba, Mbappé, Griezmann e Matuidi (Tolisso); Giroud (Fekir)
Técnico: Didier Deschamps

CROÁCIA: Subasic; Versaljko, Lovren, Vida e Strinic (Pjaca); Brozovic, Rakitic, Rebic (Kramaric), Modric e Perisic; Mandzukic

Técnico: Zlatko Dalic.

Árbitro: Néstor Pitana, auxiliado por Hernán Maidana e Juan Belatti (todos da Argentina).

sábado, 14 de julho de 2018

Bélgica demonstra tesão e bate ingleses para ficar com bronze na Copa

Belgas comemoram melhor campanha da história (Divulgação FIFA)

      Jogando com mais disposição e retomando a confiança, a seleção da Bélgica conquistou o terceiro lugar na Copa do Mundo ao bater a Inglaterra no início da tarde de hoje em São Petesburgo. O placar de 2x0 acabou sendo justo pela iniciativa belga, que criou boas oportunidades diante de uma Inglaterrra songa-monga, com muitas alterações na equipe e que não escondeu a desmotivação por entrar em campo. A única exceção foi o goleiro Pickford, de grande atuação mais uma vez e que pode, tranquilamente, integrar qualquer lista dos melhores do mundial da Rússia.
      A partida começou praticamente 1x0 para os belas. Isso porque, com marcação pressão e com toques rápidos, os comandados de Roberto Martínez tiveram sucesso já na primeira conclusão. Lukaku avançou e lançou Chadli na esquerda. O cruzamento foi preciso no meio da pequena área, onde encontrou Meunier. O lateral-direito, que ficou de fora do jogo contra a França por ter levado o segundo cartão amarelo diante do Brasil, entrou como centroavante e de canela desviou de Pickford para abrir o placar. 
      A Bélgica não sossegou. De Bruyne e Hazard faziam boa parte e amassavam a Inglaterra, que só conseguia o bloqueio na hora das finalizações. Lukaku destoou um pouco, perdendo duas oportunidades incríveis ao ser deixado por De Bruyne na cara do gol, mas na hora de dominar a bola foi um cruz-credo (tanto que acabou substituído no segundo tempo). A primeira chance inglesa só veio aos 22 minutos, quando Sterling ajeitou para Kane na entrada da área, mas o artilheiro da Copa pegou mal e a bola passou à direita de Courtois. 
      A Inglaterra voltou para o segundo tempo disposta. Com as entradas de Lingard e Rashford, o ataque passou a funcionar de forma mais efetiva. Tanto que aos 9 minutos, Kane quase marcou após boa jogada de Lingard. A melhor oportunidade aconteceu aos 24 inutos quando Dier tabelou com Lingaard, tocou na saída de Courtois, mas Alderweireld apareceu para salvar antes da bola entrar. 
      Depois disso, a Bélgica, que até então tocava a bola com certa displicência, acordou. E aos 36 minutos, De Bruyne avançou e lançou Hazard. O meia avançou, se livrou de Stones e chutou forte no canto direito de Pickford para marcar 2x0. A partir daí a Inglaterra jogou a toalha e os belgas só tocaram a bola, esperando o apito final e fazendo história, com a melhor campanha da história do país em copas. 

Árbitro: Alireza Faghani, auxiliado por Reza Sokhandan e Mohammadreza Mansouri (todos do Irã).

BÉLGICA: Courtois; Alderweireld, Kompany e Vertonghen; Meunier, Witsel, Tielemans (Dembélé) e Chadli (Vermaelen); De Bruyne, Lukaku (Mertens) e Hazard. Técnico: Roberto Martínez.

INGLATERRA: Pickford; Jones, Stones e Maguire; Trippier, Loftus-Cheek (Dele Alli), Dier, Delph e Rose (Lingard); Sterling (Rashford) e Kane. Técnico: Gareth Southgate. 


quarta-feira, 11 de julho de 2018

Com direito a gols de coice e Super Mário, Croácia faz história na Rússia e encara França na disputa pelo título

Modric e o técnico Dalic: vitória consagradora dos croatas na prorrogação (Divulgação FIFA)

      Croácia e Inglaterra fizeram um jogo daqueles. Ao melhor estilo dos apaixonados por futebol. Teve técnica, raça, bravura, ataque, defesa, oportunidades de gol. E alguns heróis. A seleção dos Bálcãs faz história. Ou melhor, forma sua própria trajetória em mundiais de futebol. Com uma população de menos de cinco milhões de habitantes poderá erguer a Taça FIFA no próximo dia 17 e aí ingressar de vez no rumo da epopeia. 
      Vamos combinar o seguinte: ao invés de resumir todo o jogo, vamos direto ao assunto. Com um golaço de Tripper, cobrando falta no ângulo de Subasic, a Inglaterra abriu o placar logo aos quatro minutos do primeiro tempo. O problema é que o "English Team", depois disso, se limitou a criar oportunidades e não concluir a gol. Isso mesmo: a Inglaterra teve o contra-ataque à disposição durante muitas vezes. Perdeu alguns gols (o principal deles, na prorrogação, quando em um escanteio Stones cabeceou certinho e Vrsaljko salvou quase em cima da linha). Mas, de resto, foi um festival de inoperância, embora altamente competitiva. O primeiro tempo foi inglês, quando a Croácia sentiu o gol e, principalmente, o cansaço.
      Mas, no segundo tempo...
       A história croata é marcada por lutas. Não só a da equipe, quase desclassificada do mundial (precisou disputar a repescagem europeia com a Grécia), mas a de construção de sua própria nacionalidade. E dentro de campo o que se viu foi empenho. Vindos de duas prorrogações, com direito às emoções das cobranças de pênaltis, os croatas correram como nunca. Sabe-se lá Deus de onde tiraram tanta força, tanta energia. Com 20 minutos do segundo tempo parecia que eram os ingleses e não os croatas que haviam passado por essa situação. E aos 23 minutos, veio o lance decisivo. O lesionado Vrsaljko (que jogou no sacrifício e com pedido dos companheiros porque o treinador não queria agravar a lesão) cruzou da direita no meio da pequena área. E Perisic, o versátil e polivalente jogador da Internazionale, de Milão, arrumou um espaço entre dois zagueiros e deu um golpe de MMA (na gíria gaúcha foi um coice mesmo) na bola, antes que o zagueiro Walker pudesse cortar. A bola morreu no fundo da rede de Pickford.
      Era de se esperar uma Inglaterra mais disposta e uma Croácia mais lenta, cadenciando o jogo, na prorrogação. Nã, nã, não. O que se viu foi uma Croácia impetuosa, partindo para cima. Se a Inglaterra ainda teve a cabeçada de Stones salva por Vrsaljko, os croatas vieram para o segundo tempo com a faca entre os dentes. E numa jogada aérea (o forte dos ingleses), onde Walker errou o tempo de bola, a redonda sobrou para Mandzukic. O "Super Mário", como é chamado (claro, óbvio, Mário é o primeiro nome do croata) dominou e disparou uma bomba, cruzada, fora do alcance do goleiro inglês. Era o gol da classificação, aos 3 minutos do segundo tempo.
      Restou à Inglaterra tentar algo. Só que o jogo encerrou com sete chutes a gol da Croácia e apenas um - a falta cobrada por Tripper - dos ingleses. O lateral, aliás, saiu de campo com uma lesão muscular na virilha e os ingleses acabaram a partida com 10 homens em campo. Mas não adiantava. Era o dia da Croácia. Era o dia de escrever uma nova página na história do futebol. 

CROÁCIA: Subasic; Vrsaljko, Lovren, Vida e Strinic (Pivaric); Rakitic, Brozovic, Rebic (Kramaric), Modric (Badelj) e Perisic; Mandzukic (Corluka). Técnico: Zlatko Dalic

INGLATERRA: Pickford; Walker (Vardy), Stones e Maguire; Trippier, Henderson (Dier), Dele Alli, Lingard e Young (Danny Rose); Sterling (Rashford) e Harry Kane. Técnico: Gareth Southgate.

Árbitro: Cuneyt Cakir, auxiliado por Bahattin Duran e Tarik Ongun (todos da Turquia).

terça-feira, 10 de julho de 2018

Tudo azul para os "Les Bleus"

Umtiti marca gol que leva França a final depois de 12 anos (Divulgação FIFA)
      
      Em jogo equilibrado, a França garantiu vaga para a final da Copa do Mundo 2018 na tarde desta terça-feira. Os franceses bateram a Bélgica por 1x0 e retornam à final de um mundial depois de 12 anos - quando em 2006 perderam a decisão contra a Itália. Além disso, "les bleus" quebraram uma invencibilidade de mais de dois anos da seleção belga - que havia eliminado o Brasil nas quartas-de-final. 
      A partida iniciou com uma arrancadas. A primeira, de Mbappé pela direita, mas no cruzamento a zaga belga afastou. Três minutos depois, foi a vez de Hazard, mas a zaga belga colocou para escanteio. As equipes foram se estudando. Até que aos 15 minutos as oportunidades apareceram. A Bélgica pressionou a saída de bola francesa. De Bruyne toca para Hazard, que chuta à esquerda de Lloaris.
       O jogo era movimentado. Aos 17, a França reage. Matuidi pega rebote e chuta de fora da área, mas Courtois defendeu. No minuto seguinte, Hazard faz grande jogada pela esquerda e chuta, mas Varane desvia o chute e salva a França. Aos 21, após escanteio. Alderweireld gira na área e conclui no canto direito, para grande defesa de Lloris.
      A Bélgica era melhor, tinha volume de jogo. A França foi equilibrando a partida aos poucos. Giroud, de cabeça, após cruzamento de Griezmann aos 28, coloca à esquerda de Courtois. Aos 38, a melhor chance francesa: Mbappé (sempre ele) faz grande jogada pela direita e deixa Pavard na cara do gol. O lateral direito chuta, mas Courtois salva com o pé.
      No segundo tempo, o ritmo começou intenso. Aos dois minutos, Chadli cruzou da direita e Lukaku cabeceou para fora. Mas, aos cinco minutos, a França sai na frente: Griezmann cobra escanteio, Umtiti se antecipa à zaga belga e desvia de cabeça na primeira trave e marca: França 1x0. 
      O gol fez com que a Bélgica se abrisse. Só que a França tinha o contra-ataque - e Mbappé. aos 11, o atacante do Paris Saint-Germain recebeu de Matuidi, deu um passe de calcanhar e deixou Giroud na cara do gol. Mas o centroavante chutou em cima da zaga. Aos 15, boa jogada de Lukaku e Mertens, que cruzou da direita. A zaga rebateu, mas De Bruyne não chutou direito.  Aos 19, Mertens (que entrou bem) cruza e Fellaini cabeceia perto.      
      Daí em diante a partida ficou estranha. Isso porque a França parou de atacar e montou seu jogo com 10 homens na defesa. A melhor chance belga ocorreu aos 36 minutos, quando Witzel arriscou de fora da área para boa defesa de Lloris. Nos contra-ataques a França ainda perdeu gols, primeiro com Griezmann e depois com Tolisso. Após uma cera incrível (dos seis minutos de acréscimo, a bola só rolou em menos de dois), os franceses vibraram com o apito do árbitro determinando o fim do jogo. 

FRANÇA: Lloris, Pavard, Umtiti, Varane e Hernandez: Kanté, Matuidi e Pogba. Mbappé, Gruezmann e Giroud (Nzonzi). Técnico: Didier Deschamps.

BÉLGICA: Courtois;  Alderweireld, Kompany, Vertonghen; Chadli, Dembele (Mertens), Witzel e Fellaini (Carrasco)i; De Bruyne, Hazard e Lukaku. Técnico: Roberto Martínez. 

Árbitro: Andrés Cunha (Uruguai), auxiliado por Nicolas Taran e Mauricio Espinosa,também uruguaios. 

domingo, 8 de julho de 2018

Copa pode ter menor número de 0x0 desde 1958


Belgas também podem chegar a sete vitórias seguidas, como o Brasil em 2002 (Divulgação FIFA)
      A dois dias do início das semifinais da Copa do Mundo 2018, o mundial apresenta uma curiosidade. Embora a maioria das seleções prime pelo aspecto defensivo, pode ser a primeira vez desde 1958 que a quantidade de partidas terminadas em 0x0 seja a menor possível. Há 60 anos uma Copa não apresentava tão poucas partidas com o placar em branco. 
      Apenas um jogo terminou 0x0 até agora: França x Dinamarca - cuja arbitragem pertenceu ao brasileiro Sandro Meira Ricci. O jogo, válido pela última rodada do Grupo C, servia para definir a classificação dinamarquesa (que viria com um empate) e a confirmação do primeiro lugar da chave para os franceses. Moral da história: as duas equipes passaram a tocar a bola para o lado e o público não perdoou: a vaia ecoou pelo estádio. 
      Mais algumas curiosidades merecem registro:
- Apesar de eliminado, o Brasil assumiu a artilharia de todos os mundiais. A Seleção tem agora 229 gols, contra 226 da antiga recordista, a Alemanha.
- O Brasil também permanece como a equipe com o maior número de vitórias consecutivas em Copas. São 11, entre os mundiais de 2002 e 2006. 
- Todas as 32 seleções participantes da Copa da Rússia marcaram ao menos um gol.
- Classificada para a semifinal após eliminar o Brasil, a Bélgica é detentora de um recorde inusitado em copas: o de maior quantidade de empates consecutivos. São cinco, entre 1998 e 2002).
- Os belgas também são os únicos semifinalistas que podem repetir a façanha do Brasil em 2002 e conquistar o mundial com sete vitórias. Até o momento, tem cinco. 
- A tecnologia do árbitro de vídeo marcou um avanço: as partidas, em média, duram três minutos e 23 segundos a mais do que o mundial de 2014. Além disso, o VAR (sigla em inglês) auxiliou na marcação de seis pênaltis. E o sistema funcionou até para não marcar um pênalti: na partida entre Suécia x Suíça, o árbitro voltou atrás após marcar pênalti no final do jogo para os suecos. O lateral suíço Lang foi expulso pela derrubada (era o último homem em uma clara e manifesta situação de gol), mas a falta foi cometida fora da área. O VAR alertou e o juiz marcou a falta a um passo da grande área. 

sábado, 7 de julho de 2018

Dia de jogão e consistência



      O sábado foi atípico. Escrever sobre uma Copa com o Brasil eliminado e buscar atrair atenção dos leitores não é uma tarefa fácil. Entretanto, este dia 7 de julho foi bom. Foi grande. Inglaterra e Croácia estão classificadas para as semifinais e se encontram em campo na próxima quarta-feira, dia 11. A classificação inglesa foi consistente, do goleiro ao centroavante - que embora não tenha marcado pela primeira vez em uma partida na Copa, atuou como um líder, mesmo na juventude de seus 24 anos. Já os croatas superaram os donos da casa, a torcida adversária, o cansaço e o desânimo para avançar e tentar superar a histórica campanha de 1998, quando ficaram em terceiro lugar. 
      Vamos à história das partidas. Começando por Suécia x Inglaterra.
Pickford fez pelo menos três grandes defesas na partida 
      Equilíbrio entre defesa, meio-campo e ataque. Assim pode ser definida a postura da Inglaterra diante dos suecos. Com um primeiro tempo primoroso e buscando o ataque até o final da partida, o "English Team" fez valer o favoritismo e despachou os escandinavos. Embora a Suécia até arriscasse (Claesson arriscou de longe e mandou a bola perto do gol), foram os ingleses que começaram a criar chances de gol. A primeira com Kane, numa conclusão para fora. 
      Os ingleses empurraram os suecos para o campo de fesa. Até que aos 30 minutos, Ashley Young cobrou escanteio e Maguire sobe entre a zaga sueca, acertando um cabeceio fulminante, abrindo o placar. Os ingleses pecavam no arremate final depois de boa preparação de jogadas - Sterling teve duas grandes oportunidades, mas se atrapalhou todo. 
      Na etapa final, a Suécia parecia voltar mais impetuosa. Logo a um minuto,  Berg venceu a zaga inglesa e cabeceou forte, no canto, mas Pickford fez grande defesa. Quando os suecos pareciam dispostos a complicar o jogo, veio o balde de água gelada: Henderson cruzou na segunda trave e Dele Alli subiu sozinho para cabecear com tranquilidade e fazer 2x0 ao melhor estilo inglês de resolver as partidas com bola alta na área. 
      Apesar disso, os suecos demonstraram garra. Em bela jogada de Claesson e Toivonen, este cruzou para Berg, que devolveu para Claesson chutar no canto, mas Pickford salvou. A partir desse momento, os suecos tentaram de tudo - até colocaram o zagueiro Grandquist como centroavante - mas já não adiantava. Como um grande capitão, Kane segurou bem a bola e pedia calma aos companheiros. A vitória estava assegurada. Com o resultado, a Inglaterra está de volta a uma semifinal de Copa do Mundo após 28 anos. 

SUÉCIA: Olsen; Krafth (Jansson), Lindelöf, Granqvist e Augustinsson; Claesson, Larsson, Ekdal e Forsberg (Olsson); Toivonen (Guidetti) e Berg. Técnico: Janne Andersson.

INGLATERRA: Pickford; Walker, Stones e Maguire; Trippier, Lingard, Henderson (Dier) e Young; Dele Alli (Delph); Sterling (Rashford) e Kane. Técnico: Gareth Southgate.

Árbitro: Bjorn Kuipers, auxiliado por San Van Roekel e Erwin Zeinstra (todos da Holanda).

Quase deu para a Rússia
Smolov no meio dos croatas (Todos os créditos: Divulgação FIFA)
      Em uma partida marcada pela valentia e disposição, Rússia e Croácia fizeram um dos melhores confrontos da Copa 2018 até o momento. O jogo ficou em 1x1 no tempo normal, 1x1 na prorrogação, com chances para ambos os lados. Nos pênaltis, embora num momento psicológico melhor, os russos pecaram pela displicência de dois batedores: Smolov errou completamente uma tentativa de "cavadinha" e Mário Fernandes parecia bater um tiro de meta e mandou sua cobrança na placa de publicidade ao lado do gol. Os croatas, mais competentes, mantiveram o sangue frio e estão classificados.
      A bem da verdade, foi um jogaço! Com as duas seleções vindo de classificação em disputa de prorrogação e pênaltis, se esperava um jogo equilibrado no meio-campo, sem proporcionar muito desgaste. A Rússia tentou marcação alta até os 30 minutos do primeiro tempo, mas desistiu porque não conseguia puxar um bom contra-ataque. Já os croatas tentavam prender a bola, até criaram conclusões, mas sem efetividade.
      A partida engrenou mesmo aos 31 minutos. Cheryshev recebeu de Dzyuba na intermediária e arriscou. A bola foi indo, Subasic ficou olhando. E quando menos viu, a pelota estava no ângulo direito. Um golaço e festa russa em Sochi. 
      Os croatas, então, partiram para o empate. E não demoraram para conseguir. Em falha de Mário Fernandes e Ignasevich, Mandzukic avançou pela esquerda e cruzou. Kamaric entrou no meio da zaga e cabeceou forte para empatar. 
      No segundo tempo a Croácia voltou melhor. Distribuindo bem a bola por meio de Modric e Rakitic, os croatas criaram chances. Aos 24 minutos, após confusão na área, Perisic chutou fora do alcance de Akinfeev, mas a bola caprichosamente bateu na trave e saiu. Os russos tentaram reagir, mas sem conseguir chegar com perigo. O destaque final foi a lesão do goleiro Subasic, que sentiu a coxa direita e precisou permanecer em campo porque a Croácia já tinha feito as três substituições (na prorrogação pode ser feita mais uma). O arqueiro, entretanto, permaneceu até a disputa de pênaltis. 
      A prorrogação foi emocionante. O jogo ficou aberto, com as duas equipes buscando o gol, embora a Croácia tocasse melhor a bola. Aos 8 minutos do primeiro tempo, Modric cobrou escanteio. Vida tocou de cabeça, a bola passou entre a zaga russa e Rebic e acabou entrando. 
      No segundo tempo, a Croácia tentou tocar mais a bola. Mas a disposição russa prevaleceu e os ataques, com levantamento para a área, ficaram ainda mais perigosos. O técnico Stanislav Cherchesov parecia um maestro, orquestrando a torcida e incentivando os jogadores. Até que aos 10 minutos, Dzagoev cobra falta na entrada da área. Mário Fernandes cabeceia livre, sem chances para Subasic. E uma festa espetacular na Arena Sochi. 
      E veio a decisão por pênaltis. Smolov bateu mal e Subasic defendeu.  Brozovic marcou para a Croácia. Depois, Dzagoev marcou e Kovacic bateu no canto direito. Akinfeev voou e defendeu. Mas na cobrança seguinte, Mário Fernandes chutou forte, para fora. Daí em diante Modric (que quase perdeu o pênalti, a bola bateu na trave e entrou depois que Akinfeev tocou na bola) Vida e Rakitic acertaram suas cobranças, enquanto Ignashevich ainda fez para os russos. Fica para os russos a sensação de ter feito uma grande campanha, ter surpreendido o mundo e feito a população abraçar a seleção como até hoje isso não tinha ocorrido.
      Um dos destaques da partida foi o trio de arbitragem brasileiro. Tecnicamente perfeito, Sandro Meira Ricci está cotado para apitar as finais da copa (decisão do 3º lugar ou mesmo a final, já que o Brasil está fora). Os assistentes Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Van Gasse também não tiveram erros. 

RÚSSIA: Akinfeev, Mario Fernandes, Kutepov, Ignashevich e Kudriashov; Zobnin e Kuziaev; Samedov (Erokhin - 8'/2ºT), Golovin (Dzagoev - 12'/1ºP) e Cheryshev (Smolov - 21'/2ºT); Dzyuba (GazInskii - 33'/2ºT). Técnico: Stanislav Cherchesov.


CROÁCIA: Subasic, Vrsaljko (Corluka - 6'/1ºP), Lovren, Vida e Strinic (Pivaric - 28'/2ºT); Rakitic, Modric e Kramaric (Kovacic - 43'/2ºT); Rebic, Perisic (Brozovic - 17'/2ºT) e Mandzukic. Técnico: Zlatko Dalic.



sexta-feira, 6 de julho de 2018

Fica para o Catar em 2022

Desânimo brasileiro após a eliminação contra a Bélgica (Divulgação FIFA)
De Bruyne (7) foi escolhido pela FIFA o craque da partida e marcou o segundo gol belga (Divulgação FIFA)

      Seria irresponsabilidade dizer que o Brasil jogou mal. A equipe de Tite pressionou bastante a Bélgica, desde o início da partida. Criou chances, provocou importantes defesas de Courtois. Teve ousadia, pressionou no segundo tempo e dominou o meio-campo quando os belgas deram impressão de cansar. O problema é que toda a criação brasileira não virou uma cachoeira de gols, mas um deserto de oportunidades desperdiçadas. Além da competência belga, que teve De Bruyne jogando livre praticamente todo o primeiro tempo e parte do segundo, e a sabedoria de Hazard, em prender bola e puxar contra-ataques. Sem falar na parede defensiva - talvez o Brasil tentasse chutar até amanhã de noite e não conseguisse romper novamente a barreira. 
      Tudo isso é a história de Brasil 1x2 Bélgica. A desclassificação que adia o sonho do hexa para 2022.
      Ao longo do jogo o Brasil teve 26 oportunidades de gol. Dessas, foram 11 chutes para defesa de Courtois, além do gol de Renato Augusto. Os belgas tiveram três chutes. Apenas três bolas no gol de Alisson. Uma delas entrou. A outra que os belgas comemoraram foi um desvio de Kompany após cobrança de escanteio 13 minutos do primeiro tempo, Gabriel Jesus tocou, a bola bateu no ombro de Fernandinho e traiu Alisson. Bélgica 1x0.
      O Brasil já havia perdido duas chances. Mandara uma bola na trave com Tiago Silva, após uma sobra num escanteio, e Paulinho perdera na pequena área após boa jogada de William. O gol desmontou o Brasil. De Bruyne jogava livre, leve e solto, só faltava bater as asas e voar como um canário belga. A força física de Lukaku sobre Fágner e Miranda era como se um Hércules ou Aquiles lutassem contra mim, baixinho, gordinho e sem equilíbrio. E foi isso que aconteceu aos 30 minutos: Lukaku puxou contra-ataque, trombou com Miranda e achou De Bruyne livre na direita. O meia do Manchester City avançou e soltou uma bomba no canto direito de Álisson para fazer 2x0.
      Com Firmino no lugar do apático William, o Brasil melhorou. A presença de um centroavante na área fez com que os belgas se preocupassem mais e se fechassem. O problema para o Brasil é que a segunda bola ou caía com Hazard ou com De Bruyne. E justamente hoje os dois fizeram suas melhores partidas pela seleção belga na Copa. Douglas Costa entrou no lugar de Gabriel Jesus e o Brasil começou a apertar mais. Pelo menos duas vezes ele entrou pela direita e chutou, Courtois espalmou, mas Paulinho e depois Neymar não dominaram a bola e perderam a seqüência. 
      Aos 30 minutos, entretanto, Philippe Coutinho fez grande jogada e cruzou para o meio da área. Para surpresa dos zagueiros belgas, Renato Augusto (que entrou no lugar de Paulinho) apareceu como centroavante e torneou de cabeça no canto esquerdo, fora do alcance de Courtois. O 2x1 reacendeu o ânimo brasileiro. Cinco minutos depois, repeteco: Coutinho fez grande jogada e achou Renato Augusto livre na entrada da área, sem marcação. O meia/volante avançou, mas chutou para fora.
     Nesse momento, sentindo o cansaço da partida contra o Japão, os belgas já não atacavam com intensidade. Aos 38, Neymar fez grande jogada pela esquerda e rolou para Coutinho, que concluiu torto perto da pequena área. A Bélgica começou a fazer cera, catimbar, fez substituições. E o Brasil, como uma vela votiva, foi se apagando aos poucos. Até que aos 48 minutos, mais uma grande jogada de Douglas Costa, que na entrada da área rolou para Neymar. O atacante chuta no ângulo, mas Courtois espalma. Era o fim do sonho do hexa em território russo. Mas, por outro lado, a certeza que o Brasil lutou muito para apagar o fantasma dos 7x1 para a Alemanha em 2014. E, embora eliminado, conseguiu. Formou time e teve consistência. Faltaram competência nas conclusões e talvez um pouco mais de sorte na hora decisiva. 

BRASIL: Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Fernandinho, Paulinho (Renato Augusto) e Philippe Coutinho; Willian (Firmino), Neymar e Gabriel Jesus (Douglas Costa). Técnico: Tite.

BÉLGICA: Courtois; Alderweireld, Kompany e Vertonghen; Meunier, Witsel, Fellaini e Chadli (Vermaelen); De Bruyne, Hazard e Lukaku (Tielemans). Técnico: Roberto Martinez.

Árbitro: Milorad Mazic (Sérvia).

França seca o Rio da Prata e avança às semifinais da Copa

Franceses aguardam vencedor de Brasil x Bélgica para saber quem enfrentam no dia 10 (Divulgação FIFA)

      Com um futebol consistente na defesa e no meio-campo, contando com a ineficiência uruguaia e com a sorte, A França carimbou o passaporte para a semifinal da Copa do Mundo 2018 no início da tarde deste dia 6. A equipe comandada por Didier Deschamps (que carrega o incrível currículo de 17 jogos em copas como jogador e treinador e apenas uma derrota) bateu o Uruguai por 2x0. Foi a segunda vitória seguida dos europeus sobre os países banhados pelo Rio da Prata - primeiro a Argentina e agora o Uruguai. Com o resultado, resta aos franceses esperar entre brasileiros e belgas para saber quem vão enfrentar no dia 10, às 15h. 
      O jogo iniciou pegado, com muitas faltas - algumas ríspidas. O alvo eram os tornozelos adversários - que o digam Suárez (de atuação apagada), Hernandez (um dos melhores da França) e Mbappé. Poucas chances de gol aconteceram na primeira etapa. Os franceses confiavam nas arrancadas de Mbappé, enquanto o Uruguai pecava no maior problema apresentado durante a partida: a falta de ligação no meio-campo. Vários chutões sobrevoaram o meio de campo até chegar na área francesa, mas Umtiti e Varane afastaram todas as bolas.
      As chances escassas começaram a ocorrer aos 15 minutos, quando Giroud e Mbappé tabelaram de cabeça dentro da área uruguaia e o atacante do Paris Saint-Germain concluiu mal. O jogo era disputado, mas sem oportunidades - tanto que a maior vibração da torcida ocorrera aos 31 minutos, quando Kanté acertou uma bolada no árbitro argentino Néstor Pitana. O primeiro chute uruguaio ao gol veio aos 35 minutos,com Vecino, para boa defesa de Lloris.
      Quando tudo se encaminhava para um fim de primeiro tempo arrastado, surge o gol francês. Griezmann cobra falta da direita. Varane se antecipa à zaga uruguaia e sozinho na entrada da pequena área desvia para o gol: 1x0. Dois minutos depois o Uruguai teve a melhor oportunidade na partida. Em cobrança de falta de Torreira, Cáceres desvia de cabeça e Lloris faz um milagre. A bola sobra para Godín, que isola. 
      No segundo tempo, sem muitas opções, os uruguaios foram para cima. Os franceses se organizaram para tentar definir em um contra-ataque. Aos 16 minutos, a ducha fria sobre o Uruguai: Griezmann recebe de Pogba próximo da área e arrisca o chute. A bola vai em cima de Muslera, mas pega efeito e escorrega entre as mãos do arqueiro uruguaio, entrando mansamente no gol. Era o 2x0 que definiria o confronto.
      Mesmo desorganizado e sentindo muito a falta de Cavani, o Uruguai não se afobou e seguiu em cima. Aos 18 minutos, Cristian Rodriguéz pega rebote de escanteio e chuta muito perto da trave de Lloris. A França era perigosa no contra-ataque. Aos 24, Tolisso recebe sozinho na entrada da área e tenta por cobertura, mas a bola sai próxima da meta de Muslera. Uma firula de Mbappé rendeu cartão ao francês e ao uruguaio Cristian Rodriguez. Confusão e bate-boca, mas ninguém foi expulso.
      A partir dos 35 minutos do segundo tempo era perceptível o desgaste dos uruguaios. O cansaço tomou conta e por mais disposição que tivesse, a Celeste já não chegava ao ataque e assistia ao toque de bola francês. Aos 43 minutos as câmeras de TV flagram o zagueiro Gimenez aos prantos, percebendo que a classificação não viria mais. O que se tornou realidade aos 50 minutos, quando Néstor Pitana encerrou a partida, para comemoração francesa e lágrimas uruguaias. 


URUGUAI: Fernando Muslera; Martin Cáceres, José Giménez, Diego Godín e Diego Laxalt; Lucas Torreira, Matías Vecino, Nahitan Nández (Jonathan Urretaviscaya), Rodrigo Bentancur (Cristian Rodríguez) e Cristhian Stuani (Maximiliano Gomez); Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez.

FRANÇA: Hugo Lloris; Benjamin Pavard, Raphael Varane, Samuel Umtiti e Lucas Hernández; N'Golo Kanté, Paul Pogba e Corentin Tolisso (Steven N'Zonzi); Antoine Griezmann (Nabil Fekir), Kylian Mbappé (Ousmane Dembélé) e Olivier Giroud. Técnico: Didier Deschamps. 

Árbitro: Néstor Pitana, tendo como assistentes Hernan Maidana e Juan Pablo Belatti (todos da Argentina).

terça-feira, 3 de julho de 2018

Cidadão Kane comanda ressurreição inglesa

Kane é o goleador da Copa e comemora classificação inglesa diante da Colômbia (Divulgação FIFA)

      Se Inglaterra e Colômbia não fizeram uma grande partida, ao menos emoção não faltou. Os ingleses impuseram um ritmo de jogo grande parte do tempo, fizeram um gol, mas caíram no erro estratégico de recuar demais. Nos 10 minutos finais, os colombianos foram para cima e graças à Mina levaram o jogo para a prorrogação aos 48 minutos do segundo tempo, em um cabeceio sensacional. O jogo continuou lá e cá no tempo extra. No fim, comandado por Kane (que foi visto gritando para incentivar os companheiros tanto na prorrogação quanto nos pênaltis), o "English Team" contou com sorte e Pickford para garantir vaga nas quartas-de-final e enfrentar a Suécia no próximo sábado em busca da passagem para a semifinal da Copa. 
      Aliás, o jogo lembrou uma passagem do filme "007 Skyfall", quando o personagem James Bond (interpretado pelo ator Daniel Craig) é perguntado se não tem algum hobby. E responde na lata: "Ressurection" (ressurreição). E foi isso que a Inglaterra precisou: ressurgir em campo depois de tomar um gol no fim do tempo normal. 
      No primeiro tempo, tecnicamente, o jogo foi muito ruim. Além de poucas oportunidades de gol, a Colômbia preferiu ficar fechada, temendo o poderio do ataque inglês comandando por Kane e servido por Lingard, Young e Dele Ali - este, vindo de lesão, não atuava bem. Os colombianos tinham dificuldade na marcação pelo lado esquerdo da defesa e a subida de Trippier foi uma das armas da Inglaterra durante toda a etapa inicial. Young, cobrando falta aos cinco minutos, e Kane, após cruzamento de Trippier aos 15, proporcionaram as chances inglesas. Já a Colômbia teve apenas uma boa conclusão de Quintero, aos 46, para boa defesa de Pickford. 
      O destaque da etapa inicial foi uma das cenas mais inusitadas da Copa até agora: Mina pulou sobre Young e errou o tempo de bola. O inglês tentou se desvencilhar, mas o zagueiro colombiano montou no atacante inglês, propiciando uma cena bizarra. 
      Na segunda etapa o panorama mudou logo a partir dos oito minutos. Em cobrança de escanteio, Carlos Sanchéz agarrou Kane por cima, por baixo e pelo meio. Detalhe que ele fez isso na frente do árbitro Mark Geiger, que não titubeou e assinalou o pênalti, para reclamação dos jogadores colombianos. Kane bateu e marcou o sexto gol no mundial (é o artilheiro).
      O jogo ficou truncado, com disputas ríspidas e cartões amarelos (foram quatro para colombianos e um para a Inglaterra) e até pequenas confusões. Aos 17, após cruzamento de Trippier, Dele Ali cabeceia por cima, perdendo ótima chance. O jogo aéreo inglês era forte, tanto que aos 27 é Maguire que perde oportunidade de cabeça. 
      Precisando arriscar, os colombianos foram para cima. E fizeram 10 minutos alucinantes, empurrando a Inglaterra para o campo de defesa. Aos 36, Bacca recebe passe errado de Walker, avança e toca para Cuadrado, que bate mal e manda na arquibancada. Aos 41 é Falcão Garcia, que tabela com Cuadrado e bate forte para defesa de Pickford. O goleiro inglês faz milagre em um chutaço de Uribe, aos 47 minutos. O meia colombiano manda a bola na gaveta, mas o goleiro voa para defender. Só que na cobrança de escanteio de Quintero, Mina sobe no quinto andar, dá um cabeceio tão forte que a bola passa por Pickford e Trippier - e mesmo assim entra.
      Na prorrogação, a pressão no primeiro tempo foi colombiana. A equipe de José Pekermann atacava com intensidade, enquanto os ingleses pareciam atônitos. A melhor chance foi aos 13 minutos, quando Muriel cruzou da direita e Falcão Garcia se antecipou à zaga, mas o cabeceio saiu perto da trave.
      No segundo tempo a Inglaterra pôs os nervos no lugar e passou a pressionar. Comandados por Kane, os ingleses passaram a pressionar. A melhor chance foi com Rose, aos 8 minutos, quando em jogada pela direita chutou forte, cruzado, e a bola passou rente à trave de Ospina. 
      Não teve jeito: o terceiro 1x1 da Copa nas oitavas-de-final foi para os pênaltis. Falcão Garcia, Cuadrado e Muriel fizeram para os colombianos. Kane, Rashford, Trippier e Dier converteram para os ingleses. Ospina pegou a cobrança de Henderson. Mas Uribe acertou o travessão e Pickford defendeu a cobrança de Bacca, garantindo o triunfo inglês. Agora sobraram no mundial seis seleções europeias (além da Inglaterra estão classificadas Suécia, França, Bélgica, Croácia e Rússia) e duas sul-americanas (Brasil e Uruguai)

COLÔMBIA: Ospina; Arias (Zapata), Mina, Davinson Sanchez e Mojica; Barrios, Carlos Sanchez (Uribe) e Lerma (Bacca); Cuadrado, Quintero (Muriel) e Falcao Garcia. Técnico: José Pékerman. 

INGLATERRA: Pickford; Walker (Rashford), Stones e Maguire; Trippier, Dele Alli (Dier), Henderson, Lingard e Young (Rose); Sterling (Vardy) e Kane. Técnico: Gareth Southgate.

Árbitro: Mark Geiger (Estados Unidos), auxiliado por Joe Fletcher (Canadá) e Frank Anderson (Estados Unidos).

E quem sente falta de Ibrahimovich?

990771956
Suecos comemoram classificação para as quartas-de-final da Copa (Divulgação FIFA)

      Antes da Copa do Mundo, a discussão na Suécia era a possibilidade de Zlatan Ibrahimovich, o maior craque sueco de todos os tempos, hoje atuando na Major Soccer League, nos Estados Unidos, voltar atrás de sua decisão de não querer mais vestir a camiseta da seleção. O próprio "Ibra" ventilou a possibilidade de ir à Copa. Só esqueceram de perguntar isso ao técnico sueco Janne Andersson. E quando o fizeram, a resposta foi curta e grossa: "Não precisamos de Ibrahimovic aqui". E ele tinha razão: com uma convincente vitória de 1x0 sobre a Suíça, os suecos estão classificados, depois de 24 anos, para uma fase de quartas-de-final de uma Copa. E estão dispostos a fazer história.
      A bem da verdade, o jogo começou travado. Enquanto a Suíça tentava lançamentos e cruzamentos para a área, os suecos tocavam bem a bola, mas na hora da conclusão era um desastre. Como aos 8 minutos, quando Berg recebeu lançamento de Folsberg e mandou na arquibancada, sozinho. Um minuto depois, algo parecido: a Suíça sai jogando mal e a bola sobra para Ekdal, que manda no suporte da câmera que fica atrás do gol.
      O jogo melhorou aos poucos. E a pontaria sueca foi se aperfeiçoando. Aos 27, Berg pega rebote na área e chuta para grande defesa de Sommer. A resposta suíça veio aos 33 minutos, quando Xhaka arriscou de fora da área, mas a bola foi parar nos microfones de captação ambiente. Aos 37, tabela entre Zuber (que na Copa só prestou para fazer um gol no Brasil) e Dzemaili, que dentro da área desperdiça. Aos 40 a resposta sueca vem com Ekidal, que após cruzamento de Svensson, sozinho na pequena área acerta a bola de canela. 
      No segundo tempo o jogo decaiu de chances, embora a movimentação melhorasse. Os suíços tentavam trocar passes no campo de ataque, enquanto a Suécia se fechava e tinha boa transição nos contra-ataques. Mas chances de gol, mesmo, não apareciam. Até que aos 21 minutos, Folsberg recebeu na entrada da área, driblou um marcador e chutou. A bola desviou em Akangi e matou Sommer: Suécia 1x0.
      Precisando reagir, a Suíça foi para o ataque. Aos 23, chute de Rodriguez para boa defesa de Olsen. Aos 34, após escanteio, Embolo ganhou da zaga sueca pelo alto e cabeceou. Folsberg salvou na pequena área a bola que ia no cantinho. E o tempo passava, sem que a Suíça conseguisse uma grande chance. Aos 45, na melhor oportunidade, Rodriguez cruza da esquerda e Seferovich cabeceia forte, mas Olsen faz uma boa defesa.
      Aos 48 minutos, a Suíça levou um contra-ataque. Em jogada rápida, a bola sobrou para Olsson, que penetrou na área e foi derrubado por Lang. O árbitro esloveno  Damir Skomina marcou pênalti e expulsou Lang. Entretanto, alertado pelo VAR, solicitou as imagens e conferiu que o sueco foi derrubado fora da área. Na cobrança, Toivonen cobrou forte, mas Sommer espalmou. E não dava tempo para mais nada. A Suécia, que eliminou a Holanda nas eliminatórias europeias, a Itália na repescagem e a Alemanha na fase de grupos, continua fazendo história. E sem Ibra. 

SUÉCIA: Olsen, Lustig (Krafht), Lindelof, Granqvist e Augustinsson; Claesson, Svensson, Ekdal e Forsberg (Olsson); Berg e Toivonen. Técnico: Janne Andersson.

SUÍÇA: Sommer, Lang, Djourou, Akanji e Rodríguez; Behrami, Xhaka, Shaqiri, Dzemaili (Seferovic) e Zuber (Embolo); Drmic. Técnico: Vladimir Petkovic.

Árbitro: Damir Skomina, tendo como assistentes: Jure Praprotnik e Robert Vukan (todos da Eslovênia).

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Bélgica não joga "Mertens" nenhuma, Japão "Kagawa" para favoritismo e herói improvável classifica europeus

Chadli sai para comemorar gol aos 49 minutos do segundo tempo que classificou a Bélgica para enfrentar o Brasil (Divulgação FIFA)

      A partida entre Bélgica e Japão contrariou todas as expectativas. Primeiro, porque os analistas acreditavam em uma disputa tranquila para os belgas, mais técnicos e com nomes mais experientes que os nipônicos. Segundo, que seria um jogo de marcação forte e com poucas chances de gol. Nem uma coisa, nem outra. O que se viu foi um jogo eletrizante, onde os japoneses abriram dois gols, os belgas mudaram o time, se organizaram e no último suspiro antes da prorrogação conseguiram o gol da vitória por um improvável herói: Chadli. Agora, o buraco é mais embaixo: os belgas enfrentam o Brasil na luta por uma vaga na semifinal, em confronto na próxima sexta-feira, dia 6. 
      O início da partida deu sinais do que seria um grande jogo. Com menos de um minuto, Kagawa recebeu na entrada da área e mandou à esquerda de Courtois. Os japoneses aplicavam marcação alta sob pressão, enquanto a Bélgica não conseguia articular bem as jogadas. O Japão atacava pelas pontas, principalmente em cima dos espaços deixados por Vertonghen e Carrasco. Aos poucos, os belgas começaram a criar mais, mas as conclusões eram bloqueadas pelos defensores nipônicos.
      E as chances começaram a aparecer. Aos 24 minutos, Mertens cruza, a zaga se atrapalha, mas Kawashima se antecipa a Lukaku e evita o gol. Aos 26, Hazard pega uma sobra e chuta forte, para defesa do goleiro japonês. Na cobrança de escanteio, Mertens cruza e Kompany desvia para trás na segunda trave, com Kawashima já batido, mas nenhum atacante belga chega para concluir.
      Aos 30, grande jogada japonesa, com Kagawa, que passa a Nagatomo. Ele cruza e Osako ganha da zaga belga, mas Courtois defende. Aos 43, Nagatomo recebe lançamento, cruza para Osako que, sozinho, não domina. Mas Courtois deixa a bola escapar por baixo do corpo e quase engole um frangaço - embora se recupere a tempo de resgatar a redonda.
      No segundo tempo o ritmo ficou alucinante. Aos 2 minutos, lançamento de Kagawa para Haraguchi. Vertonghen erra o corte e a bola sobra para o meio campista japonês, que avança e bate na saída de Cortois, fazendo 1x0. Dois minutos depois, em jogada de Mertens pela direita, a bola sobra dentro da área para Hazard, que bate forte e a bola explode na trave. Quatro minutos mais tarde, Kagawa recebe na entrada da área, faz uma firula e passa para Inui, que chuta forte, de direita, fora do alcance de Courtois. Era a zebra japonesa querendo dar o ar da graça no gramado russo.
      Precisando ir para a frente, a Bélgica ousou. O técnico Roberto Martinez sacou Carrasco (de péssima atuação, deixando buracos na defesa) e colocou Chadli. A equipe começou a pressionar. Aos 16, cruzamento de Meunier e cabeça de Lukaku para fora, com Kawashima já batido. O Japão, entretanto, seguia perigoso. Aos 19, Sakai avança pela direita e cruza para a área, mas Osako desperdiça. Aos 24, os belgas conseguiram o gol em um lance bizarro. Após sobra de escanteio, Inui divide com Meunier e a bola vai para a área japonesa. Vertonghen coloca de cabeça para a pequena área, Kawashima se coloca mal e a bola entra.
      Não demorou muito para a Bélgica, na base da pressão, empatar o jogo. Hazard (um dos melhores em campo) faz grande jogada pela esquerda aos 28 minutos e cruza. Fellaini, na pequena área, ganha da zaga japonesa e cabeceia para empatar.
      O jogo pega fogo, com o Japão reequilibrando suas forças. Aos 38, Kagawa lança Honda, que bate forte na saída de Courtois, mas a zaga belga afasta. Aos 40 é a vez de Kawashima se recuperar. Ele faz milagre em cruzamento de Meunier para cabeceio de Chadli, a queima-roupa. No mesmo lance, no rebote, Chadli cruza e Lukaku acerta o cabeceio para o goleiro nipônico espalmar.
      Os acréscimos merecem um conto à parte. Isso porque aos 45, Nagatomo cruza, Witsel tenta desviar e quase faz contra, para grande defesa de Courtois. Aos 47, Honda cobra falta de longe e o goleiro belga se estica para salvar.
      Até que vem a cobrança de escanteio para o Japão, aos 49. Courtois defende e puxa o contra-ataque, lançando para De Bruyne. O meia do Manchester City, de atuação apagada, descobre a entrada de Meunier. Ele cruza para a área. Lukaku faz o corta-luz e Chadli entra para empurrar para o gol, vencendo Kawashima e decretando a virada belga. Não dava tempo para mais nada. O árbitro apita o reinício de partida e em seguida o jogo acaba. Uma vitória na cara e na coragem para os belgas, com o Japão caindo de pé, mas voltando para casa. 

BÉLGICA: Courtois; Alderweireld, Kompany e Vertonghen; Meunier, Kevin de Bruyne, Witsel e Carrasco (Chadli); Mertens (Fellaini), Eden Hazard e Lukaku. Técnico: Roberto Martínez.

JAPÃO: Kawashima; Sakai, Yoshida, Shoji e Nagatomo; Inui, Shibasaki (Yamaguchi), Haraguchi (Honda) e Hasebe; Kagawa e Osako. Técnico: Akira Nishino.

Árbitro: Malang Diedhiou, auxiliado por Djibril Camara e El Hadji Samba (todos do Senegal).

Brasil prova que caipirinha é melhor que tequila

Firmino empurra para a rede e faz Brasil 2x0 (Divulgação FIFA)

      Com um futebol consistente, praticamente sem deixar o México ter oportunidades de gol ao longo de todo o jogo, o Brasil obteve a classificação para as quartas-de-final da Copa no início da tarde desta segunda-feira. Com uma grande atuação de William e Thiago Silva comandando a defesa, a seleção comandada por Tite aplicou 2x0. A partida, entretanto, não foi fácil. Embora tenha o controle da bola praticamente todo o segundo tempo, os mexicanos venderam caro a derrota. Agora, o Brasil espera por Bélgica ou Japão, que se enfrentam daqui a pouco.
      O Brasil teve ímpeto, enquanto o México tentou até jogar no campo adversário. Aos 2 minutos, após boa jogada de Chicharito Hernandez (talvez a única na partida), Lozano chutou e a bola esbarrou em Miranda. Foi o único lance perigoso do México no primeiro tempo. Aos quatro minutos, a zaga mexicana troca passes, mas erra na saída de bola. Neymar arrisca o chute, mas Ochoa, de grande atuação, defende. O arqueiro defenderia ainda um chute de Neymar aos 24, após driblar dois zagueiros mexicanos. Aos 26, após confusão na área, a bola sobra para Philippe Coutinho (que, desta vez, não jogou tão bem) que chuta perto do gol. Aos 32, em troca de passes entre Coutinho e Gabriel Jesus, o centroavante chuta para boa defesa de Ochoa mais uma vez. 
      O segundo tempo teve uma intensidade maior do Brasil. Com William se destacando e fazendo infiltrações ora pela direta de ataque ora pela esquerda, a seleção foi se acertando em campo. Aos 2 minutos, Coutinho arrematou para defesa do goleiro mexicano. Mas aos cinco minutos, não teve choro nem vela. Neymar fez grande jogada da entrada da área e rolou para a entrada de William, em diagonal pela direita. O meia do Chelsea chutou, Ochoa espalmou e Neymar, de carrinho, abriu o placar.
      O Brasil continuou em cima. Aos 13, grande jogada pela direita entre William e Fágner (de boa atuação). O lateral cruzou e Paulinho chutou de primeira para uma grande defesa de Ochoa. A única má notícia para o Brasil veio um minuto depois. Casemiro fez falta em Vela, levou o segundo cartão amarelo e está fora da partida pelas quartas-de-final.
      O México esboçou uma reação. Aos 15, Vela arriscou de fora da área e Alisson espalmou, fazendo a única defesa durante toda a partida. Aos 18, William, de novo, fez grande jogada e chutou de fora da área no ângulo, mas Ochoa buscou.
      O jogo seguiu no ritmo onde o Brasil atacava, mas sem objetividade, enquanto o México tentava arriscar alguma coisa, mas faltava qualidade na articulação - nem falo em finalizações porque simplesmente não ocorreram chutes a gol. Com o passar do tempo e uma atuação segura dos laterais Filipe Luís e Fágner, o Brasil teve o ingresso de Firmino para atuar junto com Gabriel Jesus. E a alteração deu resultado aos 43 minutos. Fernandinho recuperou a bola e lançou Neymar. O atacante avançou e chutou na saída de Ochoa, que rebateu. A bola sobrou limpa para Firmino empurrar para as redes e decretar a vitória brasileira. 

BRASIL: Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Filipe Luís; Casemiro; Willian (Marquinhos), Paulinho (Fernandinho), Coutinho (Firmino) e Neymar; Gabriel Jesus. Técnico: Tite

MÉXICO: Ochoa; Alvarez (Jonathan dos Santos), Ayala, Salcedo e Gallardo; Rafael Marquez (Layun), Herrera e Guardado; Vela, Chicharito Hernandez (Gimenez) e Lozano. Técnico: Juan Carlos Osorio. 



Árbitro: Gianluca Rocchi, auxiliado por Elenito Di Liberatore e Mauro Tonolini (todos italianos).

domingo, 1 de julho de 2018

Ri melhor quem pega por último

Modric com Subasic: meia perdeu pênalti na prorrogação, mas converteu na decisão, enquanto goleiro pegou três cobranças (Divulgação FIFA)

      Em uma partida emocionante a Croácia garantiu classificação para as quartas-de-final da Copa ao bater a Dinamarca nos pênaltis no final da tarde deste domingo. Agora, os croatas enfrentam a Rússia no próximo sábado, dia 7, em busca de uma vaga para a semifinal. Os dinamarqueses caem de pé: invictos, fizeram um grande jogo contra a Croácia, mas pecaram nas finalizações - durante o tempo regulamentar, na prorrogação e nos pênaltis. Destaques para Subasic, que pegou três cobranças na decisão, e Schmeichel, que defendeu duas e mais uma cobrança na prorrogação.
      A emoção também foi um fator marcante. Antes do jogo, na hora do hino croata, as câmeras de TV flagraram um torcedor aos prantos. Era um indício do que seria o início da partida. Logo a um minuto, após lateral cobrado por Knudsen (uma arma dinamarquesa durante todo o tempo), a bola sobrou na pequena área para Matias Jorgensen. O zagueiro chutou mal, mas Subasic falhou e a bola acabou entrando. Dinamarca 1x0.
      Nem deu tempo para respirar. Aos 3 minutos, Rebic fez boa jogada e mandou para Vrsaljko na área. A bola foi rebatida pela zaga, mas pegou em Kjaer e sobrou limpa para Mandzukic pegar de primeira e empatar.
      O jogo consistia na Croácia insistindo no ataque pelo lado direito, com a equipe dinamarquesa fechada e saindo nos contra-ataques. Aos 28 minutos, Rakitic chutou, Schmeichel espalmou e Perisic, no rebote, mandou por cima. Aos 38, Modric cobrou falta e Lovren, sozinho, cabeceou para fora. A resposta da Dinamarca veio aos 41, com Ericssen, que bateu por cobertura e a bola acertou o travessão.
      No segundo tempo o jogo ficou em banho-maria até os 20 minutos. A Dinamarca, com a entrada de Schone, passou a controlar o meio de campo e criar algumas oportunidades - como aos 26, quando Nikolai Jorgensen concluiu para boa defesa de Subasic. Aos 42 foi a vez de Braithwaite arriscar de fora da área, após cobrança de escanteio, e a bola passar muito perto. 
     Na prorrogação a Dinamarca seguiu melhor. Aos 8 minutos do primeiro tempo, Schone driblou na entrada da área e chutou à direita, com perigo. Aos 13, a resposta croata. Perisic cruzou, a bola bateu na zaga e cairia dentro do gol, mas Schmeichel espalmou. 
      No segundo tempo, com Sisto em campo, a Dinamarca assustou. O próprio Sisto, aos 2 minutos, driblou dois adversários e chutou forte, com a bola passando perto. O grande lance veio aos 8 minutos. Modric, mal no jogo e muito bem marcado, conseguiu um espaço e fez um lançamento primoroso para Rebic, que invadiu a área, driblou Schmeichel e na hora de concluir foi derrubado por Martin Jorgensen. O árbitro Néstor Pitana marcou pênalti, para desespero dos dinamarqueses. Entretanto, Modric cobrou muito mal e Schmeichel se adiantou muito para agarrar com firmeza. O meia do Real Madrid ainda teria outra chance, aos 13 minutos, da entrada da grande área, mas o goleiro dinamarquês segurou. 
      A partida foi para a decisão por pênaltis. E os goleiros brilharam. Subasic defendeu as cobranças de Ericssen e Schone. Schmeichel salvou as cobranças de Badelj e Pivaric. Na última seqüência, entretanto, Nicolai Jorgensen bateu no meio do gol e Subasic defendeu com os pés. Na seqüência, Rakitic bateu e classificou a Croácia para as quartas-de-final, sob a supervisão de Davor Suker, goleador da Copa de 1998 (6 gols) e hoje presidente da Federação Croata de Futebol. No final, além da festa dos croatas e do choro de Lovren, a alegria do técnico Zlatko Dalic, que subiu as escadas e foi comemorar a classificação junto aos torcedores. 

CROÁCIA: Subasic; Vrsaljko, Lovren, Vida e Strinic (Pivaric); Rakitic, Brozovic (Kovacic), Rebic, Modric e Perisic (Kramaric); Mandzukic (Badelj). Técnico: Zlatko Dalic

DINAMARCA: Schmeichel; Kjaer, Christensen (Schone) e Mathias Jorgensen; Dalsgaard, Delaney (Krohn-Dehli), Eriksen e Knudsen; Braithwaite (Sisto), Cornelius (Nicolai Jorgensen) e Poulsen. Técnico: Age Hareide.


Árbitro: Néstor Pitana, tendo como assistentes: Hernán Maidana e Juan Pablo Belatti (todos da Argentina).

Bafo de vodca dos russos tonteia Espanha e donos da casa avançam

Akinfeev (em pé) pegou dois pênaltis e celebra com companheiros de time a classificação russa (Divulgação FIFA)

      Vladimir Putin deve decretar feriado nacional neste domingo. Em um jogo movimentado a partir do segundo tempo, mas com pouquíssimas chances de gol, os russos eliminaram os espanhóis nos pênaltis e se classificaram para as quartas-de-final da Copa. A passagem rendeu de tudo: emoção, faixa e, claro, comemoração. A festa russa se deve muito a Akinfeev. O goleiro, marcado por um frangaço na Copa do Brasil em 2014, entra para a história ao defender duas cobranças na série decisiva dos pênaltis e garantir as comemorações em todo o país. 
      O jogo começou com surpresas já na escalação. A Rússia deixou o artilheiro Cheryshev no banco. E a Espanha não ficou atrás, com Fernando Hierro não escalando Andrés Iniesta entre os titulares. Mesmo assim, a Espanha começou em cima. Os russos, fechados, não tinham forças para atacar. E logo aos 11 minutos a pressão espanhola deu resultado: Asensio cobrou falta, Sérgio Ramos disputou com Ignashevich e o zagueiro russo marcou contra.
     A Rússia saiu para o jogo, mas completamente atabalhoada, enquanto a Espanha tocava a bola sem pressa. O jogo ficou morno, modorrento. Mesmo assim, a seleção russa começou a apertar. Aos 35, Golovin chutou com perigo. Até que aos 39 minutos, após cobrança de escanteio, Piqué, com os braços abertos, afastou a bola. O juiz marcou pênalti, batido e convertido por Dzyuba. Foi o terceiro gol do centroavante na Copa. A vontade dele impressiona - até lateral ele cobrou na busca pelo empate. 
      Depois disso, a melhor chance espanhola foi aos 45 minutos, quando Diego Costa recebeu na área e chutou forte, mas Akinfeev espalmou. 
      O segundo tempo teve maior disposição das duas equipes, praticamente não houve chances de gol. Dzyuba saiu para a entrada de Smolov e Iniesta, finalmente, foi a campo. Foi dele a principal chance espanhola aos 38 minutos, quando o meia do Vissel Kobe recebeu a bola e bateu forte para grande defesa de Akinfeev. Afora isso, a Espanha tocou muito a bola enquanto a Rússia não tinha qualidade no contra-ataque, embora muitas vezes tivesse condições para isso. 
      O jogo caiu de qualidade. Isco e Asensio esbarraram um no outro na entrada da área russa em lance de ataque. Por outro lado, Ignashevich deu uma rosca, sozinho, e a bola saiu para escanteio. E a partida foi para a prorrogação.
      No tempo extra, só deu Espanha. No primeiro tempo, aos 15 minutos, Aspas cobrou falta, Piqué cabeceou, mas o goleiro russo defendeu. Aos 3 minutos do segundo tempo o brasileiro naturalizado espanhol Rodrigo fez uma excelente jogada pela direita, avançou e já dentro da área chutou forte, para mais uma grande defesa de Akinfeev. Aos 9 minutos, em cobrança de falta para a área, os espanhóis reclamam de pênalti cometido por Kutepov em Sérgio Ramos. O VAR é acionado, mas o árbitro manda o jogo seguir. Ainda houve tempo para um último lance, aos 15 minutos, quando Rodrigo bateu de fora da área para nova defesa de Akinfeev.
      A partida foi para os pênaltis. E, na loteria, deu Rússia. Akinfeev pegou as cobranças de Koke e Iago Aspas, enquanto os russos, mesmo tendo cobrado mal três pênaltis, converteram todas. Festa no estádio, para choro do artilheiro Cheryshev e para o torcedor. Os jogadores russos ainda estenderam uma faixa, com as cores da bandeira, dizendo, na tradução "Jogamos por Vocês".
       Agora é esperar o adversário, que sai do confronto entre Croácia e Dinamarca. E podem ter certeza: vai faltar vodca para celebrar a classificação na noite russa deste dia 1º de julho. Alem disso, é a quarta vez que a Espanha é eliminada em uma fase de mata-mata pelos anfitriões da Copa.

ESPANHA: David de Gea, Nacho Fernández (Carvajal), Gerard Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Sergio Busquets, Koke Alcântara, Marco Asensio (Rodrigo), David Silva(Iniesta) e Isco; Diego Costa (Thiago Aspas). Técnico: Fernando Hierro.

RÚSSIA: Akinfeev; Ignashevich, Kutepov e Kudriashov; Mario Fernandes, Samedov (Cheryshev), Zobnin, Kuziaev (Erokhin), Golovin e Zhirkov (Granat); Dzyuba (Smolov). Técnico: Stanislav Cherchesov.

Árbitro: Bjorn Kuipers, tendo como assistentes Sander Van Roekel e Clement Turpin (todos da Holanda).