terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Mudança encaminhada



      Agora é oficial: a Secretaria Municipal de Trabalho, Assistência Social, Habitação e Direitos do Idoso vai mesmo trocar de endereço. A confirmação foi dada pelo secretário Esquerda Carneiro (foto) em entrevista à Rádio Difusora. 
      E tem mais: a Super Secretaria de Esquerda deve mesmo ir para a área do Km 21, próximo à Associação Rural, porque o tamanho da área comporta a estrutura existente com a criação da nova pasta - que agora engloba, a lembrar, a Habitação e os Direitos do Idoso.
      Este blog havia divulgado com exclusividade a informação.

Explicando
      Ao contrário do que muita gente pensa, a totalidade do prédio da antiga Cobagelâ, cuja estrutura abrange a Secretaria Municipal de Educação, coordenadoria da Mulher, Arquivo Público e a antiga SMTAS (cuja sigla agora é quase uma sopa de letrinhas) não é toda do Município.
      A parte onde está a SMED, Coordenadoria e Arquivo Público é da Prefeitura. A estrutura da antiga SMTAS, Restaurante Popular e do antigo Prociba é alugada.
      Portanto a SMED e a Farmácia Popular, por exemplo, não devem sair de onde estão.

A explicar
      Esquerda, aliás, convidou a imprensa para acompanhar a quantidade de roupas recebidas pela Campanha do Agasalho e que não foram doadas e estavam estocadas no prédio onde funciona a Secretaria - e onde também estava o Programa Cidadão Bageense (Prociba).
      Fato é que a quantidade de roupas existente no espaço beira o inacreditável. Muitas roupas em bom estado, em condições de serem entregues, e que estava lá, dentro de sacos empoeirados.
      Pior é que muitas roupas estão em um sótão, próximo a um ninho de pombos. Isso mesmo: no terceiro piso do prédio, em um ambiente escuro e com muitas infiltrações. 
      O secretário revelou que estuda a viabilidade de realizar um brique das roupas em bom estado e repassar o valor a entidades assistenciais do município. 
      Mas muitas peças, lamentavelmente, vão precisar ser incineradas. Ficaram deterioradas.
      Cabe, sim, aos antigos gestores do Prociba uma explicação sobre o caso. O cheiro de mofo e a poeira existente nos sacos revelam que as roupas não estão lá de ontem para hoje.

Assunto antigo
      A bem da verdade, o caso não é novo. Em 2014 o vereador Carlinhos do Papelão (PTB) denunciara o descarte de roupas armazenadas no Prociba no Aterro Sanitário. Na oportunidade, a presidente do Prociba, a ex-primeira dama Silvana Caetano, confirmou que houve o descarte de seis sacolas de roupas que estavam sujas com fezes e urina de ratos, bem como resíduos de lixo hospitalar. Silvana justificou que não havia como recuperar as peças, já que não existe um setor de esterilização, o que impede a permanência das peças em situações que poderiam colocar em risco a saúde.     

Novo slogan e logotipo
      Neste dia 1º de fevereiro haverá a divulgação do novo slogan e do novo logotipo do governo municipal de Bagé.
      A apresentação será realizada em um café da manhã na Prefeitura Municipal, marcado para as 8h.
      O logotipo foi desenvolvido pelo publicitário Rodrigo Saraçol. E o novo slogan foi organizado pelo coordenador de Comunicação, Gladimir Aguzzi, mas com avaliação de uma equipe.
      Que inclui o próprio prefeito Divaldo Lara.

Reclamações
      Embora a equipe que cuida das redes sociais do governo municipal seja eficiente, algumas reclamações consistentes começam a ganhar mais espaço que a defesa do espaço.
    Entre elas a de servidores que não tiveram o terço de férias e horas-extras pagas. Outro questionamento que começa a ter maior repercussão é sobre a nomeação de cargos em comissão (CCs). A maioria dos argumentos é de que a informação divulgada seria a de não nomeação nos primeiros 100 dias de governo, aproveitando servidores do quadro.
      
Pegou bem
      A decisão da SMTC de extinguir a cobrança do estacionamento rotativo aos sábados à tarde é acertada.
      Não há motivo para cobrança. Não é sempre que o comércio abre as portas neste período, muita gente acaba saindo no período de férias simplesmente para não ficar em casa e, ainda por cima, sobram vagas.
      Até sou favorável ao rotativo durante o horário comercial. Mas a cobrança no sábado à tarde é o legítimo caso onde a população paga o pato por essas questões de poder público que não é possível entender, a não ser a fúria arrecadatória. E vale destacar; as placas que indicam as quadras com o rotativo informam os horários e estão claras: é mesmo de segunda a sábado.
      Ah, e por justiça: a determinação foi dada na gestão anterior. A gestão atual faz bem em revogar. 

Sinceridade
      O deputado Luiz Fernando Mainardi (PT) foi ouvido pelo jornal Zero Hora, como líder do PT na Assembleia, sobre a retomada do governo estadual em votar projetos de contenção de gastos e a posse de Edegar Pretto, também do PT, como presidente do parlamento gaúcho.
      Mas quando questionado sobre a possibilidade de o governo do Estado colocar o Banrisul no projeto de renegociação da dívida do Estado com a União, o ex-prefeito de Bagé foi sincero. Reproduzo aqui o diálogo:
Pergunta: a polêmica envolvendo o Banrisul pode dificultar as coisas para o governo?
Mainardi: Sim, mas acredito que o Sartori não vai comprar essa pauta do Meirelles (Henrique, ministro da Fazenda). Não tem nenhum sentido esse tipo de exigência. É um absurdo completo.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Novas do dia

Retirada 
      Com a chegada de um guincho começou a retirada do maquinário que tomava conta do estacionamento do Centro Administrativo em Bagé. O cemitério de máquinas sucateadas ficou exposto durante quase todo o mês de janeiro, gerando comentários prós e contra a iniciativa (muito mais prós, diga-se de passagem).

Retirada II
      Entretanto, com o passar do tempo, foi diminuindo o impacto junto à população sobre o estado dos veículos - desde os mais comuns até viaturas pesadas. Integrantes do governo deram-se conta de que a situação já passara do ponto de exposição e o fato de as máquinas ficarem por mais tempo poderia até jogar contra - ainda mais em um período onde a visitação a Bagé aumenta por causa das férias.
      O impacto mais importante já fora alcançado. Agora é hora de recolher o maquinário e dar um destino - seja ele a sucata ou a reforma.

Lixo
      Embora não haja um descontentamento público e notório, a mudança no horário do recolhimento do lixo na área central de Bagé causa um pequeno, mas considerável, problema.
      Muita gente, ao chegar em casa perto do meio-dia, não consegue ter tempo suficiente de recolher o lixo e colocar nas lixeiras para o recolhimento dos caminhões. Isso porque os veículos passam mais cedo do que o horário previsto e divulgado (13h).
      Eu mesmo fui um que, hoje, ficou na mão. 

Lixo II
      Hoje encontrei na rua o vereador Augusto Lara (PDT), com quem bati um rápido bate-papo. Há alguns dias, um de seus assessores me contatou e passei uma ideia sobre como combater a sujeira causada pela própria população em locais públicos - não apenas o "churrio" de copos de cerveja e guardanapos de pancho na Avenida Sete, mas o hábito de deixar detritos em terrenos baldios ou próximo de arroios.
      Augusto gostou da ideia. E me convidou para conversar com ele. O que farei ainda esta semana.

Problema na rotatória
      Uma placa de Pare colocada no popular "Trevo do 21" preocupa os bons motoristas. Na verdade, são dois problemas. O primeiro é que lá não é um trevo e sim uma rotatória. Segundo é que a placa que deveria ter sido colocada é de "dê a preferência".
      No final da gestão de Dudu Colombo, algum cidadão decidiu por conta própria colocar uma placa de madeira, pintada a mão, dizendo "pare", no sentido de quem vinha pela Avenida São Judas em direção à rotatória. O problema é que a placa foi substituída por uma novinha em folha, mas equivocada para estar justamente ali.
      Nada que não possa ser resolvido. Mas que está errado, está.
      Aliás, aqui vai o que seria certo, tecnicamente, em relação àquele trecho:

      Antes que algum apressadinho de plantão coloque uma armadura, explico: essa é, sim, uma crítica construtiva.

Poda de árvores
      Depois de muito (mas bota muito nisso) tempo, hoje observei uma equipe de servidores da Secretaria Municipal do Meio Ambiente realizando a poda de árvores na área central. Mais precisamente na Avenida Barão do Triunfo, entre Melanie Granier e Bento Gonçalves.
      Mais tarde, também observei uma viatura da SMAU recolhendo os galhos e ramos podados.
      Moral da história: se há boa vontade, o trabalho avança.

Sem sede fixa definida?
      A informação me foi passada por um ex-vereador petista. Tentei contato com o presidente do partido em Bagé, o ex-vereador Ruben Salazar, mas não consegui localizá-lo.
      No Cartório Eleitoral, perguntei onde estava localizada a sede do PT em Bagé. Indicaram-me a avenida Tupy Silveira, 1764. Como já sabia do fato, contestei. Argumentei que há algum tempo a sede não era mais ali (perto da Escola Silveira Martins) e que, pelo que sabia, seria na Avenida Marechal Floriano, próximo da Academia Viva Vida - embora sem uma placa de identificação. Não souberam me informar se o fato era verdadeiro - mas o ex-vereador petista me confirmou isso.
      A informação extraoficial que tenho é que os petistas, muitas vezes, reúnem-se onde era (ou é) o Escritório Regional do deputado estadual Luiz Fernando Mainardi, na Rua Gomes Carneiro. 
      Entretanto, oficialmente, confesso que sem confirmação não posso afirmar onde está a sede do PT em Bagé.
      Tão logo receba a confirmação, publicarei.

Injeção de ânimo
      A informação divulgada hoje à tarde de que o governo do Estado irá pagar os servidores estaduais até a faixa de R$ 8,1 mil não deixa apenas os funcionários públicos felizes.
      Os comerciantes também agradecem.
      Embora muita gente viaje ao litoral nesse período, quem não viajou e recebe "pingado", acaba tendo o problema do desequilíbrio nas contas, principalmente porque muitas vencem em períodos diferentes. 
      Mesmo assim, vale recordar que cerca de 5% dos servidores não vão receber neste dia 31 de janeiro.

Injeção de ânimo II
      Para encerrar, existe uma expectativa positiva em Bagé. E é no município.
      Fontes ligadas à Secretaria da Fazenda esperam um incremento a mais no pagamento de tributos pela visibilidade que o governo está dando às suas ações.
      - Em síntese, posso te dizer que as pessoas estão vendo mudanças positivas e se estimulam para pagar as contas. Não só isso: temos procura por gente renegociando dívidas, o que para janeiro é excelente, mesmo em um período de férias e com muita gente indo para a praia - relatou-me um funcionário da Sefaz.
      Se é verdade mesmo, os números vão dizer - e aparecer. E se for confirmado, quem ganha é o Município. 

sábado, 28 de janeiro de 2017

Nenhuma surpresa



      A aprovação dos 19 projetos de lei na primeira sessão "às verdas" da nova legislatura iniciada em janeiro não surpreende ninguém acostumado com o meio político local. Com uma maioria esmagadora - se a base conta com 15 vereadores, ontem recebeu reforço de Omar Ghani (PR) e Augusto Lara (PDT), dois partidos considerados oficialmente independentes. 
      A mudança de nomenclatura nas secretarias municipais era esperada, assim como o efeito de adaptações estruturais e administrativas. Alguns pontos, entretanto, tiveram bastante discussão - entre eles a questão da contratação emergencial de servidores para o DAEB. Fui ao plenário Lígia Almeida conversar com integrantes da situação e oposição e consegui confirmar informações quase despercebidas, mas que levo ao conhecimento agora.

Oito ou 80?
      O velho chavão do "oito ou 80" pode ser levado em conta do projeto que autorizava contratações emergenciais para o Departamento de Água e Esgoto de Bagé (DAEB). Muito se falou que seriam 80 servidores, mas na hora H eram oito - todos pedreiros - que faziam parte do projeto. 
      O fato de que seriam 80 motivou questionamentos de alguns vereadores dispostos a apoiar a proposta. Acharam demasiado. Entretanto, com o esclarecimento sobre o tema, a iniciativa foi aprovada sem problemas. 

Tempo escasso
      Quem assistiu a sessão notou o descontentamento do vereador Lelinho Lopes (PT) que solicitou pedido de vistas em alguns projetos. O parlamentar recebeu meia hora para apreciação - e reclamou bastante. Curioso é que Antenor Teixeira (PP) também disse que projetos importantes, como o do reajuste dos servidores municipais (6,28%) e dos professores (7,64%), deveriam ter sido enviados há mais tempo para análise dos parlamentares. Entretanto, por entender a necessidade de que o governo possa ganhar capacidade de trabalho dentro da conjuntura econômica proposta, Teixeira aprovou a iniciativa.
      
Tempo escasso 2
      O episódio me fez recordar de uma situação ocorrida em 2013, quando Antenor ficou revoltado com a negativa do pedido de vistas que fez à proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2014. O então presidente da Câmara, Paulinho Parera (PT) leu parecer do Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos (IGAM). O parecer destacara que a Lei Orgânica estabelece os prazos, dispondo na Constituição que os processos legislativos têm prazo específico. Parera alegou que os prazos haviam sido cumpridos pelo Executivo - que enviou a matéria à Casa Legislativa dia 30 de setembro. E que se houvesse conflito entre Lei Orgânica e Regimento Interno deve-se obedecer a primeira. Ao deixar o plenário, irritado, Teixeira chamou o presidente da Câmara de "palhaço" e se referiu à bancada do PTB como "cambada de traíras", já que os petebistas, no momento, entenderam que não havia porque adiar a votação. 

Entra-e-sai
      Com a interrupção dos trabalhos para a análise dos projetos nas comissões, a plateia mudou de local. Ao invés das galerias, as pessoas foram ao Plenarinho. Muitos aguardaram do lado de fora, ansiosos para saber a tramitação dos projetos. O governo tinha em Gladimir Aguzzi, coordenador de Imprensa e Patrimônio, e em Eduardo Deibler, secretário de Gestão, Planejamento e Captação de Recursos, uma verdadeira força-tarefa com informações e esclarecimentos à base. A oposição, representada por Rafael Fuca (PT) e Lelinho Lopes, procurava brechas nos projetos para tentar bloqueá-los. Mas a maioria praticamente esmagou a oposição.

Nem tudo são flores
      Em determinado momento, conversei com um vereador da situação. E ele foi de uma sinceridade ao extremo.
      - Emanuel, tem horas que nem a base se entende. E isso que houve uma reunião ontem (quinta-feira) à noite para definir tudo. Até acredito que seja pela complexidade de alguns projetos, especialmente os que tratam sobre a situação dos servidores municipais, mas a linha de ação foi definida.
      A verdade é que em determinado momento, perto do meio-dia, a base se reuniu. E definiu de uma vez por todas a estratégia. O resultado foi a aprovação em massa.

Sempre alerta
      Presença constante nas sessões do Legislativo nos últimos anos, o presidente do Sindicato dos Municipários de Bagé (Simba), Antônio Soares, acompanhou de perto as discussões sobre o reajuste dos servidores municipais. Conversei com ele sobre a proposta e ele me resumiu:
      - Precisamos é do plano de reescalonamento. Não vamos desistir. Sei que o governo está no início e precisa de um tempo, mas nossa espera é grande e o servidor não pode ser deixado de lado.

Novo prédio I
      A Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho, Habitação e Direitos do Idoso deve se instalar em novo local em breve.
     O prédio atual, localizado na Avenida João Telles, é alugado. E o valor subiu.
     O prefeito Divaldo Lara não aprovou o reajuste. O valor, segundo apurei, estaria na faixa dos R$ 15 mil.

Novo prédio II
      Um dos locais sugeridos para a instalação da Secretaria seria próximo ao complexo do Km 21. O problema seria o deslocamento da estrutura de todos os programas atendidos pelo Município, como Bolsa Família, Restaurante Popular (que deve mesmo ser reaberto em breve) entre outros.
      A ideia é ter uma área mais próxima do Centro.     

Férias curtas

      Por volta do meio-dia as reuniões de comissões tiveram um intervalo para almoço. Neste período conversei com o presidente da Câmara Municipal, Edimar Fagundes (PRB - foto). Perguntei sobre como está sendo o trabalho e, embora participe da Mesa Diretora desde 2014 (primeiro como vice-presidente e nos dois últimos anos como secretário), a experiência de comandar uma primeira sessão extraordinária o levou a uma decisão.
      - Vou sair por uma semana. Só. Mas o suficiente para recuperar as energias depois de um ano estafante - revelou. 
      

sábado, 7 de janeiro de 2017

Políticos, aprendam com o Neto



      O mundo se acostumou com o chavão; "Uma imagem vale mais que mil palavras". Eu demorei a encontrar uma cena tão simbólica quanto a que ilustra este texto. Na foto, retirada de uma reportagem do canal ESPN, está o zagueiro Neto, um dos poucos sobreviventes da tragédia com a equipe da Chapecoense no dia 28 de novembro do ano passado. Mas isso não é tudo. Prestem atenção ao redor: os atletas da Chape, no dia da reapresentação. Olhos vidrados. Semblante franzido. Não era apenas uma lamentação, uma prece, ou simplesmente um ato solidário.
      A equipe estava prestando atenção nas palavras de Neto.
      Não vou entrar nos detalhes da matéria, apenas faço um resumo: o zagueiro quis participar da reapresentação. É uma etapa do tratamento psicológico: saber encarar a vida. Não desistir. Não deixar a depressão vencer, desafiar o medo, o receio. Para Neto era imprescindível, dentro dos limites médicos impostos (até porque ainda tem dificuldades para andar e falar) estar ali. O atleta sabe que ainda este ano pode voltar aos gramados. E está lutando para isso.
      Interessante é o grupo que está em volta do zagueiro na foto. Jovens, talvez alguns da categoria de base, outros que são novatos. E apesar da dificuldade, Neto estava ali para liderar um grupo que precisa se reinventar, que precisa viver. Que tem a alma destroçada, a autoestima arranhada, o orgulho ferido. O zagueiro estava ali, sentindo-se parte da equipe. Como se dissesse, em "balões figurados" nesta imagem: "Olha pessoal, eu sobrevivi, luto a cada dia para estar vivo e vou voltar a campo para defender meu grupo. Preciso que vocês façam isso agora, por vocês, por mim, pela cidade, pela possibilidade de vocês estarem vivos e participando de uma história que vai ser reconstruída". 
      A cara dos demais atletas num misto de respeito e atenção impressiona. Eles sabem da história da Neto, da luta para sobreviver, da hipotermia no meio da montanha, da possibilidade milagrosa de um resgate quando as buscas estavam terminando. E Neto não desistiu. Assim como Alan Ruschel e Follmann, que integravam a equipe catarinense. 
      E onde quero chegar com o exemplo acima? Por que comparar com a política partidária?
      Simplesmente porque não vejo a classe de pessoas responsáveis pelos destinos de municípios, estados e do país ter o brio, a força, a honra de Neto. De não desistir. Pelo contrário. Vejo uma mesquinharia que passa da direita para a esquerda, não necessariamente nesta mesma ordem, achando que sabem tudo. Aliás, se achismo fosse ciência, haveria PHDs formados em redes sociais. Como escrevem bobagens... aliás, se fosse bobagens estaria bom. Assisto todos os dias a um festival de estupidez e só posso rir. Ao invés de a classe política se concentrar em fazer, em agir, ficam discutindo "quem rouba menos", "quem destruiu mais", "quem tem filiados mais corruptos"  como se fossem donos da verdade, dogmas incontestáveis. er
      O problema é a falta de bom senso que permeia esta pobre nação. Temos a habilidade surrealista de achar defeitos, mas encontrar soluções que é bom, pouca coisa. Aliás, deve ser por isso que o Google adora tanto o Brasil; aqui eles encontram apertadores de botões, jogadores com destreza no celular, enquanto as mentes mais capazes desenvolvem jogos, softwares e aplicativos para tentar facilitar a vida das pessoas. Os pseudo sabe-tudo vão começar a perder espaço porque redes sociais como Facebook e Twitter estão vendo o monstrengo social que criaram e começou a cair consideravelmente o número de usuários. Já cansei de ver, ouvir e ler as bravatas de quem está ou não no poder e quando trocam de lado fazerem a mesma coisa, como se fossem um festival de Harry Potters em condições de fazer mudança. Daí alcançam o topo e... surpresa! Nada muda.
      O Brasil é uma fábrica de corruptos por uma série de motivos, é um festival de gente escorada no lombo dos outros, de seres preocupados em ter "um trampo" ao invés de trabalho, em se esforçar para virar cargos de comissão ao invés de se capacitar para enfrentar o mercado de trabalho, em pedir "apoio" e "ajuda" para subir na vida, muitas vezes precisando pagar favores com o próprio corpo ou próprio caráter. Isso se reflete nas redes sociais, onde há um festival de mistureba de gente se metendo em assunto de postagens dos outros para se referir a "B" ou "C", e quem responde dentro da normalidade passa por retardado porque não entende (e nem vai entender) de um assunto que não tem nada a ver com o ponto principal da postagem. 
      A imagem de Neto me faz ver alguém com o exemplo de um pai ou uma mãe, que se esforça a fuzel (essa expressão é antiga) para dar conforto, educação e qualidade de vida aos filhos, que ajeita as coisas dentro do lar, sabe atender aos amigos e ainda consegue se organizar a ponto de não transformar a casa em ambiente de trabalho. E é isso que falta à classe política: parar de frescura, de achar que sabe mais, de que tudo é problema dos outros, e passar a agir. O Brasil ainda não consegue ser uma democracia plena, exercida com êxito. A maior prova é da corrupção governamental, que tem defensores árduos (desde que sejam de suas porcas ideologias) até aqueles que desejam pregar a ruptura com o sistema de forma violenta, ditatorial e, principalmente, estúpida. A coisa é tão braba ultimamente que nem quando alguma ideia é levada a sério consegue ser defendida a pleno pelos próprios associados, filiados, ou qualquer coisa afim. Basta ter uma discordância e lá vem a lição de moral-de-cueca pronto para jogar querosene na fogueira.
     Políticos, aprendam com o Neto. A imagem dele ensina muito mais que discursos vazios.