quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Dudu deve mesmo ir para Consórcio do Pampa

Crédito: Emanuel Müller


      O ex-prefeito de Bagé, Dudu Colombo, segue com a rotina de professor da rede estadual. Pelo menos até os próximos dias. O chefe do Executivo por dois mandatos atua pela manhã na 13ª Coordenadoria Regional de Educação e, à tarde, dá expediente na Escola Estadual Carlos Kluwe.
      Mas será por pouco tempo. Pouquíssimo.
      Dudu está prestes a assumir, mesmo, a função de secretário-executivo do Consórcio de Desenvolvimento do Pampa Gaúcho. Faltam apenas detalhes burocráticos para o anúncio oficial, que será feito pelo presidente do Consórcio, o prefeito de Quaraí, Ricardo Gadret.
      O cargo é remunerado - o valor não é revelado.

Polêmica
      A indicação de Dudu para o cargo gerou protestos da nova gestão municipal. Sob o argumento de que o artigo 31 do Consórcio estabelece que se ao término do mandato do prefeito que ocupar a presidência do órgão estiver encerrado, o cargo deveria ser ocupado interinamente pelo sucessor do presidente no Executivo - ou seja, o prefeito de Bagé, Divaldo Lara.
      Entretanto, o argumento bageense parece não ter convencido Gadret, que é o vice-presidente do Consórcio. Mesmo sob protestos da comitiva bageense presente à assembleia, Dudu deve mesmo ser nomeado em breve. Um dos entraves é o pedido de licença de interesse do agora professor Dudu, por se tratar de cargo com dedicação exclusiva.

Problema
      Uma situação inusitada ocorre no Consórcio - que apenas as lideranças políticas sabem direito como funciona. O fato é que há uma verba considerável, próximo de R$ 70 milhões, com recursos do Ministério da Agricultura, para aquisição de maquinário visando atendimento às patrulhas agrícolas e estradas rurais. Os demais municípios que integram o Consórcio (além de Bagé, estão Alegrete, Barra do Quarai, Caçapava do Sul, Dom Pedrito, Itaqui, Lavras do Sul, Manoel Viana, Quarai, Rosário do Sul, São Borja, Santa Margarida, Sant'Ana do Livramento, São Gabriel, Uruguaiana e Vila Nova do Sul. E as cidades estão ávidas para receber o maquinário. E com pressa. Ainda mais que os recursos podem ser liberados a qualquer momento.

Prato cheio
      Todos os políticos envolvidos na situação sabem que a aquisição de maquinários é um prato cheio em termos de popularidade em início de gestões - sejam elas as novas ou as reeleitas. Embora a Prefeitura de Bagé torça o nariz para a nomeação de Dudu no Consórcio, sabe-se do risco de em período de crise abrir mão de máquinas - ainda mais depois da exposição pública das verdadeiras sucatas recebidas pela atual gestão no largo do Centro Administrativo. Entretanto, as 147 máquinas que vão ser adquiridas com a verba serão repartidas proporcionalmente entre os municípios. E não há dúvida que a secretaria-executiva ganharia visibilidade, ainda mais em período pré-eleitoral.
      Sim. Em 2018 tem eleição para deputados estaduais e federais. Fiquem ligados para isso.

Um Computador por Aluno
      O programa Um Computador por Aluno em Bagé está com os dias contados. E não é por falta de vontade da Secretaria Municipal de Educação e Formação Profissional.
      O problema é que praticamente todo equipamento de informática é feito para durar dois, no máximo três, anos. Nada além disso. Basta consultar um bom profissional e saber que atualizações de memória e de espaço são praticamente obrigatórias.
      Pois bem: o problema é que os cerca de 5 mil equipamentos (tablets) para utilização dentro do Um Computador por Aluno estão obsoletos. Muitos equipamentos apresentaram problemas. Tanto que já no fim do governo passado as notícias sumiram da mídia por conta disso.
      Conversei com a secretária Adriana Lara, que confirmou não ter muito o que fazer.
      - Infelizmente, ainda não sabemos o que pode ser feito. Mas é muito difícil conseguir reaproveitar os computadores, destacou Adriana.

Alternativa
      Há uma alternativa que vem sendo estudada pela SMED no sentido de tentar utilizar ferramentas tecnológicas que não o UCA em sala de aula. 
      A ideia é desenvolver aplicativos para telefones celulares de caráter pedagógico para utilização dos alunos.
      - Sabemos que hoje a utilização de celulares é uma realidade. Então vamos desenvolver apps pedagógicos, que possam ser aplicados em aula em uma iniciativa pioneira em Bagé, frisa a secretária.
      O assunto já está sob análise de viabilidade.

Deficiência
      Outra iniciativa da SMED é o desenvolvimento de programas especializados para pessoas com deficiência. A ideia é adquirir tablets para facilitar a aprendizagem.

Problema social
      Recebi informações de que autoridades estão preocupadas com a presença de mendigos na Praça Silveira Martins.
      Há poucos dias houve, inclusive, um chamado à Brigada Militar para averiguar a situação das pessoas que estavam por lá. Ninguém foi "mandado embora", mas foi averiguada a condição dos populares.
      O mau cheiro e a sujeira despertaram atenção da população, que contatou a Brigada para a averiguação. Pouco tempo depois, um grupo foi embora.
      Mas, na noite de ontem, o movimento voltou à praça localizada no coração da cidade. 

Problema social II
      Uma dor de cabeça com a mudança da Secretaria Municipal de Assistência Social, Habitação e Direitos de Idoso está preocupando muita gente. Isso porque o Plantão Social desenvolvido pela Secretaria - o que inclui as inscrições no Cadastro Único - também vão mudar para o complexo do Km 21. O problema é que grande parte das pessoas carentes do município está localizada em bairros bem afastados do local - como Damé, por exemplo. Embora a proximidade seja maior com bairros da Zona Leste, como Morgado Rosa e Habitar Brasil, o deslocamento até o complexo é bastante complicado.

Problema social III
      Uma alternativa seria disponibilizar uma nova linha de ônibus circular, com atendimento ampliado. Mas seria necessário alterar os itinerários existentes. Outra ideia seria a Prefeitura oferecer o transporte, mas o custo seria alto, contra a ideia do governo de enxugar a máquina e os gastos neste ano.

Problema social IV
      Uma sugestão discutida na Secretaria seria a manutenção da estrutura existente em uma área central, facilitando o acesso da população de baixa renda aos programas sociais.
      Mas seria apenas um paliativo. Isso porque com a estrutura no Km 21, seria quase impossível desvincular o atendimento, mantendo apenas o Plantão Social no Centro.
      Um quebra-cabeça e tanto para o secretário Esquerda Carneiro e sua equipe resolverem. 

Melanie
     O Arquivo Público Municipal entrou em contato com a direção do Instituto Barão do Rio Branco, de Erechim, mantenedor do Instituto Anglicano Melanie Granier em Bagé. A escola, com 106 anos na Rainha da Fronteira, teve as atividades encerradas esta semana. 
      A intenção do diretor do Arquivo, Cláudio Lemieszek, é que os documentos históricos do estabelecimento de ensino - desde o tempo que se chamava Ginásio Perseverança - permaneçam em Bagé. 

Detalhe
      Passou despercebido para muitos.
      Mas a obra de pavimentação do acesso ao residencial São Sebastião, em anúncio feito pela Prefeitura ontem, não é a Dallé Construções. E sim a Construbrás - a mesma responsável pela obra do Anel Rodoviário.

Retomada
      A volta do atendimento do Restaurante Popular é uma notícia aguardada pela população de baixa renda. Muita gente dependia do serviço para almoçar no local, a custo baixo (R$ 2,00). 

Retomada II
      Aliás, ninguém pode acusar o governo de Divaldo Lara, até o momento, de não ter humildade para rever posições. Vide-se os casos do Posto Sá Monmany (que virou unidade básica de saúde junto à Escola São Pedro), do Carnaval de Rua, do repasse de valores para o Núcleo de Proteção aos Animais (onde houve sensibilidade de ambas as partes para um acordo) e, agora, do Restaurante Popular.

Dúvida
      Para finalizar por hoje: um fato me chamou atenção na entrevista do secretário Esquerda Carneiro, na manhã de hoje, no programa Jornal da Manhã Difusora.
      O titular da pasta de Assistência Social, Habitação e Direitos do Idoso falou sobre os trabalhadores desligados do PROCIBA que não teriam recebido os valores da rescisão contratual dos serviços que prestavam no Restaurante Popular.
      O secretário destacou que o contrato era com o PROCIBA e não com a Prefeitura. Até aí tudo bem. Só que ele enfatizou que o PROCIBA foi extinto - e caberia a esta organização não-governamental o pagamento das rescisões.
      Mas... e quem extinguiu o PROCIBA?
      Até porque Esquerda relatou que havia 11 contas abertas em nome do Programa Cidadão Bageense (que origina a sigla). Destas, segundo o secretário, apenas seis eram declaradas.
      Muitas explicações ainda precisam ser dadas. 

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